quinta-feira, 30 de setembro de 2010

PRIORIDADES
(Lya Luft)

Muito do que gastamos (e nos desgastamos) nesse consumismo feroz podia ser negociado com a gente mesmo: uma hora de alegria em troca daquele sapato. Uma tarde de amor em troca da prestação do carro do ano; um fim de semana em família em lugar daquele trabalho extra que está me matando, e ainda por cima detesto.
Não sei se sou otimista demais, ou fora da realidade. Mas, à medida que fui gostando mais do meu jeans, camiseta e mocassins, me agitando menos, querendo ter menos, fui ficando mais tranqüila e mais divertida. Sapato e roupa simbolizam bem mais do que isso que são: representam uma escolha de vida, uma postura interior.
Nunca fui modelo de nada, graças a Deus. Mas amadurecer me obrigou a fazer muita faxina nos armários da alma e na bolsa também. Resistir a certas tentações é burrice; mas fugir de outras pode ser crescimento, e muito mais alegria.
Cada um que examine o baú de suas prioridades, e faça a arrumação que quiser ou puder.
Que seja para aliviar a vida, o coração e o pensamento - não para inventar de acumular ali mais alguns compromissos estéreis e mortais.

sábado, 25 de setembro de 2010

ÁRVORE DA VIDA


Ao soprar do vento
Balança-se uma evolução de movimentos os leques verdes dos carnaubais
Ao longe entoa uma linda sinfonia de pássaros a cantar
Acorda o dia com uma manhã dourada, e o que vejo... ou o que via...
Era uma floresta imponente de carnaubeiras, todo dia...
Do alto-abaixo, conta uma história de inverno e de verão
Que o machado corta em toras, suas veias e o coração.
Hoje, ela é quase uma lenda que insiste em viver, que um dia já foi tenda, abrigando todo ser.
Vossa excelência de excelente servidão, do mais alto e rústico passadiço à mais nova invenção,
É a árvore da vida que dá vida ao artesão...
É a imagem de Deus que enverdece esse sertão.
Das entranhas da terra seca, germinam palmeiras gentis,
De nome carnaubeira, conhecida dos colibris
Qual pássaro com seu canto num recanto já cantou? A melodia da paz, que se faz...aqui jaz...
Palavras perdidas que me aumentam as feridas, doídas, corroídas das mãos humanas e insanas.
Não me fira, não tire a vida... a vida homicida...
Não me corte, não sou forte, sou árvore da vida...
Se me cortares, serei árvore sem vida.


Autor: Arinaldo Sales

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

FAÇA VÁRIAS CIRURGIAS PLÁSTICAS



Faça várias cirurgias plásticas:

Uma para corrigir o nariz empinado pelo orgulho e pela soberba.

Outra na correção da língua venenosa e ardilosa.

E nos lábios que demarcam sua tristeza interior.

Drenagem linfática para retirar o orgulho, a inveja e a ingratidão.

Diversos peelings profundos na culpa e no remorso.

Faça uma dermoesfoliação nas cicatrizes deixadas pela falta de perdão e pelo ódio assim como no rancor envelhecido.

Uma máscara facial para retirar as expressões de mágoas e ressentimentos, igualmente nas asperezas da insensibilidade no trato com as pessoas.

Depois complete com uma hidratação de sorriso e alegria hidrate suas mãos todos os dias com a prática da solidariedade.

Coloque lentes coloridas da paciência iluminando o seu olhar...

Realize um implante de entusiasmo e atitude positiva.

Realce o cabelo com luzes da consciência tranqüila e da paz de espírito.

Finalize com uma hidromassagem usando sais da generosidade e pétalas da tolerância que é bom para o coração e a alma.

Observação: esses ingredientes não são encontrados nas melhores lojas do ramo.

Estão dentro de você.

Ana Maria Braga

sábado, 18 de setembro de 2010

PARABÉNS! GILBERTO FREIRE DE MELO



PARABÉNS, GRANDE MESTRE GILBERTO FREIRE, POR NOS PRESENTEAR COM UMA LITERATURA TÃO GRANDIOSA SOBRE NOSSA HISTÓRIA.

OBRIGADA PELO SAUDOSISMO A NOSSA FAMÍLIA OS "CORINGA DE LEMOS"

CORINGA DE LEMOS – Todos os Coringas da Várzea do Açu têm vinculação com os Lemos. Por isso, os ancestrais eram chamados e registrados como Coringa de Lemos. Como caracteres pessoais, eram e são conhecidos como inteligentes, aptos às atividades da mente e se destacaram em várias ações intelectuais. No jornalismo, conhecemos Ubiratan de Lemos, filho de Juvino Fernandes de Lemos, varzeano-do-açu que se incorporou aos “soldados da borracha”, na década de 30, indo estabelecer-se no Alto Amazonas de onde saíram Juvino Fernandes de Lemos Filho, para Manaus, e Pedro Ubiratan Fernandes de Lemos para o Rio de Janeiro, onde foi repórter e diretor da revista O CRUZEIRO, enquanto viveu, deixando por lá irmãos e filhos seus, dedicados ao jornalismo.

Os Coringa de Lemos foram, ainda, conhecidos na região pelos apelidos de "Loló" e de "Ligeiro".

DO BLOG: TENHO ORGULHO DE SER CORINGA, TRAZER NAS VEIAS O SANGUE DE LUZIMAR CORINGA
(de lemos), UMA MULHER QUE DEIXOU SUAS MARCAS DE LUTA E DETERMINAÇÃO EM SEUS PROPÓSITOS.

Josélia Coringa

A LENDA DO POÇO VERDE


Nos aluviões varzeanos
Ergueu-se uma cidade
Envolta de um poço d’água
Com muita serenidade
O seu povo ali vivia
Repleto de alegria
Sem pensar em vaidade

O seu nome Carnaubais
Vem de uma planta típica
Do nordeste brasileiro
De outras terras ela se estica
E nos vales potiguares
Encanta os nossos olhares
Entre os pés de oiticica

Canafistulas, marizeiros
Se rendem a sua beleza
Dos seus leques verdejantes
Feitos de vento e beleza
Um sopro feito de calma
É assim a sua palma
Aplaudindo a natureza

Do rouxinol no seu talo
Fazendo amor escondido
Do canarinho silvestre
Caçado feito bandido
Cantando não cobra nada
Numa gaiola malvada
Mostra seu canto sofrido

E assim os verdelins
Que aproveitam o toco
E até mesmo o gabiru
Que se esconde no oco
Nesta árvore hospitaleira
O gavião de peneira
Com suas garras de louco

Sem piedade atormenta
Feito o homem de latão
Que sem carne e piedade
Vive de matar canção
Nos pés de carnaubeira
Com as pedras da baladeira
Em cada tiro um canhão

E a maldade se alastra
Sobre a árvore da vida
Que dá nome a minha terra
Que dá nome a minha lida
- Eu me chamo Zé Vareiro
Morador do tabuleiro
Desde a infância querida

Ao meu pé de carnaúba
Que cuidei desde pequeno
Onde matei minha fome
Com seu fruto doce ameno
Do seu tronco eu mergulhava
No riacho me banhava
Fosse sol, fosse sereno

Cultuando a beleza
Das suas palmas saltitantes
Que aplaudem a passagem
Dos seus novos habitantes
Carnaubais, carnaubeira
Ó deslumbrante palmeira
Proteja as nossas vazantes

Purifique o nosso ar
Mostre a sua resistência
Viva mais duzentos anos
Eu peço até por clemência
- Meu pezinho de cuandu
Perto do Rio - Açu
Cresça com mais imponência

E suba até o infinito
Avisando ao criador
Seja a torre de babel
Eu te peço, por favor,
Diga a Deus lá no céu
Que apague o fogaréu
Acalme o nosso temor

Mande caí uma chuva
Que o fogo já se espalha
O pó é nossa riqueza
Que retiramos da palha
Eu farei a capelinha
A imagem da santinha
Se vencer esta batalha

E assim serei devoto
Da madre Santa Luzia
Se atender minha prece
Quando o sol raiar o dia
Cumprirei o prometido
E cada vez mais contido
Rezarei com alegria

- E assim o tal Barrão
O habitante primeiro
Abel Alberto Fonseca
Vendo o carnaubal inteiro
Com o fogo todo apagado
Disse: Fui abençoado
- Viva o meu estaleiro

Hoje faz mais de um século
Desse fato acontecido
Muito vale relembrar
Não é lenda sem sentido
Dezembro é mês de festa
E o amor que ainda nos resta
Não pode ser esquecido

A fé nos remete ao novo
Assim reza a nossa gente
Pedindo mais proteção
Do seu olhar reluzente
Ó minha santa rainha
Proteja a terra minha
Do olho gordo indecente

Proteja as carnaubeiras
Da serra da moto serra
O rio dos lixões imundos
Dai um basta na guerra
Na briga pelo poder
Ajuda o povo escolher
Que o teu olhar não erra

Palmeiral de tantas luas
Junto da minha manada
Leve agora sem demora
Num galope em disparada
Proteja-me nesta vida
E faz desta planta erguida
A minha casa adorada

Dela eu farei uma bica
Pra beber água de chuva
Das palhas chapéu de sol
Do caule sem uma curva
Cumeeira do ranchinho
Onde a noite de mansinho
Imitarei a saúva

Bolsa, esteira, surrão
E paul vitaminado
Onde cresce horta bonita
Num canteiro pendurado
Pés de cebola, coentro
Agora fique por dentro
Desse meu conto afiado

Essa história aconteceu
E a lua testemunhou
Alumiando o caminho
Depois que o mundo rodou
No juízo de mimoso
O jumento fabuloso
Com precisão relinchou:

E o amigo feirante
De longe sentiu o cheiro
Como era de vivente
Subindo ao tabuleiro
Batendo o casco no chão
Falou-me com precisão
Na sombra de um juazeiro

Está vendo aquela poça
De água branca limpinha
É o poço da lavagem
De uma santa rainha
Padroeira protetora
Da vila mais promissora
Desta nação ribeirinha

Por ali nascerão
Grandes celebridades
Viverão tão ali
Ilustres autoridades
Artistas e menestréis
Valorosos homens fiéis
Vindo de outras cidades

Rezadeiras e donzelas
Uma delas defensora
Das raízes culturais
A primeira professora
No ensino das vogais
Nos recantos mais rurais
Desta vila acolhedora

Com muita simplicidade
Plantarão os seus quintais
Roças de milho e batata
E imensos mangueirais
Sob os moinhos de vento
Tirarão o seu sustento
Até os dias finais

Da palha a sua riqueza
Do pó, da cera cozida
Das oficinas de charque
Da carne mais ressequida
Embarcada pro estrangeiro
Até que chegue um janeiro
No rosário a despedida

Quando vir a grande enchente
Pra sacudir o seu mastro
A cidade sumirá
Como foi em vinte e quatro
Sem ficar um pé de gente
O trovão mais estridente
O raio cortante astro

Em seu cruzeiro dolente
Castigado pelo vento
Descerá as enxurradas
Matando o nobre sustento
Milharais e roças belas
E as flores nas janelas
Regadas de sentimento

De deixar o lugarejo
O sobrado e seu poço
Pés de moleque, alfenim
Aquele doce, tão moço
Galopando em seu cavalo
Menino em cima dum talo
Brincando no alvoroço

E o berreiro dos bodes
Anunciará a cheia
Na arrumação da canoa
O Sangue corre na veia
Pressa pra salvar os trecos
Salvem-se uns cacarecos
Outros deixados na teia

O tempo não esperará
E as chuvas não cessarão
Só a arca de Noé
Pra salvar esta nação:
Ficará na sua história
E a força da palmatória
No rebolo da lição

E por fim esta cidade
A bela Santa Luzia
Tem os seus dias contatos
Contando só falta um dia
Amanhã de tarde cedo
O povo morto de medo
Viverão sua agonia

Quando assim eu pressenti
Que passava de um sonho
Tentei acordar não pude
Daquele sonho medonho
Quando ouvir alguém dizer
Vamos todos padecer
Do dia mais enfadonho

Acorde do pesadelo
O dia já está de fora
Tropeiro num perde a feira
Rumbora, rumbora agora
Vai Roxin lá na frente
Assume a sua patente
Que o povo não perde a hora

Acorde irmão do sono
Que a barra está se quebrando
A lua se pôs no céu
E o sol vem clareando
Depois das areias brancas
Montaremos as nossas bancas
Pra continuarmos sonhando

Depois que abri os olhos
Estava longe demais
Pra lá do barro vermelho
Já perto dos manguezais
Margeando sempre a praia
Da velha cela cangaia
Adentrei os Carnaubais
Terra que amo demais

*Este cordel é uma obra inédita - Homenagem à Carnaubais
Autor: Zelito Coringa –Compositor e Poeta – Potivarzeano de Carnaubais/RN

PARABÉNS! GRANDE MESTRE, GILBERTO FREIRE PELO BRILHANTE TRABALHO LITERÁRIO QUE VEM APRESENTANDO EM NOSSO VALE, RESGATANDO E ENALTECENDO VIDAS.
OBRIGADA POR FAZER PARTE DA NOSSA HISTÓRIA.


sexta-feira, 17 de setembro de 2010


Agradecemos as pessoas que votaram até o momento em nossa enquete.
O objetivo do FALANDO DE SABERES é estimular a opinião de seus leitores.
PARTICIPE!
O Blog

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

NOVAS CANÇÕES

Músico Carnaubaense terá mais três canções gravadas por artistas do sul do país. São composições feitas em parceria com a cantora Tatiana Cobbett, Marcoliva e o pianista catarinense Caio César Muniz. Mote Contínuo, Tateando e Bendita Companhia, serão lançadas em dois projetos distintos até o final do ano.




AMANHÃ DIA 16 DE SETEMBRO DE 2010 PARADA NACIONAL


EM FAVOR DO PISO SALARIAL NACIONAL, ALGUNS DISPOSITIVOS DA LEI 11.738 AINDA ESTÃO NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PARA SEREM INTERPRETADAS.
PARTICIPE, AS GRANDES VITÓRIAS SÓ FORAM POSSÍVEL COM A UNIÃO.

O SINTE-RN promove parada geral com ato cultural e caminhada AMANHÃ.

A Concentração será em frente ao Palácio dos Esportes a partir das 14h30. Mobilização será em todo o Brasil.
Todas as entidades filiadas à CNTE estarão juntas, na Mobilização Nacional em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF). Neste dia a Confederação entregará no STF, no Congresso Nacional, na Presidência da República e no MEC, o dossiê sobre o descumprimento da Lei 11.738 em grande parte do país. O dossiê reúne depoimentos dos trabalhadores em educação de todas as regiões do país sobre o não cumprimento da Lei do Piso. O objetivo é pressionar os ministros a julgar a Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4167 - levada ao Supremo pelos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Ceará, Mato Grosso do Sul e Paraná. Até agora, o Supremo não julgou o mérito da ADIN e a maioria dos estados aproveita a situação para não efetivar o Piso Nacional.De acordo com Roberto Frankiln Leão, presidente da CNTE, é necessário a união para que os educadores sejam vitoriosos na implementação da Lei. “Este é o momento de unir forças e cobrar o cumprimento da Lei, aprovada por unanimidade no Congresso Nacional e sancionada há dois anos pelo Presidente Lula, e fruto de anos de luta dos trabalhadores em Educação”, afirmou. (CNTE)
Postado por Joaquim Tomé

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

VARZEANISMO BRUTO

O solo repartido e partido os partidos,
Este vale envergonha os ancestrais, justamente.
E não mostra caminhos plausíveis a sua gente,
Nova geração é o velho nome batido, continuísmo.
Em todos os sentidos a minha terra,
É a terra dos conflitos banais e políticos...
Abre mão de terra, briga por terra,
Assenta gente de outras terras!
No fosso dos tribunais luta pela existência.
- Quandu me diz se já posso dá um grito, e quando?
Que poço é esse que se leva e trás sua vitória?
Que estreito é esse que não se alarga mais?
O moço que ora transita merece subir aos pedestais?
A moça que espera à hora conhece a broca que fura a rocha?
- Que piadinha de mau gosto dos mudos incansáveis,
Gente que dá trela ao raposo astuto entre os carnaubais!
Fora qualquer resquício de traição, varzeanismo bruto.
Protesto sem arma na mão a minha opinião patética.
É Pelé batendo bola, patacão virando prata na calçado do mercado.
Será que é mesmo real ou mais uma ilusão profética?
A marcha dos cavalinhos continua furando o chão loucamente.
E a feira do bode agora é de eleição, agora é de gente, de gente grande.
O toutiço de quem paga e quem vende gera muita inquietação.
E o povo não é mais povo não, agora é bicho, mercadoria sem bandeira.
Já tiraram do discurso, a meta, a justiça, a ideologia, as lutas,
O plano, a fidelidade, partidária que nem Freud explica.
Falaram tanto nisso na televisão, votis que mentira!
Estou sentado no devaneio da busca, eu juro.
Não sei em que votar meu Deus daqui pra frente.
Corro o risco de pular do poço com a viola emudecida.
Passado não conta, presente não consta e o futuro?
Falta-nos a lupa.

Zelito Coringa

terça-feira, 14 de setembro de 2010

O POÇO DA LAVAGEM NA LAVAGEM DO POÇO - Pequeno Trecho

Foi-se o tempo da erudição vadia. Cultura popular é a face lambida do povo no meio da rua.  Não temo dizer que a simplicidade verdadeira da origem tribal já se perdeu nestas paragens. A coletividade virou modernage individualista, do sortimento da fruticultura à breve monocultura do caldo da cana. O falo da hipocrisia acende o fogo da camarinha, ranço de palavras miudinhas no pé do ouvido do povo: A demagogia girante dos mandantes modernos.
E tome promessas, piadinhas afiadas de vitória no juízo do pobre sonhador.
Pernoito junto aos meus companheiros de arte e na beira do poço me farto de alegria.
Continuo a viajem na busca do mantimento, pela estrada da várzea tranquilamente sigo.
A carga do meu comboio é pura repartição de peixes, de frutos e pães da literatura.
Escuto dolente a roda cantante do carro de boi distante demais do raiar do dia.
Pai Poiô já me dizia: Poço verde é de nossa Santa Luzia desde o tempo de Camões,
e antes da lua namorar o sol de marte o marco já estava fincado no portal da crôa.
Se era profecia ou conto das nebulosas do seu juízo fraco, franco e adivinho,
lembro-me que sempre sempre repetia o mesmo bordão em desalinho:
Vila Nova e Mutambinha pertencem a nossa senhora que alumia.
Caducando mansamente em sua sabedoria vestido em terno azul marinho:
Porém, quando repetia que Santa Luzia com seus olhos
juntaria num piscar da vista o que restou do poço numa lagoa de pranto.
Pensava que era heresia o seu bendito apocalíptico:
- O sobrado do barrão será demolido pela ignorância do tempo e
não haverá homem de poder para impedir tamanho tombamento.
Quem acolhe o cordeiro manso em sua humilde tapera,
alimentará a doidice do bicho solto no quintal faminto de votos.
As falações presente nas bancas de feira e na utopia dos filósofos de cadeira
que pairam nas esquinas em buscando do enredo de novidades fresquinhas.
Seguem o dia inteiro de um canto para o outro procurando algum pau sombroso.
Falam de um tal bode branco pai de chiqueiro de puro sangue ladino,
reprodutor de primeira linhagem ribeirinha.
Do centro da fofocagem escuto um berro estridente:
O petróleo é nosso!- O protesto se encaminha para os recantos da cidade!
Com a viola afiada na lâmina do improviso, gilete em cada ponta de verbo,
cabo de palavra firme, recito num galope à beira mar quebrando o miolo da rima:
O Poço da Lavagem na lavagem do poço é tudo que me resta de encanto:
Poço negro que jorra das profundezas abissais da rocha e tanto, quanto e quando?
Poço de abundantes milhões e pirilampos acessos na escuridão do mato.
Poço de quase sangue que jorra na calçada da matriz do velho moco devoto.
Poço que reluz os olhos santos na tocha de fogo de um farol cheio de gás.
Poço da lavagem do fosso no dorso dos trôpegos animais!
Lugarejo dos festejos enluarados de alfenins, maçãs do amor e outros moleques!
Tabuleiro moço de seres renitentes, fecundos, pedantes, atrevidos,
irreais, visionários, cavaleiros cantantes e resistentes demais.
Carnaubais terra das enchentes constantes.
Carnaubais do rosário forte, das oficinas de charque e tropeiros viajantes.
Carnaubais que já deu vilas rurais e manguezais literalmente.
Carnaubais que já não pode ceder um palmo do seu mourão limítrofe.
Há quem diga o contrário do que disse antes, isso é tolice, briga de moinho gigante.
Dizei Ó virgem santa quem pariu tais idéias, qual Quixote de Cervantes?

* Zelito Coringa



domingo, 12 de setembro de 2010

É ISSO...


"As nuvens mudam sempre de posição, mas são sempre nuvens no céu. Assim devemos ser todo dia, mutantes, porém, leais com o que pensamos e sonhamos; lembre-se, tudo se desmancha no ar, menos os pensamentos. "(Paulo Baleki)

A MULHER E O PODER


Escrever sobre homens e poder seria de um óbvio ululante. O poder transforma, e nem sempre para melhor. É preciso saber lidar com ele, para que não nos deforme. A pergunta sobre como as mulheres exercem cargos de mando tem várias respostas, e eu já fiz o teste: desde “estão maravilhosas”, “estão poderosas”, até “andam muito loucas, mandonas demais”. Mulheres são gente: seres humanos, complexos e desvalidos como todos. A vida é que andou se complicando muito desde que mulheres (tão poucas, ainda!) começaram a assumir algum poder. A velocidade com que as mudanças sociais acontecem hoje é perturbadora e, embora nossos avós também dissessem “Nossa! Como este ano passou rápido!”, hoje nossa vida se transforma em mera correria se a gente não cuidar. Tudo é agora, tudo é imediato, e tudo é aqui e rapidinho. Gaza e Washington acontecem no nosso café-da-manhã.
Com o poder acontece o mesmo que ocorre com o tempo: ou o transformamos em nosso bicho de estimação ou ele nos devora. O bicho de estimação a gente aceita, brinca com ele, gosta dele, adapta-se a ele em certas coisas, nem o ignora nem o bota fora. Mas, se o maltratamos, se o detestamos, ele cresce, vira uma fera e nos come. Já que mulheres no poder são quase uma novidade, é sobre isso que me interessa refletir aqui. Não faz tanto tempo que começamos a assumir funções de ministra, prefeita, governadora, cientista, motorista de táxi e ônibus, reitora, e tantas outras. Não fôramos preparadas para enfrentar esse amigo/inimigo, o poder. Sendo pioneiras, e sem modelos a seguir, a quem deveríamos recorrer, em quem nos inspirar à frente do país, do ministério, dos empregados da estância, dos colegas lidando com grandes máquinas agrícolas ou à frente de sindicatos? Restava-nos a imagem dos homens.
Algumas pensaram em igualar-se a eles, com jeitos e trejeitos de capataz furioso ou comandante carrancudo, isto é, virando a caricatura de homens poderosos. Pior que eles, por estarem inseguras, sendo prepotentes. Outras tentaram disfarçar esse poder com exageros de sedução: muitas foram educadas para agradar, não para mandar, e o espectro da mulher sozinha existe. De um homem sozinho, dizem que está “aproveitando a vida”, mas da mulher sozinha eventualmente se comenta: “Coitada, ninguém a quis”. E não adianta reclamar: essa ainda é uma realidade burra, um preconceito idiota, mas não falecido. Com todo esse dilema, corre-se em busca de um “jeito feminino de exercer o poder”. Isso existe? Tem de ser buscado? E o que será, afinal: um jeito o madelicado, doce ou cor-de-rosa? Que os deuses nos livrem disso. Talvez seja apenas um jeito humano, pois é o que todos somos: cheios de fragilidade e força, de qualidades e defeitos, todos em última análise com medo de não ser atendidos. Um professor iniciante tinha tanto pavor de não ser respeitado pelos alunos que abusava de punições, notas baixas, gritos e até socos na mesa, que provocavam, estes sim, riso nos adolescentes.
O mais positivo pode ser as mulheres, sobre as quais aqui especialmente escrevo, tentarem ser naturais. Nem ir ao posto de comando vestidas de freira ou militar, cheias de convencionalismos, ar gélido e voz de metal, nem sedutoras por medo de perder a feminilidade (seja lá o que pensam que isso é). Ser apenas uma pessoa a quem o poder foi dado pela sorte, pelo destino, pelo mérito (o melhor de todos), por algum concurso, enfim, pelos caminhos da profissão, e tentar fazer isso da melhor forma possível. Para exercer o poder não é preciso nem beleza nem feiura, nem coisa alguma além de preparo e capacidade, humanidade, ética, honradez, informação, entendimento do outro, respeito pelo outro para que ele também nos respeite. Para homens e mulheres o comando é difícil, é solitário. E, acreditem, exige cuidado: porque, se pode ajudar, pode também contaminar. Nada melhor do que agir com simplicidade, lucidez e alguma bem-humorada autocrítica, em qualquer posto e em qualque circunstância desta nossa vida.
Lya Luft
para a revista Veja Edição 2097 – Página 22

MULHERES NO PODER

Muito se tem falado nos últimos tempos sobre aascensão das mulheres e sobre o crescimento da importância do seu papel nos mais diferentes segmentos da sociedade. Já é comum, inclusive, a presença de mulheres exercendo a função mais destacada na administração de diversos países. Por sinal, uma das maiores economias do mundo moderno, a Alemanha, é comandada por uma delas, a Chanceler Angela Merkel, considerada a mulher mais influente do planeta nos últimos anos. E quem não se lembra de Margarete Tatcher, a primeira ministra que trouxe os britânicos de volta à realidade nas décadas de 70 e 80 e que também comandou a retomada das Ilhas Falklands/Malvinas das mãos dos decadentes generais argentinos? Coincidência ou não, esse acontecimento comandado por uma mulher acelerou a derrocada das ditaduras no continente sul americano, que nem sempre agradecemos, se não me engano. Falando na Argentina, não dá para esquecer que na machista América Latina as representantes do sexo feminino já ocupam o primeiro posto da administração de algumas das principais economias da região. Na própria Argentina, com Cristina Kirchner (que os argentinos vão querer esquecer, possivelmente), e no Chile, com a presidente Michelle Bachelet. Podemos lembrar ainda que, mesmo em algumas tradicionalíssimas sociedades do oriente, é comum a presença de mulheres comandando o país, embora nesses casos a ascensão tenha mais a ver com heranças ditatoriais do que com eleições democráticas. Recordam-se de Imelda Marcos?
"Os exemplos mencionados acima mostram que as mulheres podem ser grandes dirigentes, mas mostram, também, que elas não são passíveis de erros. O que interessa na verdade não é se temos um homem ou uma mulher na direção, o que importa é que tenham competência para o cargo que exercem. Desnecessário dizer que a conduta desonesta, a dissimulação, a intriga, a mentira não deveriam ser tolerados em ninguém, homem ou mulher, em nenhuma circunstância, seja na nossa casa, na nossa empresa..." Isso é ponto pacífico. Mas, devemos ressaltar que, quando se trata da conduta de quem exerce o poder e possui atribuições de mando, com capacidade para interferir na vida e nos negócios de outras pessoas, a exigência de comportamento honesto deve ser maior ainda. "Quem exerce um cargo público, seja ele de Primeiro Ministro, de Presidente da República, de Chefe da Casa Civil...tem de ser mais honesto e competente que os outros. Se essa pessoa age em benefício próprio ou de terceiros ou, ainda, se se vale do cargo para prejudicar quem quer que seja, além de estar cometendo um crime, está ferindo os mais elementares princípios da decência. Isso é válido em qualquer democracia que se preze, tanto para os homens como para as mulheres".

José Robson Coringa Bezerra
Diretor Presidente



sábado, 11 de setembro de 2010

É VERDADE...

Um político divide os seres humanos em duas classes: instrumentos e inimigos.
Friedrich Nietzsche
Nada mais cretino e mais cretinizante do que a paixão política. É a única paixão sem grandeza, a única que é capaz de imbecilizar o homem.Nelson Rodrigues
Nada é tão admirável em política quanto uma memória curta.
John Galbraith

