sábado, 5 de fevereiro de 2011

O MISTÉRIO DA SERRA E A LENDA DO FEITICEIRO

Vovô sempre nós contava

História de assombração

Folclore, Troncoso, e lendas

A saga de lampião

Um pouco de cada coisa

Das entranhas do sertão

E assim todos os dias

Reunidos na calçada

Contava pra todo mundo

História mal assombrada

De cada cidade tinha

Uma história bem contada

Contava tudo que via

No nordeste brasileiro

Histórias arrepiantes

Na sombra de um juazeiro

Sobre cantos de sereias

Em dias de nevoeiro

E numa dessa conversas

Sob o brilho do luar

Vô contou um belo conto

Bonito,espetacular

Uma bela narrativa

Do meu sertão potiguar

No município de Lajes

Existe uma grande serra

Bela como a luz do dia

Imponente sobre a terra

Onde o tempo e o mistério

Convivem em pé de guerra

Vô conta que essa serra

É bonita por inteiro

É chamada pelo povo

De serra do feiticeiro

Uma lenda conhecida

Neste conto brasileiro

A lenda diz que a serra

Lá na colonização

Foi refugio de um índio

Que fugiu pelo sertão

Com medo do extermínio

Daquela população

Esse índio solitário

Era um xamã (curador)

Descendente dos tapuias

Um povo desbravador

Que conviveu com os colonos

Sem ter medo e sem temor

Como todo índio ele

Sabia de alquimia

Rituais, incensos, porções

O mistério da magia

Sua fama se espalhou

Pelas curas que fazia

O velho índio sabia

Como curar animais

Mas a serra só ficou

Conhecida por demais

Quando a cura era feita

Em nos humanos mortais

E assim ficou a serra

Bonita, serena, e bela

De feiticeiro só tem

O nome que é posto nela

Onde foi num foi revive

Como chamas de uma vela


Por isso vou reviver

Um fato que sucedeu

Na serra do feiticeiro

Foi por lá que aconteceu

Uma pequena criança

De sua mãe se perdeu

O seu nome era José

Sobrenome Alexandrino

Com apenas cinco anos

Apesar de ser menino

Ajudava sua mãe

Pastoreando caprino

Quando ia entardecendo

A tragédia aconteceu

O pobre Alexandrino

Lá na serra se perdeu

E a mãe desesperada

Procurava o filho seu

Após três dias de buscas

O corpo foi encontrado

Na região lá da serra

Sob uma pedra deitado

E o menino José

Podia ser sepultado

E assim religiosos

Fizeram uma capela

Onde o menino morreu

E rezaram sobre ela

De divina santa cruz

Botaram seu nome nela

E a cada três de maio

Eles saem em procissão

Os fieis em romaria

Em busca de oração

Trazem fé e esperança

Dentro do seu coração

E aqui termina a história

Que vovô tirou da mente

Sobre o índio e sobre a serra

Sobre a criança inocente

Sobre a memória guardada

No peito daquela gente.

ALDINETE SALES - HISTÓRIA/UERN

CARNAUBAIS/RN

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