CONTEXTO HISTÓRICO
A
Escola João Gregório Bezerra situada na comunidade do Jenipapeiro,
Carnaubais/RN, CEP 59665- 000, CNPJ:12.782.890/0001-10 Entidade
Mantenedora: Caixa Escola e Prefeitura Municipal, teve sua fundação em 28 de fevereiro de 1994 e no
ano 1995 foi inaugurada, surgiu a partir da junção de três escolas isoladas, (*Marina Bezerra, *Nossa
Senhora de Fátima e Joana Angélica), a professora pioneira na gestão da nova escola foi Adriana Maia
de Oliveira que era professora da escola isolada, *Joana Angélica. O terreno
foi adquirido através
da doação da família Gregório, parentes do ex-prefeito Nelson Gregório Bezerra,
a escolha do nome foi feita através de uma rápida votação nas dependências da mesma, onde parte das pessoas presentes,
sugeriram homenagear Dona Ildete dos Santos Xavier, na época professora atuante. Mas o nome que prevaleceu foi “João Gregório”. Homenagem feita ao patriarca
da família e dono da terra. Podemos
dizer que a escolha do nome foi um tanto incoerente aos olhos da educação, por ele ser um senhor
alheio às ações educativas. Contudo, respeitosamente sejamos sempre gratos à família
Gregório pela doação do terreno e a acolhida da escola em suas terras.
Dona Ildete, foi uma professora que muito cooperou com
essa instituição, sua história de vida foi dedicada
à educação, próximo
ao encerramento da carreira sentiu uma forte dor de cabeça, momento em que lecionava, numa sala de
aula dessa escola e posteriormente se submeteu a uma delicada cirurgia fruto de um aneurisma cerebral, após essa
cirurgia não retornou à sala de aula, ainda viveu
vários anos e deixou um grande legado na educação de Carnaubais. Veio a óbito
no dia 01 de dezembro de 2014.
Contribuiu impetuosamente com a formação de muitos que certamente não a esquecerá.
As marcas da resistência, bravura e amor à educação,
aspecto que caracterizava Dona Ildete dos
Santos Xavier, como uma docente que se debruçou incansavelmente para
alfabetizar crianças, evidenciava-se
também pelos seus gestos e pela forma como rememorou suas práticas.
Constatava-se que o conhecimento dos
seus primeiros tempos de professora e de como foi educada serviram de base para que ela construísse sua prática e
fosse se apropriando dos instrumentos da cultura escolar da época.
Dentre as funções das escolas rurais isoladas, das professoras que marcaram história dessas comunidades, não podemos deixar de citar outra que igualmente deixou sua lição valorosa como educadora nata, que contribuiu com sua maneira pródiga e afetuosa de ser.
Luzimar Coringa, que além de “ensinar o indivíduo a ler, a gostar de ler”, deveria
desenvolver os bons hábitos de higiene, de boa educação, saberes sobre
as contas e seu uso na vida cotidiana,
o uso da palmatória se fez presente. Os conhecimentos de algo sobre o mundo e
sua Pátria, cantar o hino uma vez por
semana, respeitar os mais velhos e seguir normas gerais de conduta, valores que os alunos das escolas
públicas e privadas
de hoje deveriam receber como regra. Esses ensinamentos
dado por elas, serviriam como conhecimento prático, ao que eles viessem a ser
mais tarde.
Os “sonhos”, para Ildete dos Santos Xavier, Luzimar
Coringa e outras professoras que igualmente
construíram, representaram degraus a serem alcançados e dedicação pela educação
da comunidade. É oportuno lembrar,
Maria Nascimento, hoje aposentada, foi substituta de Luzimar Coringa quando se afastou por enfrentar a
tuberculose, doença adquirida por volta da década de 60 e persistente na década de 70. Fazemos lembrar
essas desbravadoras não por ter sido
pioneiras da educação nesse prédio novo, mas por ter sido grandes
educadoras de filhos dessas comunidades e por
rememorar as escolas
isoladas da época.
Dessa forma, superar a precariedade das escolas
multisseriadas “domiciliares”, as estradas de
“chão batido” o uso do tamborete, do banco, do quadro negro com giz e o
enfrentamento as dificuldades
significaram a expressão máxima que recaia sobre o “ofício do magistério”,
entendido por elas como vocação de ensinar
e preparar “criaturas para vida”.
A trajetória delas recupera, mesmo que de forma
fragmentada uma parte importante da história
do ensino rural nessas comunidades: Olho D’água e Jenipapeiro, “além de
ressaltar que a docência não transcendia apenas ensinar conhecimentos pedagógicos, implicava, sobretudo
um comprometimento social e político”.
As “lições” ensinadas, inesquecíveis, enfatizaram o letramento. A alfabetização caracterizou- se como aspecto de maior responsabilidade dessas professoras e
que também, são hoje as lembranças que expressam maior gratidão e reconhecimento sobre a ação docente.
Lamentavelmente ainda não aprendemos
a homenagear, merecidamente em vida, pessoas que contribuem
com um mundo melhor. (Josélia
Coringa).
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