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

TEATRO POTIGUAR NO FLORIPA TEATRO

O Grupo de Teatro O Pessoal do Tarará viaja nesta sexta-feira para Florianópolis, com o objetivo de participar de um dos maiores festivais de teatro do país: será o XVII Floripa Teatro, organizado pela Fundação Franklin Cascaes, de Santa Catarina. O festival não tem caráter competitivo, e se constitui numa grande mostra de teatro de grupo do Brasil, com apresentações em teatros, lonas, e dezenas de workshops.  O Pessoal do Tarará apresentará o seu espetáculo A peleja do Amor no Coração de Severino de Mossoró, neste domingo, às 21h no Teatro Governador Pedro Ivo (maior palco das artes de Santa Catarina). Na segunda-feira, 13, o espetáculo será apresentado na Lona do Largo da catedral, às 12h e às 17h. Neste mesmo dia o grupo ministrará um work shop intitulado Á Construção da Cena´, na Casa da Memória. Na terça-feira, 14, o grupo apresentará A Peleja do Amor na Lona do rio Tavares, em duas sessões (15h e às 20h). Na quarta-feira (15), o grupo se apresenta na Lona dos Ingleses, também em duas sessões (15h e 20h).
O grupo com o maior número de apresentações neste festival é O Pessoal do Tarará. “Desde que fomos selecionados que a coordenação do Floripa Teatro está dando todas as condições para a realização de um trabalho de qualidade”, explica a atriz e produtora Ludmila Albuquerque.
Serão sete apresentações e um workshop na décima sétima edição do Floripa Teatro, mais importante festival de teatro de Santa Catarina. O Pessoal do Tarará pela primeira vez mostrará a sua arte em terras catarinenses. O festival recebeu 314 propostas de espetáculos de todo o Brasil, e aprovou 36, dentre elas o espetáculo ‘A Peleja do Amor no Coração de Severino de Mossoró’, que seguirá representando o Rio Grande do Norte pelos festivais do Brasil. Participam ainda, além d´O Pessoal do Tarará, grupos de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraíba e Ceará.

SOBRE O ESPETÁCULO - “A Peleja do Amor no Coração de Severino de Mossoró” é uma livre adaptação de um grande clássico do teatro: Cyrano de Bergerac, do francês Edmond Rostand (1868-1918), estreada em setembro de 2006, depois de um período de quase um ano de montagem.

O Pessoal do Tarará privilegiou aspectos regionais, em seu espetáculo, o que fica claro com a presença de poesias do poeta mossoroense Antônio Francisco, e do saudoso violeiro, Eliseu Ventania, também nascido no Rio Grande do Norte. No entanto, a direção trabalhou, durante o processo de montagem, o encontro do “erudito” com o “popular”, tornando a peça regional e ao mesmo tempo clássica. Isto é facilmente notado no texto, na interpretação dos atores, no cenário, nos figurinos, e até nos instrumentos musicais.

SINOPSE - O espetáculo conta a história de Severino de Mossoró, que apaixonado pela sua prima Roxana, vê em sua falta de beleza (Severino é possuidor de um nariz extravagante) o maior empecilho para esta aproximação. Por outro lado, Roxana se aproxima de Severino e pede para que ele proteja Cristiano, um belo e jovem rapaz, por quem Roxana se diz atraída.
Ao se aproximar de Cristiano, Severino percebe que o belo rapaz não tem habilidade com as palavras, e aproveita para convencê-lo, de que os dois, juntos, poderiam conquistar o amor de Roxana. Severino com sua eloquência, e Cristiano com sua beleza.

A PELEJA DO AMOR NO CORAÇÃO DE SEVERINO DE MOSSORÓ

FICHA TÉCNICA:

Livre adaptação de Cyrano de Bergerac, de Edmond Rostand
Com poesias de Antônio Francisco e músicas de Eliseu Ventania e Zelito coringa
Adaptação e Direção: Dionízio do Apodi
Colaboração: Lenilton Teixeira
Arranjos Musicais: Cláudio Henrique
Arranjos Adicionais: Zelito Coringa
Instrutores de Percussão: Coquinho e Osman
Iluminação: Ronaldo Costa
Montagem e Operação de Luz: Alex Peteka
Engenheiro de Som: Eduardo Pinheiro
Cenário: Marcos Leonardo e O Pessoal do Tarará
Figurinos e maquiagem: Marcos Leonardo
Boneco e cavalos: Edgley Feitosa
Elenco: Antônio Marcos, Dionízio do Apodi, Ludmila Albuquerque, Madson Ney, Maxson Ariton
e Rosi Reis

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

DOCÊNCIA, IDENTIDADES E AVALIAÇÃO


MUITAS VOZES E IMENSOS FATORES
A intencionalidade desse texto é convidar a todos para uma reflexão. De que forma a avaliação tem sido concebida em nosso país? De que forma será em nosso meio?
Era uma vez um Soberano que não queria perder sua soberania, ele tinha uma vontade de dominar muito aguçada. De fato conseguia, sua habilidade era incrível. Um dia querendo avaliar sua competência, reuniu a corte e pediu que FIZESSEM UMA AVLIAÇÃO. Um de seus subordinados muito consciente e atrevido respondeu: - Bem! Vossa Sublimidade, essa tarefa não é tão simples assim, os tempos mudaram. Hoje em dia, para realizar uma tarefa como essa é preciso saber por que realizas, ou seja, o que pleiteias com as nossas respostas? Pretendes apenas levantar ibope no seu reinado, queres examinar o nível? Comparar-se com outros Soberanos? De qualquer forma, precisamos que Vossa Alteza nos esclareça o real objetivo dessa avaliação. E, continuou o moço destemido: -também deves nos dizer com que bases devemos fazer essa apreciação. Quais os conceitos que vão nos nortear? Os formulários serão trazidos de onde? Devemos considerar as habilidades, o domínio, a inteligência, o compromisso, a formação, o planejamento ou o conjunto? Quem de fato será escolhido para fazer a análise dos resultados? Me desculpe, mas vejo o seguinte: - Se consultarmos somente os nossos aliados, a resposta será uma; certamente favorável a nós. Por outro lado, se visarmos o todo, e inclusive utilizarmos parâmetros nacionais, fatos da realidade, o resultado tenderá ser outro. E ainda insistiu: - Vai ter prova escrita? Terá observações? Afinal, vai ser legítima? Depois dos resultados, o que vai acontecer? Haverá prêmio? Haverá justificativas para convercer? Me compreenda Vossa alteza só desejo saber. O algoz, fez cara de desapontado. Respondeu que vai ter prova escrita, que a mesma será longa, terá observações e, embaraçou-se nas demais respostas. Entendemos que, na vida não há como fugir das avaliações e suas consequências, elas são importantes sim! Resta-nos saber se não haverá abstração, iniquidade, qual o verdadeiro olhar e exemplo do avaliador, quais os reais interesses inseridos no processo?

