quinta-feira, 19 de agosto de 2010

UM GRITO NA ESCURIDÃO






Hoje acordei com vontade de escrever, com vontade de dizer o que sinto, há quem diga que sou pessimista, percebo nos olhos nas horas que falo o que penso, mas continuo a pensar o que penso e sigo fazendo minha porção do que posso fazer para o mudar o que sinto, há quem diga que não dou minha parcela de soma. Mas aí retruca o meu pensamento, eu sei o que sei e busco melhorar o que sou a cada dia, livre do tédio das horas fingidas e vazias. E, no convivio diário e no além do que sei, vejo pessoas disfarçando ser otimistas. Então ouso definir: - os maiores otimistas não são aqueles que ocultam os seu ideais, são os que continuam acreditando na vida, apesar do que observam. Não são os que cobrem o rosto para esconder o que pensam.
As vezes porém, sinto um aperto no peito quando penso na educação. Sinto uma vontade louca de gritar implorando clemência, mas a quem devo fazer o apelo?
O que fazer com os jovens nos dias de hoje? Nas escolas, nas ruas são tantos soltos sem rumo rasgando duras lições. Um amontoado de vidas, sem vida, em salas de aula, as aulas se tornam um tédio e ainda há quem diga que nao! Apesar dos tantos investimentos, das bibliotecas sortidas de livros, dos quadros brancos, das salas de informática (ainda que fechadas), dos caríssimos instrumentos musicais frutos dos projetos que não se projetam, esperando um instrutor capacitado para passar as notas e para entoar uma música que encante os ouvidos de alguám, das disfarçadas e mal administradas ações do governo. Assim, não há prosperidade, não há entusiasmo, não há educação!
Brigas banais e desrespeito viram rotina, dirigentes se perdem em suas lidas, pais declaram não ter o que fazer e jogam para escola a responsabilidade de educar seus filhos, professores sem rumo, desorientados imploram socorro. A importância de estudar já não faz parte dos sonhos de muitos. As escolas viraram depósitos de pessoas sem brilho. Que tipo gente estamos nos tornando? Quem afinal estamos sendo? Será que cumprimos o nosso dever?
E no futuro bem próximo? O que estará fazendo essa gente? Que contribuição estará dando ao mundo? Que mundo estaremos vivendo? O que fazer para mudar o rumo, o leme? Não dá para sorrir e dizer que tudo vai bem. Especialmente na minha terra dos velhos carnaubais, dos leques, que de verdes se tornam cinzas. Pelo menos ao invés de disfarçar, procuremos descobrir a ordem da nossa missão e plantemos a semente do bem. Um mundo melhor ainda podemos erguer, alguma luz um dia há de chegar.
JOSÉLIA CORINGA

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