quarta-feira, 15 de setembro de 2010

VARZEANISMO BRUTO

O solo repartido e partido os partidos,
Este vale envergonha os ancestrais, justamente.
E não mostra caminhos plausíveis a sua gente,
Nova geração é o velho nome batido, continuísmo.
Em todos os sentidos a minha terra,
É a terra dos conflitos banais e políticos...
Abre mão de terra, briga por terra,
Assenta gente de outras terras!
No fosso dos tribunais luta pela existência.
- Quandu me diz se já posso dá um grito, e quando?
Que poço é esse que se leva e trás sua vitória?
Que estreito é esse que não se alarga mais?
O moço que ora transita merece subir aos pedestais?
A moça que espera à hora conhece a broca que fura a rocha?
- Que piadinha de mau gosto dos mudos incansáveis,
Gente que dá trela ao raposo astuto entre os carnaubais!
Fora qualquer resquício de traição, varzeanismo bruto.
Protesto sem arma na mão a minha opinião patética.
É Pelé batendo bola, patacão virando prata na calçado do mercado.
Será que é mesmo real ou mais uma ilusão profética?
A marcha dos cavalinhos continua furando o chão loucamente.
E a feira do bode agora é de eleição, agora é de gente, de gente grande.
O toutiço de quem paga e quem vende gera muita inquietação.
E o povo não é mais povo não, agora é bicho, mercadoria sem bandeira.
Já tiraram do discurso, a meta, a justiça, a ideologia, as lutas,
O plano, a fidelidade, partidária que nem Freud explica.
Falaram tanto nisso na televisão, votis que mentira!
Estou sentado no devaneio da busca, eu juro.
Não sei em que votar meu Deus daqui pra frente.
Corro o risco de pular do poço com a viola emudecida.
Passado não conta, presente não consta e o futuro?
Falta-nos a lupa.

Zelito Coringa

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