Profª Josélia Coringa

MAIS UM DEGRAU ALCANÇADO - 27.000 ACESSOS





AGUARDEM NOVIDADES!

É ISSO...


"Se tens um coração de ferro, bom proveito. O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo dia." (José Saramago)

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

REQUEBROS DE PARABÉNS QUARENTOSO

Lembro-me de ter dito numa reunião com a presença de algumas autoridades da cidade que a idéia econômica de fazer carnaval fora de época para a festa maior do município, e dá à cultura apenas a poluição sonora estava fora de cogitação e assim fiz, não realizei o faz de conta que queriam. Acho uma tremenda falta de bom gosto, nada contra a festa carnavalesca, mas o momento é de civismo saudável. Preciso dizer que isso não condiz com a nossa realidade. Afinal para serve uma secretaria de cultura e um secretário ganhando em dia, para que serve uma Fundação José Augusto, o governo do Estado, os editais de cultura, as empresas e o próprio ministério da cultura?

Zelito Coringa

PARABÉNS CARNAUBAIS PELO 47º ANIVERSÁRIO

“Queremos agradecer a todas as manifestações de estimulo e carinho de nossos leitores. Nosso objetivo é continuar postando matérias com responsabilidade e imparcialidade no tocante a educação, a cultura e as questões afins da nossa existência. Obrigado por nos credenciar a manter este espaço de informação e contribuir de alguma forma com o despertar desse novo tempo digital. Desde já parabenizamos a nossa cidade pelos seus 47 anos de emancipação política, torcemos para que os festejos aconteçam com alegria, paz e esperança. Sabemos que o momento é de desconfiança no futuro, sabemos que há muito que fazer para que a nossa cidade esteja numa posição mais ideal para vivermos. Parabéns Carnaubais por ser resistente a tantas inundações, redução da sua área territórial e ameaça de perder o que resta de riquezas naturais. Carnaubais já não podemos mais andar para trás. Por isso, segue adiante que o teu povo carente espera o teu progresso aqui no presente.”

 Mensagem do Blog

UMA LIÇÃO FORA DO TEMPO

O buraco é mais embaixo na escuridão de ouro do minério petrolífero. Tem gente no oco dele que escuta o batuque das patas do cavalinho, xoteando faminto com a cara de ferro enterrada no leito escuro. O universo permite o encontro dos diversos no mesmo reduto profundo. Beber uma chamada de verso sem ficar bêbado de tédio não custa nada. Neste vale com resquícios de poesia morta pergunto se vale viver amando- te? O baixio poético não deveria ser o grande alto arauto? A cidadania dos ribeirinhos na garganta do poço como se divide? O auto da busca promissora, une, une, une e dê é toré da tribo maculelê. Dança de cartas marcadas no pif paf jogado na boca do rico pote.
O manhoso que lambe os beiços já foi moço, beijou a face do povo na aurora varzeanista.
Agora vem outro moço, moço, mocinho, moço; Ora moçozinho cavaleiro!
Don Roan, Peter Pan, Hobin Hood, herói no pé do caroço.
Vale dizer que sou filho natural das Quandus rodado nos entroncamentos da arte.
- E pia só meu povo aqui o futuro é feito de longínquas viagens.
O novo na casca da ova quebra a cabeça do ovo no pé da alcova.
Morde-nos outrora e mostra a cura. Ò cobra que serpenteia a poética minha,
Salva-nos agora antes que tudo vire ninho de assentamento sem marco.
Assenta-nos com garantida cidadania à vila nova e mutambinha.
Comovo-me vendo. Verdes as mãos sobre a palmatória em plena lição fora do tempo.

Zelito Coringa

Os homens de poucas palavras são os melhores.William Shakespeare

Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um não. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.Augusto Cury

RELEMBRAR É VIVER


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terça-feira, 7 de setembro de 2010

A ESCOLA PRINCESA ISABEL MANTÉM TRADIÇÃO







INDEPENDENTE DE QUEM ESTEJA ADMINISTRANDO, ANO APÓS ANO, A ESCOLA PRINCESA REALIZA O DESFILE CÍVICO EM GRANDE ESTILO.




























































COM OS PÉS NO CHÃO

            E lá se vem os tropeiros com seus cacuás de carne seca vindo das oficinas, devem estar cansados de tanto andar no lombo dos jumentos, por não pisarem com os próprios pés e dependerem do chicote e da rapidez do galope para chegarem mais ligeiro a feira de troca, acabam esquecendo que as mochilas devem conter um pouco mais de milho. O animal em muitos casos se mostra mais inteligente que o seu dono, e não perde jamais o foco da caminhada. Como já dizia Poiô: “Porém, sim senhor – a pisadinha é essa” - Dessa máxima sabedoria popular dos meus antepassados. Desejo mais uma vez escrever essas linhas com o objetivo de reforçar a nossa caminhada que em muito parece uma cavalgada por trilhas e labirintos de interesses outros, onde a paisagem muda sempre de cor e a água do tão sonhado poço passa a ser imprópria para o consumo da maioria. Portanto, quem carrega o peso nas costas, apesar de conhecer bem a trilha e saber exatamente o que tem que ser feito acaba sendo subestimado por ser de outra linhagem. Sabemos que a oferta é uma coisa e o preço que pagamos é uma longa historinha de vendedor ambulante. É preciso pegar a fruta com as mãos e saber se ela é doce ou se pela aparência dá para saber se guarda algum travo de azedo no seu carroço.

