A quem
pertence a coisa pública? Quem é o proprietário de algo que é público, que, a
princípio, seria de todos e todas. É claro que o proprietário daquilo que é de
todos e todas são todos e todas. Embora pareça óbvio, não é incomum no nosso
pais – mas não para sempre – que se imagine que a coisa pública, a respublica, como diriam os latino, não tenha dono.
Isso não é verdade. A coisa pública tem de ser cuidada, por
todas as pessoas, de todos os modos, o tempo todo. Isso significa que a coisa
pública não é a coisa sem proprietário. A coisa pública é aquela que não tem um
exclusivo proprietário, que não tem um único alguém que manda, comanda ou que
precisa zelar, cuida, tomar conta. Desse ponto de vista, se a coisa pública no
nosso pais ainda não é entendida como algo que tem um pertencimento para a
comunidade para a coletividade, vai ter, sim, no momento em que conseguirmos
formar a nós mesmos, formar as novas gerações para que se entenda que a coisa
pública é para nós um patrimônio, não um encargo, que a coisa pública é aquilo
que pertence a todos e todas para ter os meios vida, a fim de que possamos
viver em conjunto.
Que a coisa pública não é aquilo que fica largado ou que
deixamos para que “eles” tomem conta. E esse “eles” é quase nos referindo a uma
força imaginária, abstrata ou sobrenatural. Ao contrário, a coisa pública é
algo a ser cuidado, protegido, guardado e até, se necessário, por ela lutar, na
medida em que isso nos engrandece na vida coletiva
Mario Sergio Cortella
Livro “Pensar Bem nos Faz Bem” do filósofo Mario Sergio Cortella.
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