segunda-feira, 16 de agosto de 2010

FALANDO DE SILÊNCIO

Todo artista tem de ir aonde o povo estáMilton Nascimento nos deixa claro essa missão. Acredito que o povo precisa também chegar mais perto do artista, se não a arte não existe. Faz parte do meu show, afirmou Cazuza: Faço promessas malucas tão curtas...O aplauso e o prazer de está no palco ou na platéia devem ser a mesmo. Tenho visto algumas cenas que me chamam a atenção, principalmente na seara da política. Sem o atrativo dos batuques a população não possui mais estímulos para ouvir as novas propostas e boa vontade de alguns políticos. Ninguém escuta mais o silencio e ouvir o outro é silenciar sempre. Nessas horas da madrugada que desato a metralhadora e o pensamento impulsionado a discutir as questões que determina a nossa vida enquanto cidadão. Vem-me o desejo de falar sem qualquer ranço, mágoa, ressentimento de algumas coisas passadas aqui mesmo na órbita da terra. Preciso dizer que ainda está em silencio meu voto, não sei se isso tem alguma serventia, se influi ou não influi, o certo é que não votarei em nenhuma das postulações apresentadas no município pela situação. Usando o direito de me expressar neste espaço, espero que minha cidade tome o rumo do desenvolvimento, que se abram os currais da consciência e observem o que tem de errado. Tenho pena de vê a juventude solta na buraqueira da sorte, dos melindres melindrosos, da falta de estímulos verdadeiros, da cultura, da educação e da construção da própria formação política e intelectual desse futuro. Nada disso que se apresenta hoje é o que sonhávamos no passado, nada do que já passou e que passa o que defendíamos na praça, quando não havia praça e bem me lembro. Alguém pode até dizer nada do que já se apresentou até agora é o que merecemos. Eu digo que tudo que se encontra é fato consumado.
Todos os sonhos foram desfeitos, a espera de alguns, a luta brutal de outros, a persistência e a coerência, o elo perdido, o vai e vem, a troca, a fofoca, o disse-me-disse, a pressa de pegar um atalho e a falta de atalho no fim. Foi-se o tempo da vibração esperançosa, do estudo das conjunturas, da verdadeira prosa. É duro o estranho da falta de recíproca ao que se apresenta de novo. Mataram a alegria nessa fórmula passageira do sorriso meia boca. Do fundo da minha alma desejo sorte a todos que se encorajam chegar à frente do povo, aos que ainda reconheço, já que muitos endureceram, desaprenderam ou perderam a noção de tudo.

Zelito Coringa

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