sábado, 27 de junho de 2009

Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto HOMENAGEIA A GRANDE POETISA CORA CORALINA



"O saber a gente aprende com os mestres e os livros. A sabedoria, se aprende é com a vida e com os humildes."

Cora Coralina

MANOELA MEYER

Colaboração para a Livraria da Folha

Desde o dia 18 de junho, Ribeirão Preto (SP) é sede da nona Feira do Livro, que em 2009 homenageia o Chile, o Estado do Amazonas e a poetisa goiana Cora Coralina. Nesta sexta-feira (26), recebeu convidados como os escritores Zuenir Ventura, Lourenço Mutarelli e Ricardo Silvestrin, além do professor Pasquale Cipro Neto.

Assíduo participante do evento, Pasquale considera a feira como uma excelente oportunidade para grandes autores trocarem ideias com seus leitores. Quando questionado sobre a reforma ortográfica, o professor afirmou que ela só produziu problemas para os cidadãos. "A reforma gerou confusão, textos mal escritos e interpretações diversas. Houve desperdício de dinheiro, água, papel e energia elétrica por um acordo que entrou em vigor precipitadamente, pois nem sequer Portugal ainda o adotou", disse em entrevista à Livraria da Folha.

Zuenir Ventura, autor das obras "1968: O Ano que Não Terminou" e "1968:O que Fizemos de Nós", relembrou a história das origens da Feira de Livros de Ribeirão Preto: há dez anos, enquanto passeava pela Praça Carlos Gomes, em Ribeirão, Zuenir comentou sobre o potencial da extensa praça para abrigar um evento de porte semelhante à tradicional Feira do Livro de Porto Alegre (RS).

O escritor discutiu o consumo de "jornalismo literário", ou "new journalism", no país. Segundo ele, os livros deste gênero teriam um papel fundamental por serem "um jornalismo mais cuidadoso, um jornalismo com mais tempo. Um olhar mais detalhado, mais paciente sobre os acontecimentos. Diferente das exigências de um jornal diário", disse Zuenir.

Lourenço Mutarelli é autor do livro "O Cheiro do Ralo", que se tornou um grande sucesso após o lançamento do filme homônimo, dirigido por Heitor Dhalia e estrelado por Selton Mello. Esse foi o primeiro livro de um autor já consagrado no mundo dos quadrinhos.

Em entrevista à Livraria da Folha, Mutarelli disse que com o tempo passou a ficar incomodado com a entrega tão detalhada de informações ao leitor por meio das ilustrações. Essa constatação levou-o a mergulhar na literatura, em uma escrita sem imagens. "Eu não tinha coragem de escrever literatura, porque respeito demais. Achava pretensioso. Mas aconteceu..." disse o escritor.

Para o poeta, contista e músico Ricardo Silvestrin, o evento está dentro de um grande conjunto que abrange enorme interesse pela literatura. Para ele, "não pode ser o imperativo da grande mídia sobre milhões de pessoas que deve decidir o que é importante no país. Se os esforços em torno do livro forem somados - os Sescs, as feiras de livro no interior, as escolas - chega-se a números impactantes".

Já o escritor e jornalista Fernando Morais falou sobre a importância de obras biográficas que muitas vezes revelam personagens interessantes, ora desconhecidos, ora envoltos em grande misticismo. Cita como exemplos seu livro "Olga", que tornou a revolucionária conhecida pela maioria dos brasileiros, e a recente obra "O Mago", que desvendou o "homem por baixo da pele de popstar" em Paulo Coelho.

Participante da primeira edição do evento, Morais enfatizou que toda feira literária e outras manifestações em torno da literatura são importantes. Em especial a de Ribeirão Preto, que passou a ter repercussão nacional.

CORA CORALINA-ZELITO CORINGA

A música que transcende

É um desses raros momentos de encanto, de sensibilidade comprovada, que nos propicia a música de Zelito. Desde a justa e belíssima homenagem a poetisa cora coralina, que através de um rico jogo em que se evidencia a metalinguagem da poesia, passando por passo de hippie, em que metáforas bem estruturadas constroem a musicalidade reinante. outro momento de beleza indiscutível nos é propiciado ao ouvirmos a gata selvagem, em que se constata o animismo mulher gata sobre o eu lírico. Desde oficio até por um triz ficamos fascinados pela praticidade musical de Zelito que, neste primeiro cd, anuncia-se como uma grata surpresa musical no cenário norte-rio-grandense. Sem duvida alguma estamos diante da musica que transcende o banalismo que tem contagiado a mídia brasileira nos últimos tempos. a brilhante atuação desse interprete compositor ou compositor interprete que nos faz admirá-lo por meio de construções felizes como ame o poema até o poeta” (segundo verso de coralina) em que o próprio autor nos dá a receita certa para chegarmos até ele. É a plena consciência da simbiose arte/artista que, infelizmente se torna cada vez mais rara na discografia das rádios e nos programas musicais em geral. Nesse sentido o trabalho de Zelito transcende e felizmente para o público.

Adão Marcelo - Prof° de Literatura Brasileira

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