quinta-feira, 30 de julho de 2009

VERSOS SOBRE A MINHA CIDADE DE REVERSOS

Nos aluviões varzeanos
Ergueu-se uma cidade
Envolta de um poço d’água
Com muita serenidade
O seu povo ali vivia
Repleto de alegria
Nos aluviões varzeanos
Ergueu-se uma cidade

Sem pensar em vaidade

O seu nome Carnaubais
Vem de uma planta típica
Do nordeste brasileiro
De outras terras ela se estica
E nos vales potiguares
Encanta os nossos olhares
Entre os pés de oiticica

Canafistulas, marizeiros
Se rendem a sua beleza
Dos seus leques verdejantes
Feitos de vento e beleza
Um sopro feito de calma
É assim a sua palma
Aplaudindo a natureza

Do rouxinol no seu talo
Fazendo amor escondido
Do canarinho silvestre
Caçado feito bandido
Cantando não cobra nada
Numa gaiola malvada
Mostra seu canto sofrido

E assim os verdelins
Que aproveitam o toco
E até mesmo o gabiru
Que se esconde no oco
Nesta arvore hospitaleira
O gavião de peneira
Com suas garras de louco

Sem piedade atormenta
Feito o homem de latão
Que sem carne e piedade
Vive de matar canção
Nos pés de carnaubeira
Com as pedras da baladeira
Em cada tiro um canhão

E a maldade se alastra
Sobre a árvore da vida
Que dá nome a minha terra
Que dá nome a minha lida
- Eu me chamo Zé Vareiro
Morador do tabuleiro
Desde a minha infância querida

Ao meu pé de carnaúba
Que cuidei desde pequeno
Onde matei minha fome
Com seu fruto doce ameno
Do seu tronco eu mergulhava
No riacho me banhava
Fosse sol, fosse sereno

Cultuando a beleza
Das suas palmas relutantes
Que aplaudem a passagem
Dos seus novos habitantes
Carnaubais, carnaubeira
Ó deslumbrante palmeira
Proteja as nossas vazantes

Purifique o nosso ar
Mostre a sua resistência
Viva mais duzentos anos
Eu peço até por clemência
- Meu pezinho de cuandu
Perto do Rio - Açu
Cresça com mais imponência

E suba até o infinito
Avisando ao criador
Seja a torre de babel
Eu te peço, por favor,
Diga a Deus lá no céu
Que apague o fogaréu
Tire o povo do temor...

Trechos de um cordel não publicado - Autor Zelito Coringa

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