À PROCURA DA PRAÇA
“Minha cidade sem praça, feia sem graça.
O que poderia ser praça nunca teve o cheiro das rosas,
tem bem formosas as meninas que são rosas
que passam distraídas à procura da praça.
Quem pisa de repente na lógica
que deveria ser ótica para poder construir?
Fazer renascer o desejo das moças rosas
que vivem sem poder colher flores para os laços do seu porvir!
Com o poder nas mãos dos trouxas que nada cumprem, nada adubam, nem com fé, nem com bostas: Resuto fisiológico natural e noturno dos animais que deixam ser livres sobre o solo da praça.
Um pé de rosa sequer é plantado sobre as mesmas bostas.”
Quem já pensou na beleza, no prazer que é das rosas viverem entre as rosas,
e na nobreza de ter minha cidade uma simples praça?
- Basta uma dúzia de bancos e prosas vivas sob os olhos sagrados da Santa,
plantemos milhares de rosas:
Margaridas, orquídeas, violetas para enfeitar o azul da noite de amor mais vivido
e as conversas de amigos sobre o seu tricolor.
A boa noite é uma flor conhecida, desconhecida na praça que não é praça.
É planta se desmoronando sem plantas mudas e mudanças no poder.
É planta se desmoronando sem plantas mudas e mudanças no poder.
- Uma açucena erguida quero ver florida e minha juventude bonita viver,
feliz entre o verde das folhas palmas, das moças rosas e das rosas -
O vermelho fazendo encontros na praça.
Poema escrito em 1989 momento de efervescência cultural e militância estudantil, apresentado em sala de aula, declamado em praça pública no grande abraço aos escombros da praça – Publicado 06 anos depois no Jornal do Vale e republicado hoje na Blogosfera após 21 anos.
Zelito Coringa
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