Deixe-me colher o fruto que pende
Dessa tua copa frondosa e bela;
Deixe-me ser a chama da vela
Que no fundo do teu peito te acende
Para as coisas que pareciam mortas,
Para um sentimento desguarnecido
Que outrora foi um pássaro ferido,
Mas que num sopro de vida confortas
E tira já a flecha envenenada
De sua dorida asa emplumada
Num gesto de puro embevecimento.
E se esse pássaro ainda não voa,
Não é por nada, é por coisa à toa;
Apenas repousa nesse vão momento.
Frederico Salvo.
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