Zelito Coringa - Outros Escritos

O SONHO PARTIDO - Parte Três


Não faço nenhuma torcida para qualquer tipo de vitória das candidaturas apresentadas pela situação e oposição em Carnaubais, já falei do retrocesso e é isso mesmo, não há muito que torcer. Na minha estreita noção do processo não enxergo alternativas seguras para o município, espero que apareçam novidades com propostas verdadeiras, garanto que não é nenhum problema de vista, não é cegueira não, é falta do que ver mesmo. Tenho certeza que não deixei envelhecer as minhas idéias, não mudei os princípios e entre a sensibilidade me considero um bruto teimoso e disponível a colaborar com os parceiros a qualquer hora. Porém quando sinto uma ponta de falta de verdade dou com os burros n’àgua. Gostaria muito de está somando com alguma perspectiva de futuro. Se levarmos o contexto para o Vale do Açu vai continuar na mesmice e na falta de quem nos represente no tocante as questões mais significativas, seja da cultura, da educação e no desenvolvimento regional em todos os sentidos. Por esse motivo votarei num candidato lá do vale do Apodi, além do sujeito ter estima pelo trabalho artístico é um professor que defende a sua classe, atencioso com a arte, um companheiro que encontrei nas minhas andanças culturais pela região oeste do Estado. Ficarei de fora dessa piadinha de mau gosto, o processo de formação da juventude já foi interrompido, esse ajuntamento não condiz mais com a antiga prática de fazer resistência ao que estava estabelecido. Vamos falar do presente e fazer realmente o futuro acontecer, esse papo já está batido demais, muita gente esteve à frente das mesmas lutas de forma gritante ou silenciosa, acho que dei também a minha contribuição quando havia verdadeiros movimentos, votando em quem acreditávamos e por muitas vezes, quando havia juventude politizada e um sonho de mudança que até hoje não existiu de verdade em nossa cidade.

Zelito Coringa - Textos Avulsos

ESCOLA ESTADUAL ADALGIZA EMÍDIA DA COSTA

Desfile de 7 de Setembro.





























CAMPUS DE IPANGUAÇU REALIZA A 2ª SEATEC

De 20 a 24 de setembro acontece no IFRN - Campus Ipanguaçu a segunda edição de Semana de Agroecologia, Tecnologia e Cultura do Vale do Açu. O Evento busca promover e mostrar a produção científica, tecnológica e cultural do Campus, mantendo uma interface com sociedade.
A 2ª SEATEC pretende reunir estudantes, servidores e a sociedade nas discussões sobre a temática central: Desenvolvimento e as Potencialidades do Vale do Açu. Dentro da temática central pretende-se refletir e delinear desafios, propostas e oportunidades relevantes para o desenvolvimento a região numa perspectiva holística envolvendo as diversas áreas do conhecimento.O evento reunirá um conjunto de atividades, entre elas: 3º Seminário de Tecnologias Sustentáveis, palestras, relatos de experiências, apresentações artísticas, minicursos, exposições das potencialidades dos municípios integrantes do Vale do Açu e a reunião do consórcio intergestores Vale Unido. Na oportunidade serão comemorado os 101 anos do Instituto Federal e 4 anos do Campus Ipanguaçu. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até o dia 12 de setembro pelo site do evento através do endereço: www.inscrever-se.net/seatec. O evento é uma realização do IFRN - Campus Ipanguaçu, SEBRAE/RN e EMATER/RN e conta com o apoio do município de Ipanguaçu e Banco do Nordeste.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

ESPETÁCULO COMEMORATIVO


O Pessoal do Tarará está preparando um espetáculo unindo teatro, dança e música, para celebrar os 60 anos da Rádio Difusora de Mossoró. O processo de montagem acontece desde abril, e culminará em um espetáculo que será apresentado aos mossoroenses, no mês de outubro próximo.
A ideia do espetáculo partiu de um dos diretores da Rádio Difusora, Emerson Linhares, que procurou o grupo para que ste participasse desta programação de seis décadas da rádio. O grupo aceitou o convite, e está unindo os seus parceiros (Cosern e Sebrae) para a produção de uma grande história que chegará aos mossoroenses através desta parceria entre Rádio Difusora, O Pessoal do Tarará e seu ponto de cultura (Baixinha – Berço das Artes) e, COSERN e SEBRAE.
O espetáculo mostrará seis quadros, onde cada um destes representará uma das seis décadas vividas pela Rádio Difusora (fundada em 7 de setembro de 1950). A montagem será rica em elementos históricos, seja pela própria trajetória da Rádio Difusora, seja pelos inúmeros ganchos existentes neste período, relacionados aos mais diversos assuntos: moda, economia, esportes, política, tecnologia, dentre outros. A ideia original de Emerson Linhares tem direção de Dionízio do Apodi, coreografias de Rodrigo Silbat, Iluminação de Ronaldo Costa, arranjos de Zelito Coringa, preparação vocal de Flávia Mayara, além de Osman Pereira que é instrutor de percussão e instrumentos de sopro.

domingo, 5 de setembro de 2010

DIRETO DO VALE DO APODI






"Por uma simples questão de amizade, compromisso com a educação e a cultura
este é o meu candidato a deputado estadual.
Pela acolhida que sempre recebo quando estou em sua cidade,
pelo vinculo cultural da canção Índia Apodi, pela possibilidade do novo."

Zelito Coringa

ARTE COM RESPONSABILIDADE SOCIAL


ZELITO CORINGA E O PESSOAL DO TARARÁ NOVAMENTE NA ESTRADA -
Pode ser repetitivo dizer isso, já que não custa nada abrir o verbo, muito menos pagar para publicar esta matéria vou prosseguir. O povo precisa de cultura minha gente, o povo precisa ouvir o novo, o povo só precisa aprender a cobrar o pão da arte como alimento da alma. Prova disso é a multidão que está prestigiando este novo projeto, onde levo a minha música autoral e o pessoal do Tarará o teatro de qualidade. Pode ser imodesto falar de si mesmo, nesse caso não, apenas uma sensação de dever cumprido, de compromisso verdadeiro com a cultura brasileira. Felipe Guerra, Severiano Melo e Taboleiro Grande mostraram que o poder público não faz lá muita coisa para a população neste sentido, apesar de gostarem do que é bom e aplaudirem sem timidez o desconhecido. Viva o BR 405 e os nossos irmãos sertanejos do oeste potiguar que estão indo a praça pública ouvir e vê coisas saudáveis, mais uma vez graças ao BNB e BNDS.