terça-feira, 10 de agosto de 2010

ATUAIS VARZENGANOS


O universo permite o encontro dos diversos num único sol?
A terra é redonda demais para ter pontiagudas facas?
- No final das contas tudo gira, gira, gira feito girassol.
E o quadrado se faz roda, roda viva, viva, vida na rodagem?
Escutando o batuque que fura a rocha profunda do asfalto.
Vejo os cascos dos cavalinhos galopando presos no cabresto de metal. Correm para as profundezas vulcânicas do planeta e sugam o suco ancestral. Nada de tropeiros e quicés no alforje da tecnologia aquecida. Em lugar comum não quero ser mais um perdido na poética. No centro da velha tribo dos Janduís eu faço essa simples pergunta: Que divisa divide o meu arrebol? O baixio da poesia não deveria ser o reduto da produção literária?
A bacia hidrográfica dos ribeirinhos a quem serve e serviu nos seus cacimbões? A força energética dos assentados na cumeeira do progresso, como se esvaiu? Aonde foi parar as luzes dos postes que seguem o curso do majestoso rio? O que será que vale mesmo nessa rifa de carneiro, jogatina de baralho sem a carta do coringa? O manhoso que lambe o mel de nosso poço já foi moço, um tributino no apanhado das fichas do carteado e engodos de tampinhas e buraco de sola. Agora vem outro moço com talquinho no rosto bater a parada do jogo? Digam-me que moço é esse, em qual universidade aprendeu sua retórica, onde engrossou o pescoço? Espero que não haja mais imbróglios entre o Povo das Quandus e o poço verde seja nosso. Nossa gente não é boiada, muito mesmo cachorro que vive de roer sempre o osso. No meio de toda essa embostagem political sou apenas um poeta afoito: Que as mãos sejam dadas a velha palmatória e uma nova lição seja aprendida.
O Futuro será feito em longas distâncias, e o novo quando virá, perguntam-me?
- Ora comovo-me, não sou profeta, corro atrás de resultados.
- Carnaubais ai de ti meu chão batido, dividido e aclamado pelo silêncio das palmas.
- Como diz Pizuin embriagado: Ai meu ovo, ai meu ovo, gemer de dor é assim.

Zelito Coringa - Poemas, canções e textos inéditos

Nenhum comentário: