segunda-feira, 31 de maio de 2010

CARNAUBAENSE PRESIDE REUNIÃO EM BRASÍLIA


O Carnaubaense Robson Coringa se encontra em Brasília para presidir mais uma reunião da Câmara de Hortaliças do Ministério da Agricultura. Estará em pauta novamente a criação do IBRAHORT (Instituto Brasileiro de Hortifruti), do qual vem lutando junto a outras entidades no sentido de efetivar este marco histórico. Satisfatoriamente, já foram firmados entendimentos em reuniões anteriores no sentido de viabilizar a criação deste importante órgão brasileiro. O sindicalista potiguar esteve reunido recentemente junto a nova diretoria da Ceagesp – do qual está presidente o senhor Mário Murici, solicitou melhorias urgentes e afirmou ainda que as condições que se encontra hoje o entreposto afeta negativamente a imagem de todos. A Ceeagesp que deverá provocar um sensível aumento de visitantes por ser um dos núcleos da novela Passione. “Precisa atender cada vez melhor os seus permissionários e clientes, voltar a ser um ambiente transitável, ponto turístico cultural da grande São Paulo.” Afirmou.

ENCONTRO DISCUTIRÁ IMPACTO DO LIVRO DIGITAL


O ano de 2010 se apresenta ao mundo editorial brasileiro como um marco das primeiras discussões sistemáticas sobre o futuro do livro digital. Várias reuniões já aconteceram, mas não esgotaram o assunto. Para incrementar o debate, a Associação Brasileira das Editoras Universitárias (Abeu) promove, durante sua reunião anual, mais uma rodada para troca de experiências, ao trazer ao Brasil duas relevantes instituições de fomento e de análise do mercado editorial espanhol: a Federación de Grêmios de Editores de España e a Fundación Germán Sánchez Ruipérez que acabam de realizar estudo sobre o impacto do livro digital no mundo editorial hispânico.

O encontro, que acontece de 7 a 10 de junho, na sede da Fundação Editora da Unesp, recebe na manhã do dia 9 de junho Antonio Maria Ávila Alvarez, diretor executivo da Federación de Grêmios de Editores de España, e Inés Miret, diretora de Neturity (Madrid), para apresentar o projeto espanhol Enclave, sobre a integração da obra com direitos em bibliotecas digitais, abrangendo questões como canais de distribuição, vendas e políticas de preços. Eles também vão mostrar o Programa Dilve, uma plataforma de normalização de metadados digitais.

Galeno Amorim

domingo, 30 de maio de 2010

É ISSO...


"O coração deve ser macio para receber as palavras duras.
Porque duro com duro só constrói muro! "
Pedro Antônio de Oliveira

"Não sou a areia
onde se desenha um par de asas
ou grades diante de uma janela.
Não sou apenas a pedra que rola nas marés do mundo,
em cada praia renascendo outra.
Sou a orelha encostada na concha da vida, sou construção e desmoronamento,
servo e senhor, e sou mistério
A quatro mãos escrevemos este roteiro
para o palco de meu tempo:o meu destino e eu.
Nem sempre estamos afinados,
nem sempre nos levamos a sério."

Lya Luft

sexta-feira, 28 de maio de 2010

“Um país que não lê”



"O Brasil é um país em que poucos têm acesso a livros e, por isso, poucos leem. Essa verdade, que já era conhecida dos brasileiros, agora foi confirmada pelo 1º Censo Nacional das Bibliotecas Públicas Municipais, feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) para o Ministério da Cultura (Minc), em 4.905 cidades de todas as regiões.
Os números são desanimadores. Em pelo menos 420 municípios, a população não conta com nenhuma biblioteca pública. E nem o crescimento significativo dos investimentos feitos pelo governo federal, que aumentaram 1.500% de 2003 a 2009, de R$ 6 milhões para R$95 milhões, mudou a situação negativa.
A principal razão apontada é a falta de estrutura nos municípios, além da necessidade de cumprir muitas exigências burocráticas.
Mas é claro que por trás do problema há uma questão muito mais ampla, que tem raízes culturais, econômicas e políticas, e é antiga na história do Brasil.
A educação pública, em muitos municípios, ainda é encarada por administradores mais como despesa do que processo de crescimento social. Tanto que foi necessário definir na Constituição o percentual mínimo do orçamento que deve ser investido no setor.
À questão de custo se associa a falta de tradição de leitura dos brasileiros.
Por isso, é preciso que, além de liberar verbas, o governo desenvolva projetos de distribuição de livros e incentivo à leitura. E que eles não se restrinjam a bibliotecas. É preciso criar o hábito da leitura desde os primeiros anos na escola, com aulas específicas, profissionais preparados e acervo adequado.
O país não pode cair na armadilha de limitar o processo educacional à transmissão de conhecimentos básicos. A educação precisa ser transformadora e formadora de cidadãos com a melhor bagagem cultural possível. “Afinal, como ensinou Monteiro Lobato, um país se faz com homens e livros.”

FONTE: Editoril de Opinião do Jornal O Dia, publicado na edição do dia 23/05/2010:

UM LIVRO POR ALUNO, AGORA É LEI


Incentivar a leitura nas escolas brasileiras agora é lei. Texto sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva obriga todas as instituições de ensino públicas e privadas a ter bibliotecas, com acervo mínimo de um livro por aluno. A medida pretende tirar do abismo cultural milhares de estudantes que, hoje, não têm acesso ao conhecimento guardado nas páginas dos livros. A lei foi publicada dia 25/5 no Diário Oficial da União (DOU) e as escolas terão prazo máximo de 10 anos para instalar os espaços destinados aos livros, material videográfico, documentos para consulta, pesquisa e leitura. A legislação determina acervo mínimo de um livro por aluno, mas permite que o sistema de ensino responsável pela administração da escola adapte as coleções de acordo com as necessidades de cada instituição. Também caberá aos sistemas – federal, estadual, municipal ou privado – promover a divulgação e preservação do acervo e garantir o bom funcionamento das bibliotecas escolares. A expectativa do MEC é de que a sanção dessa lei desperte nos educadores a consciência para a importância dos espaços literários dentro das unidades de ensino. “A legislação deixa claro para a sociedade que a biblioteca na escola se constitui como espaço fundamental para desenvolvimento do ensino e aprendizagem, e também no âmbito cultural. Há uma diferença significativa entre as bibliotecas públicas e esses espaços de interação com a leitura dentro do ambiente escolar”, explica o diretor de Políticas de Formação, Material Didático e Tecnologias para a Educação Básica do ministério, Marcelo Soares da Silva.
Fonte: Galeno Amorim

quinta-feira, 27 de maio de 2010

A CIDADE (LER) OU ELA NÃO LÊ?


Parabenizo a iniciativa da Semana Literária que está sendo realizada no Município de Carnaubais. Unir a comunidade em prol da leitura é sempre motivo de grande alegria e que essa ou outras iniciativas aconteçam continuamente.
É fácil falar de leitura, é fácil dizer que a mesma é importante, que nos faz viajar e adquirir conhecimentos. Difícil é tomar gosto e fazer da mesma uma prática constante. Será que nós, educadores e representantes do povo refletimos realmente sobre isso? Por que será que o Brasil é considerado um país que não lê? Na verdade temos comprovado uma força infinita de ignorância na leitura. Fala-se muito e pratica-se pouco.
Agora, atento para a seguinte questão de ordem ortográfica: - Qual a escrita correta da frase publicitária divulgada pela secretaria de educação em blogs, panfletos, sites, folders, dentre outros. Afinal de contas, Carnaubais, cidade que LER ou CARNAUBAIS,CIDADE QUE LÊ? Vamos juntos pensar esta questão de nossa língua portuguesa. LER é verbo no infinitivo e é o verbo conjugado no presente do indicativo da terceira pessoa. Segundo os gramáticos a forma conjugada indica ação que está acontecendo agora ou com freqüência. Dessa maneira, a propaganda evidencia ser a Cidade que não lê. Será que ela lê? Ou não tem lido como deveria ler?
Faço esse registro e sugiro que, em relação à gafe cometida, a correção seja feita sem grandes constrangimentos. Carnaubais precisa ser hoje, amanhã e no futuro a cidade que realmente lê e escreve corretamente.

Josélia Coringa

quarta-feira, 26 de maio de 2010

ANTONIO FRANCISCO, PALMAS PARA ¨ATI¨ EM NOSSA TERRA




O poeta, amigo, parceiro, viajante, louco e verdadeiro Antonio Francisco estará hoje em Carnaubais e será mais um vez homenageado no município. Refrescando um pouco a memória, o mestre da literatura de cordel recebeu em 2006 o Troféu Cândio Cambão, ocasião do Festival Violas & Cordéis realizado no Recanto da Artes numa noite de muita poesia com participação de grandes repentistas, dentre eles Geraldo Amâncio, Moacir Laurentino, Sebastião da Silva, Zé Cardoso, Ivanildo Vilanova, Antonio Silva e os representantes locais Hominho Costa e José Jonhson.
Mas, quero falar mesmo é desse ser diferente de todo mundo, digo que não há adjetivos para defini-lo. Antoi de Nira, Ati, homem de uma grandeza incalculável que tenho a felicidade de compartilhar dos tamboretes de sua cozinha, sorte ainda por estarmos juntos, ligados pela força da poesia, esse elo que une os homens sem resquícios de mesquinharias. Antonio é do lado da arte assim como eu. Palmas, muitas palmas, muitas palmeiras, e das estradas muitas beiras para dedos de prosa.
*ATI - Antonio Francisco na intimidade familiar
Zelito Coringa

terça-feira, 25 de maio de 2010

MENSAGEM DE DALAI-LAMA


Se você quer transformar o mundo, experimente primeiro promover o seu aperfeiçoamento pessoal e realizar inovações no seu próprio interior. Estas atitudes se refletirão em mudanças positivas no seu ambiente familiar. Deste ponto em diante, as mudanças se expandirão em proporções cada vez maiores. Tudo o que fazemos produz efeito, causa algum impacto.

Se existe amor, há também esperança de existirem verdadeiras famílias, verdadeira fraternidade, verdadeira igualdade e verdadeira paz. Se não há mais amor dentro de você, se você continua a ver os outros como inimigos, não importa o conhecimento ou o nível de instrução que você tenha, não importa o progresso material que alcance, só haverá sofrimento e confusão no cômputo final. O homem vai continuar enganando e subjugando outros homens, mas insultar ou maltratar os outros é algo sem propósito. O fundamento de toda prática espiritual é o amor. Que você o pratique bem é meu único pedido.

Determinação, coragem e autoconfiança são fatores decisivos para o sucesso. Não importa quais sejam os obstáculos e as dificuldades. Se estamos possuídos de uma inabalável determinação, conseguiremos superá-los. Independentemente das circunstâncias, devemos ser sempre humildes, recatados e despidos de orgulho.

Seria muito mais produtivo se as pessoas procurassem compreender seus pretensos inimigos. Aprender a perdoar é muito mais proveitoso do que simplesmente tomar de uma pedra e arremessá-la contra o objeto de sua ira. Quanto maior a provocação, maior a vantagem do perdão. É quando padecemos os piores infortúnios que surgem as grandes oportunidades de se fazer o bem a si e aos outros.

A agressão é uma tendência que faz parte do nosso íntimo. Por isso, temos de lutar contra nós mesmos. Homens criados em ambientes rigorosamente não-violentos acabaram se transformando nos mais horríveis carniceiros. O que prova que a semente da mais insana agressividade mora nas profundezas de cada um de nós. Mas nossa verdadeira natureza é de modo geral pacífica. Todos nós conhecemos as agitações da alma humana, que está sujeita a imprevistos assustadores. Mas essa não é a sua força dominante. É possível e é necessário dominar a agressividade.

O que mais nos incomoda é ver nossos sonhos frustrados. Mas permanecer no desânimo não ajuda em nada para a concretização desses sonhos. Se ficamos assim, nem vamos em busca dos nossos sonhos, nem recuperamos o bom humos! Este estado de confusão, propício ao crescimento da ira, é muito perigoso. Temos de nos esforçar e não permitir que a nossa serenidade seja perturbada. Quer estejamos vivenciando um grande sofrimento, ou já o tenhamos experimentado, não há razão para alimentarmos o sentimento de infelicidade.
A felicidade é um estado de espírito. Se a sua mente ainda estiver num estado de confusão e agitação, os bens materiais não lhe vão proporcionar felicidade. Felicidade significa paz de espírito.

É através da arte de escutar que seu espírito se enche de fé e devoção e que você se torna capaz de cultivar a alegria interior e o equilíbrio da mente. A arte de escutar lhe permite alcançar sabedoria, superando toda ignorância. Então, é vantajoso dedicar-se a ela, mesmo que isto lhe custe a vida. A arte de escutar é como uma luz que dissipa a escuridão da ignorância. Se você é capaz de manter sua mente constantemente rica através da arte de escutar, não tem o que temer. Este tipo de riqueza jamais lhe será tomado. Essa é a maior das riquezas.

