sexta-feira, 23 de outubro de 2009

MULHERES NO PODER


Muito se tem falado nos últimos tempos sobre a
ascensão das mulheres e sobre o crescimento da importância
do seu papel nos mais diferentes segmentos
da sociedade. Já é comum, inclusive, a presença
de mulheres exercendo a função mais destacada na
administração de diversos países. Por sinal, uma das
maiores economias do mundo moderno, a Alemanha, é
comandada por uma delas, a Chanceler Angela Merkel,
considerada a mulher mais influente do planeta nos
dois últimos anos.
E quem não se lembra de Margarete Tatcher, a primeira
ministra que trouxe os britânicos de volta à realidade
nas décadas de 70 e 80 e que também comandou
a retomada das Ilhas Falklands/Malvinas das mãos
dos decadentes generais argentinos? Coincidência ou
não, esse acontecimento comandado por uma mulher
acelerou a derrocada das ditaduras no continente sul
americano, que nem sempre agradecemos, se não me
engano.
Falando na Argentina, não dá para esquecer que na
machista América Latina as representantes do sexo feminino
já ocupam o primeiro posto da administração de
algumas das principais economias da região. Na própria
Argentina, com Cristina Kirchner (que os argentinos vão
querer esquecer, possivelmente), e no Chile, com a presidente
Michelle Bachelet.
Podemos lembrar ainda que, mesmo em algumas
tradicionalíssimas sociedades do oriente, é comum a
presença de mulheres comandando o país, embora nesses
casos a ascensão tenha mais a ver com heranças ditatoriais
do que com eleições democráticas. Recordam-se de
Imelda Marcos?
Os exemplos mencionados acima mostram que as
mulheres podem ser grandes dirigentes, mas mostram,
também, que elas não são passíveis de erros.
O que interessa
na verdade não é se temos um homem ou uma
mulher na direção, o que importa é que tenham competência
para o cargo que exercem. Desnecessário dizer que
a conduta desonesta, a dissimulação, a intriga, a mentira
não deveriam ser tolerados em ninguém, homem ou
mulher,
em nenhuma circunstância, seja na nossa casa,
na nossa empresa, ou aqui mesmo na nossa CEAGESP.
Isso é ponto pacífico.
Mas, devemos ressaltar que, quando se trata da conduta de quem exerce o poder e possui atribuições de mando, com capacidade para interferir na vida e nos negócios de
outras pessoas, a exigência de comportamento honesto
deve ser maior ainda. A propósito, o momento é perfeito
para render aqui uma homenagem à minha conterrânea
Lina Vieira (ex-Secretária da Receita Federal), que preferiu
perder o cargo, mas manter o caráter.
Também na CEAGESP, podemos louvar o trabalho
de inúmeras e dedicadas funcionárias, mas podemos
também questionar as atividades de outra cujo trabalho
ninguém sabe ao certo qual é. Palpita demais, conspira
demais, viaja demais e produz muito pouco para a atividade
fim da empresa. Como não ocupa cargo de direção,
é legítimo questionar: Quem mandou ela mandar? Tem
visão, formação e carisma? Será que age por conta própria?
Será que recebeu procuração para fazer o que faz?
E da parte de quem? Do José, do João ou do Paulo? E
com base em quais premissas? A da competência é que
não parece ser.
Quem exerce um cargo público, seja ele de Primeiro
Ministro, de Presidente da República, de Chefe da Casa
Civil ou de uma mera assessora de diretoria (que é o que
não falta, como todos sabem), tem de ser mais honesto
e competente que os outros. Se essa pessoa age em
benefício próprio ou de terceiros ou, ainda, se vale
do cargo para prejudicar quem quer que seja, além de
estar cometendo um crime, está ferindo os mais elementares
princípios da decência. Isso é válido em qualquer
democracia que se preze, tanto para os homens como
para as mulheres.
José Robson Coringa Bezerra
Diretor Presidente

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