sábado, 3 de julho de 2010

O RIO QUE LÊ OS OLHOS DA VARZEANINHA


Aldirene Sales ( A varzeaninha )
Abro o olho de escrever contos,
Revejo as páginas de palmas da palha reciclada,
Sustento o gosto pela leitura,
E as cores que pintam os trilhos da nossa existência.
Vibro com as ilustrações dos pincéis da vassourinha,
Vejo nas mãos da varzeaninha uma flor de boa noite.
Vaso de amor adormecido na janela do tempo,
Vestido bordado de sonho bonito.
Vontade de parir novo mundo na vertente, e ainda.
Deságua no mar o seu amor infinito.
Quintal varrido de manhãzinha,
Galinhas e patos no terreiro da sobrevivência,
Canarinhos silvestres fazendo outros ninhos!
Rolinhas aninhando os seus rebentos.
Seu amigo fiel dando latidos,
Entre assovios de um cabido bem-te-vi.
Ò quão fértil era a lagoa do seu paizinho!
A tabatinga dos cajás, das mangas, peixes e cajus amarelinhos.
O carão cantando mirando a lagoa,
Marrecos no clarão da lua voando alegremente!
Falantes periquitos anunciando um novo dia.
O Rio que lê os olhos da Varzeaninha,
Sabe que no seu coração
Tem pedrinhas e pedrinhas,
Letrinhas e letrinhas de construir esperança.
É o mesmo rio que espelha a calmaria.

Zelito Coringa

Um comentário:

ValeriaC disse...

Que lindo florzinha...
Tenha um belo dia!
Beijinho
Valéria