domingo, 2 de maio de 2010

O ARQUITETO DE SONHOS


Se caminhar é seguir caminhos atravessando obstáculos,
A largada foi dada desde os primórdios da vida rumo à sobrevivência.
- Tire as pedras do caminho e faça o abrigo com as mesmas,
Assim disse um poeta em primeira pessoa:
As pedras de mágoas não devem ser levadas no bornó da existência.
Afinal o que você quer dizer com isso, meu caro arquiteto de sonhos?
- Prefiro as bolhas de sabão suspensas no ar, tudo que eleve.
E o que diz sobre as duras pedras?
Se na base da construção existe firmeza, as paredes virão feitas de suor e terra.
Fazer o futuro com areia movediça faz cair o castelo ao soprar do mais leve vento.
Ergue-lo sobre a água do poço torna-se metamorfose ambulante na correnteza...
A nova opinião fica velha rapidamente, seu uso não serve ao sobre tudo.
Nem ao rei, nem aos súditos, muitos mesmos aos aliados e fiéis escudeiros...
Aos assentados no chão de Deus, somente Deus para mantê-los vivos na tapera.
Nada de pedra, nada de tijolo, nada de concreto, nada piso de madeira...
lona no teto, talo na porta, bico de luz iluminando uma só bandeira...
Muitas cores juntas são lindas demais quando estão em sintonia verdadeira.
Espero que saibam que estou falando do mito da caverna.
Peço perdão a qualquer pessoa e a Fernando Pessoa pela desordem deste poema.
Não gosto das pedras. Delas levo apenas a poeira das lições positivas.
Prefiro a leveza do meu castelo de vento soprando as folhas do juazeiro.
Dez mil vezes repito o simples padre nosso como exército de defesa.
E digo não ao sincrético das promessas mal feitas.
Viver é ter otimismo de sobra movendo a montanha inteira.
Se o tamanho da pedra for do tamanho da torre de babel,
De cima dela e mais perto do céu recitarei de improviso o sermão da montanha.
Com os pés pisando a rocha firmemente direi:
Assim foi crucifixado o filho de Deus,
Dizendo que havia luz,
Ninguém acreditou,
Ele se fez luz.
Todos riram.
Ele transcendeu a própria luz.
Centelhas de Poemas: Zelito Coringa

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