sábado, 8 de agosto de 2015

ESCOLA ALCIDES WANDERLEY " CANTA E ENCANTA A LITERATURA DE MACHADO"



Uma viagem na literatura Brasileira foi presenciada ontem na escola Alcides Wanderley, três grandes obras de Machado de Assis, foram apresentadas de forma lúdica, sob orientação da professora Leonor Moura de língua Portuguesa, diria que, foi um projeto desafiador dentro desse contexto que estamos vivenciando na educação. Mostrou-nos que é possível realizar, é possível sonhar, é possível encarar e alcançar. Apesar de algumas situações ainda inusitadas, que merecem correções nos próximos capítulos, foi positivo, TODOS os alunos estão de parabéns. Dentro das condições limitadas de sonoridade, iluminação, cenário e figurino que dispõe nossas escolas públicas, foi um show de esforço de todos os grupos. Estavam lindos e demonstrando entusiasmo em seus papéis. Parabéns Leonor, Ana Karina, Frank e demais responsáveis.

Excelente escolha do autor Machado de Assis o criador da Academia Brasileira de Letras como bem frisou  a professora Leonor Moura na sua apresentação, foi um autor brilhante, merece ser lido com criticidade. Tivemos a oportunidade de reviver as histórias lidas. 



Dom Casmurro foi meu primeiro livro de Machado, li no ensino médio na Escola  Floriano Cavalcanti em Mirassol-Natal, posteriormente na UERN-Assu, é um livro enigmático, de leitura prazerosa, mostra-nos o amor através dos olhos de um adolescente, o jogo de interesses no cumprimento de promessas e os interesses sociais que não podiam ficar de fora. No melhor estilo machadiano ele deixa-nos tirar as próprias conclusões do seu desfecho. Não se comprova se a dissimulada Capitu traiu Bentinho. Grandes estudiosos dessa obra como Millôr Fernandes tinha uma visão diferenciada do enredo, em seus estudos aprofundados Millôr tirou Bentinho do armário. Segundo o mesmo, surpreendentemente Bentinho não tinha ciúmes de Capitu coisa alguma, e sim de Escobar...a solução desse caso finda no inconsciente imaginário de cada leitor. 

Seria interessante colocar o caso do suposto adultério da Capitolina (Giovana) em julgamento, estudar código penal, crime de adultério...Leonor, dará mais um excelente trabalho, já que os alunos conheceram a obra, com certeza terão um grande cenário e muita coisa a se discutir, escolham as testemunhas, o júri e órgãos de imprensa para realizarem a cobertura. Será show. Eu quero ver!!!



Quincas Borba com um enredo interessante, apresenta-nos a realidade de uma sociedade injusta, onde cada um quer ser melhor que o outro, bem a cara  dos dias atuais. O ter mais que o outro prevalece. O enredo mostra-nos que a vida dá voltas, em um momento podemos ter tudo em outro nada. A frase chave dita por Rubião (Marcelo) é bem pertinente  :
“Ao vencedor as batatas” . Esse romance realista também retrata as disputas entre as pessoas, a luta pelo PODER político e pela ascensão econômica, onde a vida é uma é um campo de constantes batalhas e os mais fortes sobrevivem. Os fracos e ingênuos, como Rubião, são ferozmente manipulados e aniquilados pelos ditos FORTES e mais espertos.
O livro exibi claramente que a vida é uma caixinha de surpresas e que nosso destino é pura incerteza.



"Memórias Póstumas de Brás Cubas" é um marco do Realismo brasileiro. A obra serviu para revolucionar os romances do país através da sua crítica sutil, inovadora e inteligente à burguesia do século XIX.

Logo de início o livro já surpreende: nos deparamos com um defunto autor que dedica seus escritos ao primeiro verme que roeu seu cadáver. Papel bem representado por Jackson... 

Com isso, Machado consegue ironizar as melosas e costumeiras dedicatórias presentes no movimento literário anterior: o Romantismo.


As aparências, o jogo de interesses também presentes nessa narrativa, deixa claro que a entrada na política era vista como maneira de ascensão social, não como pensamento de melhorias coletivas, a família de Cubas de pouca tradição, de maneira bem capitalista constrói “seu” império. Assim como toda sujeirada que permeia a sociedade Brasileira nos dias atuais.




Ainda é possível reinventar a educação.

Parabéns para todos. 

Josélia Coringa

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