Quando estiver praticando a caridade, faça-o com alegria e com um semblante radiante. Devemos praticar a caridade com um sorriso no rosto e otimismo no coração.

O aprimoramento da paciência requer a presença de alguém que deliberadamente nos faça mal. Esse tipo de pessoa nos dá a chance de praticarmos a tolerância. A nossa força interior é posta à prova com mais intensidade do que aquela de que o nosso guia espiritual seria capaz. Em essência, o exercício da paciência nos protege da perda da confiança.

domingo, 23 de maio de 2010

FRASE DE HOJE.


"Jamais haverá ano novo, se continuar a copiar os erros dos anos velhos." (Luis de Camões)

Fácil e difícil


Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que se expresse sua opinião...
Difícil é expressar por gestos e atitudes, o que realmente queremos dizer.

Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias...
Difícil é encontrar e refletir sobre os seus próprios erros.

Fácil é fazer companhia a alguém, dizer o que ela deseja ouvir...
Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer a verdade quando for preciso.

Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar sobre a
mesma...
Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer.

Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo o deixa irritado...
Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece.

Fácil é viver sem ter que se preocupar com o amanhã...
Difícil é questionar e tentar melhorar suas atitudes impulsivas e as vezes impetuosas, a cada dia que passa.

Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar...
Difícil é mentir para o nosso coração.

Fácil é ver o que queremos enxergar...
Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto.

Fácil é ditar regras e, Difícil é segui-las...
Título original: Reverência ao destino (Carlos Drummond de Andrade)

quinta-feira, 20 de maio de 2010

FELIZ ANIVERSÁRIO ZÉ!



QUE SEUS VERSOS E CANÇÕES TOQUEM MUITOS CORAÇÕES.

Feliz Aniversário
e um feliz dia para cada amanhecer que chegar em sua vida!!!
Busque sempre o equilíbrio entre o ser e o poder, entre o ter e o querer, se apoie na fé em Deus e nos ensinamentos que ficaram...

Você é um ser humano de grandes qualidades
e virtudes!!!
Parabéns!!!
ESTAREMOS SEMPREE JUNTOS
Josélia e demais irmãos.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

CARTA À REPÚBLICA


Sim é verdade, a vida é mais livre
o medo já não convive nas casas, nos bares, nas ruas
com o povo daqui, e até dá pra pensar no futuro e ver nossos filhos crescendo e sorrindo mas, eu não posso esconder a amargura, ao ver que o sonho anda pra trás
e a mentira voltou, ou será mesmo que não nos deixara?
A esperança que a gente carrega é um sorvete em pleno sol
o que fizeram da nossa fé? Eu briguei, apanhei, eu sofri, aprendi,
eu cantei, eu berrei, eu chorei, eu sorri, eu saí pra sonhar meu País
e foi tão bom, não estava sozinho a praça era alegria sadia
o povo era senhor e só uma voz, numa só canção.
E foi por ter posto a mão no futuro que no presente preciso ser duro,
que eu não posso me acomodar, Quero um País melhor.

Milton Nascimento & Fernado Brant

SE AS MUDAS FALASSEM




Ao chegar em Caxias no Estado do Maranhão - Bateu-me uma grande alegria ao vê logo na estrada da cidade uma imensa fileira de palmeiras todas na mesma altura.
Naquele instante um insight de memória afetiva desalinhou meu juízo. Cidade cuidadosamente arborizada e por coincidência com a mesma planta típica que temos aqui em abundância, pensei que estivesse chegando à Capital dos Carnaubais, mas era mentira do meu pensamento viajante. Pus os pés no chão naquele chão maranhense e escrevi num pedaço de guardanapo isto: Carnaúba, cuandu, quandu, Carnaubeira, símbolo da maior resistência dos aluviões varzeanos, tronco de proteção das ribanceiras, da prosperidade e de palmas que além de produzirem o sustento temporário de muitos bêradeiros apontam a direção do céu na sua palma de cera riquíssima e do mais profundo olho. Quem sabe em pedido de socorro pela devastação ilegal e outros absurdos visíveis, chore sem dizer a dor sentida. Como sujeito encabrestado de poesia dou meu testemunho de fé e coragem em expor esse sentimento verdadeiro, empresto a voz com firmeza a esta causa justíssima, sem a medida da métrica.
Parabenizo quem tomou à iniciativa de plantar as mudas, de firmar o que ainda nos resta como atrativo paisagístico expondo-as em plena via pública. Sabemos que algumas dessas teimosas mudinhas se encontram firmes querendo expandir sua raiz no solo asfaltico e entregue a própria sorte. Qualquer cidadão revestido de bom senso sabe que, não ouve seleção adequada, retirada e plantio dessas inocentes mudas feitas ao acaso de brotar a vida com vivacidade. Portanto, por serem mudas de verdade, quero aqui falar por elas como mero ambientalista. Arborizar não é isso não. Percebe-se amadorismo ao lidar com os brotos, falta de planejamento e resultado exposto aos visitantes atentos como um jardim sem começo, meio e fim. Desejo vislumbrar ao chegar a minha cidade e ao sair para tocar a vida, igualdade e harmônia, deixando para trás e vendo lá na frente a mais bela fotografia. Se as mudas falassem diriam exatamente o que sentem, o que sinto e que não mudo, falo.

Zelito Coringa

terça-feira, 18 de maio de 2010

lya luft

A canção de qualquer mãe
"Filhos, vocês terão sempre me dado muito mais do que esperei
ou mereci ou imaginei ter"


Que nossa vida, meus filhos, tecida de encontros e desencontros, como a de todo mundo, tenha por baixo um rio de águas generosas, um entendimento acima das palavras e um afeto além dos gestos – algo que só pode nascer entre nós. Que quando eu me aproxime, meu filho, você não se encolha nem um milímetro com medo de voltar a ser menino, você que já é um homem. Que quando eu a olhe, minha filha, você não se sinta criticada ou avaliada, mas simplesmente adorada, como desde o primeiro instante.


Que, quando se lembrarem de sua infância, não recordem os dias difíceis (vocês nem sabiam), o trabalho cansativo, a saúde não tão boa, o casamento numa pequena ou grande crise, os nervos à flor da pele – aqueles dias em que, até hoje arrependida, dei um tapa que ainda agora dói em mim, ou disse uma palavra injusta. Lembrem-se dos deliciosos momentos em família, das risadas, das histórias na hora de dormir, do bolo que embatumou, mas que vocês, pequenos, comeram dizendo que estava maravilhoso. Que pensando em sua adolescência não recordem minhas distrações, minhas imperfeições e impropriedades, mas as caminhadas pela praia, o sorvete na esquina, a lição de casa na mesa de jantar, a sensação de aconchego, sentados na sala cada um com sua ocupação.

Que quando precisarem de mim, meus filhos, vocês nunca hesitem em chamar: mãe! Seja para prender um botão de camisa, ficar com uma criança, segurar a mão, tentar fazer baixar a febre, socorrer com qualquer tipo de recurso, ou apenas escutar alguma queixa ou preocupação. Não é preciso constrangerem-se de ser filhos querendo mãe, só porque vocês também já estão grisalhos, ou com filhos crescidos, com suas alegrias e dores, como eu tenho e tive as minhas. Que, independendo da hora e do lugar, a gente se sinta bem pensando no outro. Que essa consciência faça expandir-se a vida e o coração, na certeza de que aquela pessoa, seja onde for, vai saber entender; o que não entender vai absorver; e o que não absorver vai enfeitar e tornar bom.

Que quando nos afastarmos isso seja sem dilaceramento, ainda que com passageira tristeza, porque todos devem seguir seu caminho, mesmo que isso signifique alguma distância: e que todo reencontro seja de grandes abraços e boas risadas. Esse é um tipo de amor que independe de presença e tempo. Que quando estivermos juntos vocês encarem com algum bom humor e muita naturalidade se houver raízes grisalhas no meu cabelo, se eu começar a repetir histórias, e se tantas vezes só de olhar para vocês meus olhos se encherem de lágrimas: serão apenas de alegria porque vocês estão aí. Que quando pareço mais cansada vocês não tenham receio de que eu precise de mais ajuda do que vocês podem me dar: provavelmente não precisarei de mais apoio do que do seu carinho, da sua atenção natural e jamais forçada. E, se precisar de mais que isso, não se culpem se por vezes for difícil, ou trabalhoso ou tedioso, se lhes causar susto ou dor: as coisas são assim. Que, se um dia eu começar a me confundir, esse eventual efeito de um longo tempo de vida não os assuste: tentem entrar no meu novo mundo, sem drama nem culpa, mesmo quando se impacientarem. Toda a transformação do nascimento à morte é um dom da natureza, e uma forma de crescimento.

Que em qualquer momento, meus filhos, sendo eu qualquer mãe, de qualquer raça, credo, idade ou instrução, vocês possam perceber em mim, ainda que numa cintilação breve, a inapagável sensação de quando vocês foram colocados pela primeira vez nos meus braços: misto de susto, plenitude e ternura, maior e mais importante do que todas as glórias da arte e da ciência, mais sério do que as tentativas dos filósofos de explicar os enigmas da existência. A sensação que vinha do seu cheiro, da sua pele, de seu rostinho, e da consciência de que ali havia, a partir de mim e desse amor, uma nova pessoa, com seu destino e sua vida, nesta bela e complicada terra. E assim sendo, meus filhos, vocês terão sempre me dado muito mais do que esperei ou mereci ou imagine

domingo, 16 de maio de 2010

PARCERIA COM UM CABRA CANGACEIRO



Recebi do amigo Kyldemir Dantas presidente da SBEC – Sociedade Brasileira de Estudo do Cangaço um poema intitulado – Derna de 1912 – Escrito em homenagem ao Mestre Luiz Gonzaga, com a sua permissão chafurdei por alguns dias na letra buscando a melodia. Firmo a nossa primeira parceria – rebatizada de Lua no Terreiro – Canção que estará inserida no próximo show. O irrequieto Kyldemir Dantas é funcionário da Petrobrás, Cordelista, estudioso escrevinhador, amante dos valentes sertanejos, apologista de cantador e de tudo que é regionalismo. Que venham outros e outros escritos, "lhe agaranto" serão todos musicados para aumentar a horta do violeiro. Valeu meu cangaceiro, cabôco amigo atencioso.

  • Zelito Coringa

sexta-feira, 14 de maio de 2010

BENDITA COMPANHIA TODO SANTO DIA

Festivo encontro de grandes novos compositores da música Brasileira, instrumentistas de várias regiões do Brasil. Daqui da terra dos Carnaubais levei o meu sotaque nordestino e um bisaco cheio de canções.
Tenho a felicidade de fazer parte desse time grandioso chamado BENDITA COMPANHIA.
Aqui segue a letra de uma canção composta por mim e parceiros no Sítio Santa Bárbara - Em Juquitiba/SP - Recanto de sossego do escritor, Jornalista e Presidente da Fundação Padre Anchieta - TV & Rádio Cultura, o querido Paulo Markun, homem do Roda Vida e autor de Anita Garibaldi, Cabeça de Vaca e tantos outros feitos culturais de enorme relevância cultural para o Brasil.
Esta canção já está sendo gravada pelo Pianista Catarinense Caio César Muniz, e que devo gravar também no meu próximo CD. A letra fala basicamente desse intercâmbio de artistas de várias regiões do país, da comunhão da arte e da busca de um novo fezer artístico.

Vou seguir o meu caminho construir meu ninho onde haja sol,
Deixar a luz brilhar de dentro sai desse relento larga de ser só,
Se preciso dê um jeito de fazer direito desatar o nó,
Esse nó tá na garganta a gente canta espanta, faz fica melhor,
Pra cantar e ser, pra cantar e ser feliz...
Vou juntar de grão em grão pôr tudo na canção,
Buscar a harmônia, é de noite, é de dia bendita companhia
Benditos negros uns.
juntos nós somos forte é o sul e o norte do mesmo país,
É de noite, é de dia bendita companhia,
Benditos somos uns.

Compositores:
Zelito Coringa (RN) Marcoliva  (RS) Caio César Muniz (PR)
Tatiana Cobbett (SP) Joubert Narciso (MG)  Rafael Calegari (SC)

CARTA À REPÚBLICA



Sim é verdade, a vida é mais livre
o medo já não convive nas casas, nos bares, nas ruas
com o povo daqui, e até dá pra pensar no futuro
e ver nossos filhos crescendo e sorrindo,
mas eu não posso esconder a amargura,
ao ver que o sonho anda pra trás e a mentira voltou,
ou será mesmo que não nos deixara?
A esperança que a gente carrega é um sorvete em pleno sol,
o que fizeram da nossa fé?
Eu briguei, apanhei, eu sofri, aprendi,
eu cantei, eu berrei, eu chorei, eu sorri,
eu saí pra sonhar meu País
e foi tão bom, não estava sozinho
a praça era alegria sadia
o povo era senhor
e só uma voz, numa só canção.
E foi por ter posto a mão no futuro
que no presente preciso ser duro,
que eu não posso me acomodar,
Quero um País melhor.

Milton Nascimento & Fernando Brant

quinta-feira, 13 de maio de 2010

O OLHO


Um dia, disse o Olho: "Vejo, além destes vales, uma montanha velada pela cerração azul. Não é bela?
O ouvido pôs-se à escuta e, depois de ter escutado atentamente algum tempo, disse: "Mas onde há qualquer montanha? Não ouço."
Então, a mão falou:"Estou tentanto em sentí-la, e não encontro montanha alguma."
E o nariz disse: Não lhe sinto o cheiro."
Então, o olho voltou-se para outra parte; e todos começaram a conversar sobre a estranha alucinação do olho. E diziam: "Há qualquer coisa errada como o Olho."

Do Livro: O Louco - Gibran Khalil Gibran

quarta-feira, 12 de maio de 2010

LEITURA DE UM CLÁSSICO VARZEANO




Estive a semana passada na cidade de Pendências e recebi de presente da Fundação de Cultura Felix Rodrigues – Um valioso exemplar do Livro Terras de Camundá – de Manoel Rodrigues de Melo. Li numa tirada só, livro bom demais de ler. O autor faz uma viagem maravilhosa pelos tipos, pelas paisagens e costumes dos moradores do seu lugarejo. Romance escrito em forma de roteiro cinematográfico, em que cada palavra nos faz enxergar uma fotografia em movimento. Ao ler pude sentir o cheiro e a cor de todos os personagens ali descritos, gente que diante da falta de tudo, preservam a amizade, a alegria, as brincadeiras de criança e as conversas bem no pé da cozinha. E assim o cronista maior da nossa região rebatiza a sua querida cidade. Pendências se faz na sua fértil imaginação de homem visionário à promissora Felisópolis. Os diálogos curiosos e carregados de linguagem simples do seu povo enriquecem com perfeição e essência este livro, pura síntese de um cotidiano passado que ainda se repete em muitos recantos fincados as margens do bravo Piranhas Açu.
O grande construtor das letras potiguares Manoel Rodrigues de Melo sonhou a felicidade para a sua terra, e acredito que todos os poetas também sonham a sua.
Depois dessa leitura somente desejo sorte aos moradores das terras de Camundá, que sigam rumo a polis feliz, e que o desenvolvimento chegue e com ele a felicidade sonhada,
longe das pendências do tempo que a nossa vizinha siga construindo o futuro agora.
Daqui da capital das Quandús busco um codinome para sonhar a minha terra também.

Por Zelito Coringa

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Crônica da Semana - MAMÃE JÁ ME DIZIA



Quando o sol aponta cortando as palmas das carnaubeiras e a luz anuncia a alvorada, debruço-me num papel e na ponta da língua escrevo ao primeiro domingo de maio de 2010, minhas considerações. Não suporto mais vê a boiada rumo às capoeiras sentindo o cheio de esperançosas chuvas, da babuje ou quem sabe matar a sede na insalubre àgua do poço.
Sinto-me cada vez mais consciente de que Mamãe nasceu à frente do seu tempo, me deixou um tesouro precioso, a sutileza da verve poética.
Dizia-me solenemente antes da partida: - O chamariz continuará sendo o mesmo no manejo, basta zunir o megafone do circo com ofertas de pão. Os bordões das miúdas palavras como antigamente chegarão aos ouvidos do povo, fora a ilusão das cores juntas no mesmo alto falante. Aos que são órfão de mãe verdadeira e desatenta na busca do novo, rezo e nas horas que enfeitam os recantos e as musas cantam, prezo. Cada mãe presente é um presente de mãe, mesmo que precocemente.
Atento ao amor dos filhos, legado maior e sustança de carinho em toda vida. Dou um giro afoito e nos quatros cantos avisto, no encontro dos caminhos da bafejada terra, claramente fartarem-se na carência dos mais famintos, desaparecidos aparecerem ligeiramente para festa aguçando os olhos na mesa exposta. Na praça a reunião dos parentes, nas casas o centro da sala vira o centro de referência. Findadas as reuniões, serenatas e as ceias matutinas, chega-se a amorosa tardinha, de bingos democráticos em que a lira canta sorrateiramente, os burburinhos adentram as taperas, sobrados e lares alpendrados festejam votos. Enquanto isso na rede, escrevo, leio e vejo fotos de um velho retrato varzeano.
Mamãe já me dizia: Há motivos de sobra para seguirem adiante.

Por Zelito Coringa – Crônicas do Blog

quinta-feira, 6 de maio de 2010

A MULHER E O REINO


Oh! Romã do pomar, relva esmeralda
Olhos de ouro e azul, minha alazã
Ária em forma de sol, fruto de prata
Meu chão, meu anel , cor do amanhã
Oh! Meu sangue, meu sono e dor, coragem
Meu candeeiro aceso da miragem
Meu mito e meu poder, minha mulher
Dizem que tudo passa e o tempo duro
tudo esfarela
O sangue há de morrer
Mas quando a luz me diz que esse ouro puro se acaba pôr finar e corromper]
Meu sangue ferve contra a vã razão
E há de pulsar o amor na escuridão

Ariano Suassuna

O POVO NÃO QUER SÓ COMIDA.

Fazer parte desta trupe liderada pelo incansável parceiro Dionízio do Apodi é motivo de enorme alegria e realização. Saber que verdadeiramente ser artísta nesse país não é está no topo da fama promovendo o banalismo, o bundi-arreganhismo, os reboleixôxô, os forrós de mal gosto, e todo um repertório que corrói cada vez mais a mente de nossos jovens. Uma nação somente evolui se as questões culturais forem levadas em conta, e que haja conta para pagar e oferecer ao povo o que é bom em todos os sentidos. O projeto Rodovia Nordeste de Teatro cumpre esse dever. Fazer os Shows de abertura dos espetáculos do O'Pessoal do Tarará é tamanho aprendizado. Vê a presença marcante das crianças, a curiosidade dos jovens e o aplauso geral do povo me faz seguir adiante com a viola em punho. "Cantando de sertão afora sem temer a nove hora dos governos"
A próxima etapa está prevista para Julho, onde partiremos de Salvador-BA à cidade de Assú-RN em pleno coração do vale dos carnaubais, terra que se diz ser dos poetas.



domingo, 2 de maio de 2010

O ARQUITETO DE SONHOS


Se caminhar é seguir caminhos atravessando obstáculos,
A largada foi dada desde os primórdios da vida rumo à sobrevivência.
- Tire as pedras do caminho e faça o abrigo com as mesmas,
Assim disse um poeta em primeira pessoa:
As pedras de mágoas não devem ser levadas no bornó da existência.
Afinal o que você quer dizer com isso, meu caro arquiteto de sonhos?
- Prefiro as bolhas de sabão suspensas no ar, tudo que eleve.
E o que diz sobre as duras pedras?
Se na base da construção existe firmeza, as paredes virão feitas de suor e terra.
Fazer o futuro com areia movediça faz cair o castelo ao soprar do mais leve vento.
Ergue-lo sobre a água do poço torna-se metamorfose ambulante na correnteza...
A nova opinião fica velha rapidamente, seu uso não serve ao sobre tudo.
Nem ao rei, nem aos súditos, muitos mesmos aos aliados e fiéis escudeiros...
Aos assentados no chão de Deus, somente Deus para mantê-los vivos na tapera.
Nada de pedra, nada de tijolo, nada de concreto, nada piso de madeira...
lona no teto, talo na porta, bico de luz iluminando uma só bandeira...
Muitas cores juntas são lindas demais quando estão em sintonia verdadeira.
Espero que saibam que estou falando do mito da caverna.
Peço perdão a qualquer pessoa e a Fernando Pessoa pela desordem deste poema.
Não gosto das pedras. Delas levo apenas a poeira das lições positivas.
Prefiro a leveza do meu castelo de vento soprando as folhas do juazeiro.
Dez mil vezes repito o simples padre nosso como exército de defesa.
E digo não ao sincrético das promessas mal feitas.
Viver é ter otimismo de sobra movendo a montanha inteira.
Se o tamanho da pedra for do tamanho da torre de babel,
De cima dela e mais perto do céu recitarei de improviso o sermão da montanha.
Com os pés pisando a rocha firmemente direi:
Assim foi crucifixado o filho de Deus,
Dizendo que havia luz,
Ninguém acreditou,
Ele se fez luz.
Todos riram.
Ele transcendeu a própria luz.
Centelhas de Poemas: Zelito Coringa

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