quarta-feira, 28 de setembro de 2011

PENSE UM POUCO!!!


Quando se é demasiado curioso de coisas praticadas nos séculos passados, é comum ficar-se ignorante das que se praticam no presente.

René Descartes

O maior ignorante é aquele que julga sem conhecer o verdadeiro valor das pessoas...

Nim Ferraz ..

DROGAS: o labirinto

Lya luft

...Drogas têm sido o assunto nosso de cada dia, não o pão, mas o veneno da alma. O tema nos atinge com uma tremenda sensação de impotência, pois avassala o mundo mata a juventude, enriquece os traficantes, e deixa perplexos médicos, psiquiatras e policiais. Uma vez dentro desse labirinto que nos devora, dificilmente encontramos a saída.


Então, por que nos drogamos? Irresponsabilidade, brincadeirinha, desafio ao mundo instituído, medo da realidade, desespero pelo excesso de pressão? Tudo nos pressiona: a sociedade (ou a família) quer que sejamos bons, competentes, os melhores; a sexualidade é imposta com precocidade e insensatez; o mercado de trabalho é difícil, somos lançados nele quase sem preparo; os péssimos exemplos vindos de autoridades e líderes nos incutem desesperança; somos atropelados de todos os lados. Então a gente esquece os compromissos, machuca os amores, foge do olhar interrogativo ou do silêncio acusador, sucumbe ao conforto do esquecimento cada vez mais urgente, olvido na garganta, na veia.


"O vício se desenvolve e se torna poderoso
nas águas turvas do desejo de morte,
da falta de equipamento para enfrentar a vida,
da fuga da realidade para uma
solução mais fácil."
Um ponto singular é que a maioria dos que bebem ou usam drogas (exceto o crack, que produz uma adição quase imediata, e a morte rápida) não se vicia. Isso torna a questão mais complexa ainda: por que uns sim outros não? O vício se desenvolve e se torna poderoso nas águas turvas do desejo de morte, da falta de equipamento para enfrentar a vida, da fuga da realidade para uma solução mais fácil. Uma vez instalado, corrói a honra, a dignidade, a vontade, os amores. Chega quase inexoravelmente o abandono da família , pois nessa tumultuada arena a família adoece também, de várias formas. O viciado é um náufrago: arrasta consigo os que o amam, e não sabe disso. Ou não pode evitar. Em casa torna-se um estranho, buscando sobreviver, os envolvidos se afastam ou fingem ignorar. Possivelmente antes disso chegou também a ruína financeira. O desastre profissional. A fuga dos amigos. Por isso nos anestesiamos ainda mais: morreu o instinto de sobrevivência, último a nos abandonar.


Leio que agora até no sertão brasileiro o crack, mais barato e mortal que outras drogas, começa a sua devastação. É vendido em rodoviárias, levado para o interior, permitindo talvez que muitos miseráveis e sem esperança tenham seus momentos de delírio e sonho, fujam da realidade para logo ser levados deste mundo, pois essa droga, mais que todas, mata rapidamente. Ricos e pobres, intelectuais e operários ou domésticas, a vida é para todos perturbadora. Precisaríamos ser um pouco heróis, um pouso estoicos, para escolher outro caminho, para resistir. Ou um pouco mais sábios, isto é, tentando remar contra a maré do consumismo, dos joguinhos de poder, da cobiça (mais cargos, mais grana, mais prazeres, como a criança que não larga o peito de mãe) Insaciáveis e insuficientes para nossos próprios tão vastos desejos, por outro lado pusilânimes, apelamos para a droga (incluindo o álcool) com uma espantosa ignorância dos males que causa, como se eles fossem lenda, histórias de bruxas par assustar crianças. Nós, porém, somos onipotentes, somos inatingíveis, conosco nada vai acontecer além de momentos de alívio. Faltando estabilidade, projetos, afetos, alegria, qualquer rodoviária nos abrirá as portas do falso paraíso, mesmo que ele dure só alguns momentos, e atrás dele se abram os abismos do inferno, não míticos infernos de anjos caídos, mas o labirinto onde se desperdiça a vida.
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*Escritora. Colunista da revista VEJA
Fonte: Revista VEJA impressa, Ed.2236 Nº 44 – 28 de setembro de 2011, pág.24
Imagem da Internet

domingo, 25 de setembro de 2011

NOSSA COMUNIDADE PERDE D. QUINHA ( Mãe do vereador Keide)

É com pesar e profunda consternação, que lamentamos o falecimento de Francisca Severina da Silva(Comadre Francisca), conhecida na comunidade como Quinha,mãe do vereador Keide. Enviamos votos de pesar e desejamos que Deus, em sua infinita bondade, dê aos familiares o consolo necessário para suportar esse momento de dor e tristeza.
Liguei para Aldineide e Keide e informaram, a poucos instantes, que estavam saindo de Natal, segundo eles, amanhã, haverá uma missa às 16 horas e em seguida o sepultamento no cemitério de Olho Dágua, comunidade onde a mesma residia.

