Infelizmente não é do Brasil que a manchete fala.
O Equador vai se declarar um país alfabetizado no dia 8 de setembro, depois de os níveis de analfabetismo caírem para 3,8%, conforme foi anunciado no último dia 12 de agosto pelo Ministro da Educação Raúl Vallejo.
"Devemos declarar nosso país uma pátria alfabetizada porque os índices de analfabetismo no Equador estavam em 3,8%. Tecnicamente, podemos dizer que estamos em uma pátria alfabetizada", declarou. Segundo o ministro, a queda é uma consequência do trabalho realizado por estudantes do Ensino Médio em todo o país.
Em agosto de 2007, calculava-se que 9% da população equatoriana, cerca de 750 mil pessoas, eram analfabetas, enquanto 1,7 milhão não tinham terminado o ensino fundamental. O projeto chamado de "Programa de educação básica para jovens e adultos" foi lançado pelo presidente Rafael Correa em agosto de 2007. Nele, cada estudante deveria alfabetizar dez pessoas para obter uma qualificação satisfatória em sua graduação.
Depois de Cuba, Venezuela e Bolívia, chegou a vez do Equador se libertar do analfabetismo. A Nicarágua, que já tinha realizado esta proeza durante a Revolução Sandinista de 1979, está trabalhando para repetir o feito.
Quando leio tais notícias e comparo a disponibilidade de recursos financeiros, materiais e humanos destes países com o que possuímos em nosso país fico desanimado.Certamente o fracasso brasileiro no combate ao analfabetismo não é um problema financeiro e sim político.
Os países acima citados possuem uma característica em comum: seus governos colocaram o combate ao analfabetismo como prioridade política e investiram na mobilização social. Aliás, conseguiram esta mobilização por que são governos, com suas diferenças, ancorados em forte mobilização social, o que garante que sejam governos mais comprometidos com mudanças mais profundas nas suas sociedades.
Isso faz falta no Brasil.
Escrito por Luiz Araújo
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