sábado, 10 de agosto de 2013

QUANTOS DE NÓS?

Amoldados ou não?

Se pararmos para pensar a cerca da situação que se encontra a nossa educação e a nossa postura enquanto professores, vamos ter muito que comentar.


Uma triste realidade devasta a educação atual: a desmotivação dos professores seguida de muito comodismo. Reclamamos dos baixos salários, reclamamos da falta de estrutura nas escolas, reclamamos dos dirigentes sem autonomia, da gestão democrática que de democrática não tem nada, reclamamos da falta de apoio nos nossos projetos, reclamamos das salas super lotadas, reclamamos da indisciplina, reclamamos dos inúmeros diários e jornada dupla, reclamamos dos poucos dias de férias no meio do ano, reclamamos do piso que não é cumprido, da falta de valorização, reclamamos porque estamos ficando doentes, RECLAMAMOS, RECLAMAMOS E RECLAMAMOS, mas afinal o que temos feito para mudar esse quadro? Quantos de nós somos unidos e irmanados numa só corrente? Quantos de nós damos força ao outro quando diz a verdade? Quantos de nós aplaudimos um colega que realizou uma atividade positiva? Vamos assumir, estamos empacados no meio de um turbilhão de dificuldades virando bola de neve.
Reclamamos de muitos dos nossos alunos e falamos que eles não tem ambições, que não esperam nada do futuro porque não conseguem vislumbrá-lo. São desinteressados pela informação, não leem jornais, revistas, não ouvem músicas de qualidade. E só querem saber de internet, facebook.
E nós??? Nossa! Quantos de nós só criticamos e nos rebelamos severamente quando não somos beneficiados, aí a gente perde realmente a conta e a moral também!!! Um dia ouvi absurdamente uma colega professora dizer que passou quatro anos sem ler porque não concordava com o sistema, não tinha estímulo. Resolveu então só fazer de conta. Comentário pequeno, grotesco... É assim que caminha a humanidade? Todos sabem, um montão de “NÓS” que não se calava diante de um erro, um deslize se quer, protestava, esperneava, erguia as bandeiras, hoje se encontram moldados em suas bancadas dizendo: amém, amém. Então, qual era realmente o real interesse? Melhorias? Transformações? Se era esse o objetivo, essas ainda não chegaram. Que futuro é esse que estamos apontando? Precisamos rever nossos conceitos urgentemente, nossos ideais, nossa formação. Estamos caminhando sem perspectivas e somos também responsáveis pelo futuro do país, em nossas mãos está o dever de contribuir com a formação das crianças e jovens, de fazer a diferença, tarefa difícil diante do contexto, é bem verdade, porém mais difícil ainda se permanecermos como estamos. Reclamando da sociedade, do sistema educacional, das políticas públicas que não chegam, reclamando dos pais ausentes que superprotegem ou crucificam seus filhos e estão produzindo uma massa de cidadãos incapazes de tomar decisões por conta própria, de enfrentar desafios, de aceitar um "não". ENFIM,
apontamos esses fatos com razão, mas a perdemos quando não fazemos valer esses direitos, essas indagações, quando não impulsionamos nossos alunos e os pais dos mesmos a serem mais críticos junto conosco. Quando só reclamamos e não temos atitudes. Somos covardes? Lógico que não podemos generalizar, contudo são poucas as exceções. Pouquíssimas.
Quantos de nós cobramos dos nossos SINDICATOS, mais atitudes? Mas quantos de nós no período de uma greve em favor da classe realmente vamos às ruas protestar? Quantos de nós participamos de uma assembleia? Quantos de nós questionamos o que nos incomoda? Somos poucos ou quase nenhum. Quantos de nós aplaudimos os 100% dos Royalties do Petróleo para educação? Com certeza somos muuuitos. Mas quantos de nós paramos para discutir que não é só educação que necessita de complemento. Sem saúde não se aprende. É um conjunto necessitando de socorro. E que de nada adianta tantos investimentos se permanecermos INERTES, sem fiscalizar, sem se rebelar. Exatamente como estamos hoje. Vimos uma multidão de pessoas nas ruas de todo país protestando, inclusive melhorias na educação, mas quantos de nós nessas cidadezinhas do interior demos as mãos para realizar um protesto? Um protesto justo, organizado... com os nossos representantes legais fazendo a frente junto conosco, afinal somos multiplicadores, somos formadores de opinião, somos uma classe de pessoas conscientes, pensantes...ou não somos? Devemos provar que somos. É hora sim de rever tudo isso e contribuir com a transformação que passa o nosso país. Mais seguros, mais éticos e UNIDOS. Não dá para continuar só reclamando e acuados sem atitude.

Professora Josélia Coringa – Carnaubais/ RN

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