Carnaubais é um município brasileiro do estado do Rio Grande do Norte localizado na microrregião do Vale do Açu. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no ano 2010 sua população era estimada em 9.775 habitantes. Área territorial de 530 km².
Foi Antônio Pereira de Albuquerque o primeiro
habitante de uma localidade, onde situava-se uma área com vista ampla, verde e
bela, com muitas carnaubeiras ao redor e com boa terra para cultivar. Logo
depois chegara Abel Alberto da Fonseca, que iniciou as primeiras construções, se
tornando pioneiro na organização urbana da povoação que estava nascendo.
Através da participação de figuras dedicadas a
comunidade o povoado começou a se desenvolver, e entre elas destacaram-se o
Monsenhor Honório, primeiro vigário, a professora Adalgisa Emídia da Costa, a
incentivadora cultural Celina Moura e Olavo Lacerda Montenegro, que lutou pela
sua emancipação política.
Em 18 de setembro de 1963, através da Lei nº 2.927, Carnaubais desmembrou-se
de Assú. Após onze anos de sua emancipação política
enfrentou sua mais terrível batalha, a luta contra a fúria das águas. Em 1974, uma enchente destruiu a cidade e a população
ficou desabrigada. Apesar do sofrimento o povo resistiu e com a participação
dos Governos Federal, Estadual e Municipal, a cidade foi reconstruída em outro
local. Estamos vivenciando as festividades alusivas ao aniversário da nossa
querida terra dos verdes carnaubais.
A educação da rede municipal de Carnaubais-RN conta hoje com uma
demanda de 1.552 alunos, distribuídos em 09 escolas, sendo 03 na zona urbana e
as demais nas zonas rurais, atendendo alunos da educação infantil ao ensino
fundamental anos iniciais e finais, compreendendo a EJA. Temos 01 escola de ensino médio e 01 de ensino
fundamental anos inicias e finais da rede estadual, recém reformada e
localizada no centro da cidade que traz o nome da primeira professora e
incentivadora cultural. O município desde o primeiro decreto de nº DECRETO Nº 29.524, DE 17 DE MARÇO
DE 2020., SEEC/RN, começou seu grande desafio, as escolas foram fechadas e os
serviços educacionais foram interrompidos, tendo ainda que enfrentar em 2020 anulação
de mandato de prefeito e desestruturação na gestão, levando assim a forte
intranquilidade nas políticas públicas, afetando todo quadro educacional, mais
ainda a vida de estudantes e professores. Apesar
disso, da falta de direcionamento, entre outros incontáveis obstáculos, parte
dos nossos educadores logo se transformaram em docentes digitais, compraram
seus equipamentos, a medida do possível, outros também foram se adaptando mesmo
com as limitações e estão trabalhando até o presente momento, incansavelmente,
para manter acesa a chama do esperançar. Mas somos
conscientes que mesmo com a junção de todos os esforços para doação do ensino
remoto, os prejuízos à aprendizagem das nossas crianças e adolescentes têm sido
desmedidos. E dentre tantos, estão os diferentes níveis de apoio familiar, a
falta de acesso a equipamentos básicos e internet para acompanhar as aulas
remotas na grande maioria dos domicílios. Os impactos na aprendizagem não são
fáceis de mensurar e são apontados em falas de todos os profissionais da área. Essa marca infelizmente ficará, talvez com
consequências por décadas na vida dos alunos, professores e porque não dizer de
toda sociedade. Contudo, ainda vale lembrar, a crise poderia ser
contabilizada com número maior, se não houvesse o comprometimento dos
professores que, mesmo bem longe das condições ideais, brotaram, em curto
espaço de tempo e superaram barreiras, preocupações diversas, perdas,
tristezas, resistências e adentraram-se, sem entender, no mundo digital.
Chegamos ao mês de setembro
de 2021, com fortes cicatrizes seguidas de muitas incertezas na pasta, com as
escolas passando por melhorias em seus espaços físicos e sendo adaptadas com os
protocolos de biossegurança. As melhorias estão acontecendo inicialmente nas estruturas
maiores, gradativamente acontecerá nas demais. Quanto ao retorno na
rede como um todo ainda não está afirmado pela gestão, declarando a situação
estrutural em andamento e impasses licitatórios. Ficou acordado em reunião do
dia 17 de agosto, com o CME, SINDISEC, COMISSÃO DE RETOMADA e GESTÃO MUNICIPAL
que, após início nas escolas apontadas como prioritárias, avaliar-se-ia para
posteriormente iniciar-se nas demais. Na semana de 20 à 24/09 uma visita será
feita em todas as escolas para averiguarmos os avanços, antes do retorno “total”
presencial e que as aulas sejam
retomadas após o cumprimento integral dos protocolos de biossegurança, que a
gestão movimente a volta quando os profissionais receberem a 2ª dose da vacina
respeitando assim a escuta dos mesmos e de algumas famílias. Não será uma retomada de onde paramos
– o retorno exigirá responsabilidade de diversas frentes e demandará intensa
articulação e contextualização local. Além das ações de natureza intersetorial,
sempre necessária, a retomada das atividades presenciais nas escolas da nossa
rede de ensino exigirá das assessorias centrais da educação, uma série de
iniciativas em múltiplas dimensões e que ponderem o ineditismo do cenário
atual.
Pois,
“Na velocidade que as coisas estão mudando é nosso dever pensar um pouco mais
para onde estamos indo e levando conosco nossos estudantes. Precisamos sair da
toca. Não somos mais apenas professores. Somos, também, analistas de
tendências. E isso é muito estimulante. Devemos entender melhor o mundo para
dialogarmos melhor com ele. [...] Deixemos nossas tocas. Quem hiberna são os
ursos. Muitos deles, aliás, estão ameaçados de extinção”. Clebesch (2007,
p. 1)
Sendo assim, o CME
reforça que o direito a educação é assegurado para os cidadãos e está
positivado na Constituição no seu Art. 6° como um direito social, mediante
políticas públicas, que esse direito seja alcançado por todos e todas. Ademais,
os programas e políticas junto ao FNDE, estão acontecendo timidamente, reflexo
deste cenário brasileiro, desastrosos e obscuro que hora vivemos. Apesar de
tudo, não devemos perder a esperança, que os desafios postos pela pandemia
sejam minimizados com diálogo, planejamento, vontade e seguridade orçamentária,
aqui e em qualquer lugarejo deste nosso país.
Josélia Coringa B. de Morais
Presidente do Conselho Municipal de Educação.
Carnaubais-RN, 11 de setembro de 2021
CITAÇÃO:
CLEBESCH,
J. Muito além do jardim. Disponível em www.profissaomestre.com.br
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