sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Golpe da monografia vira produto de exportação


O Jornal Hoje mostrou na edição do dia 10/09 o comércio ilegal de monografias. São universitários comprando o trabalho de conclusão de curso, um crime de violação de direito autoral cometido tanto por quem vende, como por quem compra.

Uma das pessoas que fazem as monografias só tem o ensino médio. E os professores adotam técnicas pra descobrir se o trabalho entregue pelo universitário foi mesmo feito por ele, ou não.

Um advogado recorreu à indústria da monografia para comprar o trabalho da pós-graduação. "Eu tava muito sobrecarregado de trabalho, não tava em condições de pesquisar e fazer a monografia como deveria ser feita", conta.

Nossa produtora foi até uma das empresas que vendem monografias. A fraudadora conta que o golpe está sendo exportado. Até universidades estrangeiras estão sendo enganadas.

“Eu já acompanho um doutorado há quase quatro anos, que eu acompanho uma menina. Ela faz em Barcelona”, revela.

JH: Mas é em português ou espanhol?

“Em português, depois é que faz a tradução”, explica.

E a mulher que vende trabalhos para os universitários confessa: só tem o ensino médio.

“Eu só tenho segundo grau, nunca entrei na faculdade, e eu basta eu olhar um trabalho que eu descubro que ele é plágio. Precisa ser professor não”, declara.

Os professores passaram a agir como investigadores. Orientador de 15 monografias por semestre, Isaac usa sites de busca e um programa específico para detectar textos copiados principalmente da internet.

“Nós analisamos a qualidade do trabalho que é analisado pelo aluno, comparamos com o histórico escolar e se houver uma discrepância muito grande, isso acende uma luz vermelha para que nós procuremos na internet algum indício de que ele está usando de um meio ilícito, fraudulento para concluir seu curso”, diz Isaac Luna, professor.

Se a fraude ou plágio não foram descobertos durante a elaboração do trabalho, a prova de fogo é na hora da apresentação da monografia diante da banca. O orientador e dois professores têm que estar preparados para tentar descobrir se o trabalho foi copiado, comprado ou se realmente o aluno fez a monografia que vai lhe dar o diploma.

A banca é rigorosa, faz perguntas estratégicas e com uma câmera grava as apresentações.

“Quando a gente não consegue detectar através de meios da internet, a gente sabatina o aluno, a banca sabatina o aluno não só quanto às referências da bibliografia que ele utilizou, mas também com o próprio conteúdo pontual do seu trabalho”, diz Caroline Fernandes, professora orientadora de monografias.

“O aluno que a banca detecta o plágio... Vai ser anunciada a reprovação dele e ele vai ter que repetir o semestre, a disciplina de metodologia, a disciplina de conclusão do curso”, diz Anabel Pessoa, professora.

FONTE: JORNAL HOJE

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