Comadre Francisca(comadre do meu pai, da minha mãe, minha também...) Descansará em paz, foi uma pessoa muito querida, foi uma mulher forte,teimosa, recordava-me minha mãe, apesar do seu semblante frágil, suportou muitas adversidades, relutou persistentemente para viver ao longo desses anos todos. SINTO MUITO!

Em nome de todos os meus irmãos , que estão longe nesse momento, envio um abraço a todos os seus familiares.

domingo, 18 de setembro de 2011

LITERATURA CARNAUBAENSE

LANÇADOS ONTEM:
História da Terra dos Verdes Carnaubais (Autor: Francisco Antonio de Oliveira de Souza)
História dos Presidentes da Câmara Municipal de Carnaubais (Autor: Carlos Augusto)

PARABÉNS PELA INICIATIVA!
"Um público comprometido com a leitura é crítico, rebelde, inquieto, pouco manipulável e não crê em lemas que alguns fazem passar por idéias."
(Mário Vargas Llosa)

Nada é para sempre, dizemos, mas há momentos que parecem ficar suspensos, pairando sobre o fluir inexorável do tempo

José Saramago

sábado, 17 de setembro de 2011

OS VERDES LEQUES CARECEM FLORESCER


Nasci e cresci nessa cidade que hoje completa 48 ANOS DE EMANCIPAÇÃO POLÍTICA. Nesses anos todos, o que mais me apoquenta é o descaso com que é tratada a coisa pública. Fora a isso, gosto de viver por aqui...sou feliz aqui!
Sempre fui serena, mas indignada e crítica com as coisas que incomodam. Às vezes tenho uma ligeira impressão de que a indignação nos dias de hoje não é vista como uma boa característica humana. Isso pode ser escapismo, muitos querem se passar por bons só para não incomodar, não ter que se aborrecer. Não ter que opinar. A moda hoje é: ser alienado camuflado de bom. É sim!!!
Bem sei que a maioria é espectadora; muitos aplaudem, poucos refletem sobre esse deus-nos-acuda em que vivemos. Não só aqui. Mas em muitas cidades do país a fora. A população e as autoridades precisam acordar, mudar o discurso e a prática.
O desenvolvimento ainda chega lento, como uma carruagem de pneus furados. A cidade hoje colhe os frutos de políticas equivocadas, da falha e da falta de vontade de muitos. É triste, não podermos comemorar uma evolução verdadeira, sem mesquinharias, maquiavelismos, publicidades fantasiosas, é triste ver tantos loucos fingindo serem adequados. Com todo respeito!
Cada um que passou deu a sua ligeira contribuição, sim deram! Poderia ter dado mais! Tinha que ser! Tinha que dá! Para isso foram escolhidos! Ou não?
Gostaria de convidar os filhos Carnaubaenses a fazer essa reflexão. Queremos ouvir as vozes que estão mudas, caladas, entaladas na garganta! Não precisa ferir ninguém, tampouco radicalizar! É preciso somente ver a nossa cidade sem óculos escuros. Precisamos ser menos dementes, menos partidaristas, menos emotivos e mais REALISTAS. Queremos dias melhores, queremos mudança de mentalidades, queremos ver o novo acontecer, nós merecemos CARNAUBAIS!!!Estamos cansados de viver de esperança, de sonhos malucos, dia após dia, pois por aqui, a incerteza está dando de goleada! Por sorte, ainda temos muito jogo pela frente...

Josélia Coringa

Poeta Potiguar Concorre a Prêmio Pela Internet


Antonio Francisco é o poeta potiguar

O documentário sobre Antônio Francisco, O Poeta e a Bicicleta, está participando de um concurso promovido no Rio de Janeiro pela internet. É um concurso de vídeos sobre a valorização da utilização da bicicleta e concorrem vídeos com até 03 minutos de duração. Nosso poeta maior está precisando urgentemente de seu voto para elevar sua veia poética para todos os rincões deste imenso país. Para votar é só acessar o link:http://www.curtaumabike.com.br


postado por Jailton Rodrigues

terça-feira, 13 de setembro de 2011

3ª EDIÇÃO DO ENSAIO GERAL

COISAS DO GÊNERO

O legado da arte no que diz respeito à construção de uma sociedade mais instruída, de senso critico mais apurado, menos violenta, mais humana, custa-nos tão pouco, ao mesmo tempo caro demais para a nossa existência. Esta semana tive a grata satisfação de me apresentar para uma pequeníssima platéia de jovens da cidade de Mossoró, todos residentes de uma Casa de Passagem para menores infratores. O curioso é que os referenciais melódicos e poéticos de todos eles é a Banda Grafith e coisas do gênero. Basta degustarmos alguns versos e entendermos o significado da falta de tolerância dos nossos adolescentes, da desmoralização, do lugar comum, do incentivo as beberagens sem sentido. Cada um sabe exatamente o peso da responsabilidade que carrega e o que traz como verdade para os dias vindos, não quero dá uma de bacana expressando esse pensamento, apenas. Faz muito tempo que não consigo enxergar o que existe de consistente na prática de muita gente; dirigentes de movimentos jovens, de alguns educadores, de quase todos os políticos, dos ditos formadores de opinião pública, enfim.  Estou convicto que não envelheci com a idade, muito menos esqueci as lições do velho movimento estudantil, da militância rural, socialista, dos princípios humanos imutáveis. Sei que quem não se encaixa nos moldes das uniões de poder corre o risco de cortar o próprio umbigo, de pular fora do cordão de isolamento, falar a verdade é um escândalo como diz o poeta Antonio Francisco. Não há projetos para governar absolutamente nada, há sim, projetos de alianças para se chegar ao poder simplesmente. Quem é cabeça de chapa é chapa de alguém ou deixa de ser. Afinal de contas queremos projetos de governo ou projetos de poder? Confesso que é preciso medir, e medir e medir, e no final não acharmos o resultado exato das contas. Chego à conclusão que o difícil não é mudar de idéia é não ter idéia nenhuma para ser mudada. Continuo acreditando que é possível fazer diferente, de sermos realistas e sonhadores ao mesmo tempo.  Se não há investimentos reais para a manutenção de nossos valores, para a educação e sobram recursos para a promoção da embriaguês festiva pirotécnica não faremos o amanhã acontecer. Quando é oferecido palquinho para a cultura e mega estrutura para entreter de falsa alegria o nosso povo, configura-se o digo. Neste exato momento desconheço ações e programas culturais no município que estejam avançando para o futuro. Faço questão em dizer que na entrada de minha cidade tem uma placa gótica dizendo: Bem-vindos a terra de Núbia Lafayette. Apesar de desconhecer qualquer contribuição que ela tenha nos deixado além de suas belíssimas interpretações, procuro ser feliz em repetir por onde passo que sou filho natural de Carnaubais.
Zelito Coringa

domingo, 11 de setembro de 2011


Que a união seja de braços, mãos ou pés. Onde juntos se torne um grande circulo, onde todos são iguais, onde o começo possa ser em qualquer uma das partes, onde não haja diferenças, apenas laços que somam o Todo.

kris Melo

sábado, 3 de setembro de 2011

Só de Sacanagem

Meu coração está aos pulos!
Quantas vezes minha esperança será posta à prova?
Por quantas provas terá ela que passar?
Tudo isso que está aí no ar: malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu dinheiro, do nosso dinheiro que reservamos duramente pra educar os meninos mais pobres que nós, pra cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais.
Esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.
Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem pra aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.
Meu coração tá no escuro.
A luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam:
" - Não roubarás!"
" - Devolva o lápis do coleguinha!"
" - Esse apontador não é seu, minha filha!"
Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar. Até habeas-corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar, e sobre o qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará.
Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda eu vou ficar. Só de sacanagem!
Dirão:
" - Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo o mundo rouba."
E eu vou dizer:
"- Não importa! Será esse o meu carnaval. Vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos. Vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau."
Dirão:
" - É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal".
E eu direi:
" - Não admito! Minha esperança é imortal!"
E eu repito, ouviram?
IMORTAL!!!
Sei que não dá pra mudar o começo, mas, se a gente quiser, vai dar pra mudar o final.
Ana Carolina
Composição: Elisa Lucinda