quinta-feira, 18 de julho de 2019

“A coisa pública”.




A quem pertence a coisa pública? Quem é o proprietário de algo que é público, que, a princípio, seria de todos e todas. É claro que o proprietário daquilo que é de todos e todas são todos e todas. Embora pareça óbvio, não é incomum no nosso pais – mas não para sempre – que se imagine que a coisa pública, a respublica, como diriam os latino, não tenha dono.
Isso não é verdade. A coisa pública tem de ser cuidada, por todas as pessoas, de todos os modos, o tempo todo. Isso significa que a coisa pública não é a coisa sem proprietário. A coisa pública é aquela que não tem um exclusivo proprietário, que não tem um único alguém que manda, comanda ou que precisa zelar, cuida, tomar conta. Desse ponto de vista, se a coisa pública no nosso pais ainda não é entendida como algo que tem um pertencimento para a comunidade para a coletividade, vai ter, sim, no momento em que conseguirmos formar a nós mesmos, formar as novas gerações para que se entenda que a coisa pública é para nós um patrimônio, não um encargo, que a coisa pública é aquilo que pertence a todos e todas para ter os meios vida, a fim de que possamos viver em conjunto.
Que a coisa pública não é aquilo que fica largado ou que deixamos para que “eles” tomem conta. E esse “eles” é quase nos referindo a uma força imaginária, abstrata ou sobrenatural. Ao contrário, a coisa pública é algo a ser cuidado, protegido, guardado e até, se necessário, por ela lutar, na medida em que isso nos engrandece na vida coletiva
Mario Sergio Cortella

Livro “Pensar Bem nos Faz Bem” do filósofo Mario Sergio Cortella.



Nenhum comentário: