De acordo com a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), a utilização de bebidas alcoólicas é responsável por 30% dos acidentes de trânsito. E metade das mortes, segundo o Ministério da Saúde, está relacionada ao uso do álcool por motoristas. Diante deste cenário preocupante, a Lei 11.705/2008 surgiu com uma enorme missão: alertar a sociedade para os perigos do álcool associado à direção.
Para estancar a tendência de crescimento de mortes no trânsito, era necessária uma ação enérgica. E coube ao governo federal o primeiro passo, desde a proposta da nova legislação até à aquisição de milhares de etilômetros. Mas para que todos ganhem, é indispensável a participação de estados, municípios e sociedade em geral. Porque para atingir o bem comum, o desafio deve ser de todos. (Disponível em www.dprf.gov.br . Acesso em: 20 jun. 2013)
O primeiro parágrafo traz informações que comprovam a influência do álcool em acidentes e mortes no trânsito, e mostra a importância da Lei 11.705/2008 para alertar sobre os riscos de associar álcool a direção. O segundo, a partir da conjunção adversativa (mas), cita uma condição para que a lei produza os seus efeitos: haver a participação de todos.
A eventual omissão de estados, municípios e da sociedade tornaria inúteis os esforços dos que se empenharam para criar e aprovar a nova legislação. Esse era um dado problemático, e praticamente se impunha ao candidato o dever de comentá-lo, discuti-lo, posicionar-se sobre ele. Isso poderia ser feito por meio da resposta a questões como: o que impede que estados e municípios participem do desafio de cumprir a lei? qual a melhor forma de estimular essa participação?
Saber usar os textos motivadores concorre para que se produza uma boa redação... Uma das funções desses textos é despertar ideias para o desenvolvimento do tema. Outra, não menos importante, é ajudar a manter o foco temático (o desrespeito ao foco é um dos problemas mais graves na produção textual).
O candidato deve aproveitar os textos motivadores sem copiar, pois cópias não são consideradas para a contagem do número de linhas e podem, quando em excesso, levar ao 0 (zero) (Cf. o Guia do Participante Enem 2013, p. 11). Há professores que, temendo essa possibilidade, chegam ao absurdo de dizer aos alunos que os ignorem. Essa é uma orientação insensata e mesmo irresponsável, pois desconsidera que os textos existem para servir de orientação. Não estão ali por acaso, ou para enfeite. Ignorá-los pode fazer com que o candidato escreva uma redação genérica, tangenciando o tema. Além disso, priva-o de ter acesso a tópicos que podem (e às vezes devem) ser desenvolvidos.
Há nos textos motivadores, como se vê, informações que se prestam a discussão e sugerem pontos de vista a ser adotados pelo candidato. A banca os seleciona por ver neles aspectos relevantes do tema. Por outro lado, aproveitar esses textos de modo algum significa ficar preso a eles. Limitar a argumentação às sugestões que trazem, ou aos questionamentos que propõem, pode gerar um texto repetitivo e dar a entender que o candidato não tem ideias próprias. É preciso usá-los como estímulos, referências, e não como camisas de força.
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