quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

O ELO

Estamos perdendo a capacidade de dialogar
─ surdos nos tornamos ─
Dialoga quem fala e ouve,
quem se mostra e vê o outro.
Dialogar não é um duelo.
Pode ser um encontro.
É criar vida, parindo uma terceira coisa
filha do encontro de duas diferenças.
Tem gente com quem é bom estar junto
da disputa entre iguais que não concordam.
Crises são possibilidades de crescimento,
risco de possibilidade.
Mudar é reavaliar nossos planos.
Nossa bola de terra, solta no espaço,
está rodando fora do eixo.
Fora do eixo estão nossas tradições autoritárias,
nossa moral burguesa, nossos princípios capitalistas.
O fascismo cultural e bélico que criamos e sustentamos.
Condicionados a competir selvagemente,
lobo do lobo do lobo do homem.
Vivemos muita coisa. Crescemos?
Medo de ser o que queremos, de ousar viver.
Queremos mudar o cotidiano, aqui e agora,
nossa relação com a gente mesmo ─
nosso corpo, comida, sono, desejos...
Nossa relação com os outros.
Amigos, amores, filhos, vizinhos, pais...
Tesão ecológico, radical, somático,
de viver, criar e lutar com prazer.

Alex Xavier (condensado por Simão de Miranda)

Nenhum comentário: