sexta-feira, 1 de outubro de 2010

A DOSE DE ÂNIMO

Nunca é tarde para sonhar, mas o sonho deve ser sonhado junto de quem confiamos, de quem nos transmite amizade sincera. Um sonho que se sonha só como bem disse o profético Raul Seixas é apenas sonho que se sonha só. Tenho essa sensação toda vez viajo e retorno a minha cidade. Como é desigual a imagem que nossas palmeiras representam logo na entrada, no seu sacrifício e abandono mudo de arvore da vida fica estampado o despreparo e falta de cuidado. Cada ação por mais econômica e simples que seja carece de um projetozinho, de carinho, e fazer por fazer não faz futuro nenhum acontecer. Essa prática já virou costumeira na capital das carnaubeiras. Formar o senso crítico das pessoas não é bom investimento para o mau político. O riso forçado e o pão são mais convenientes para quem usa essa prática como forma de dominação, de apontar quem canta mais do que quem e qual nome deve ser riscado da programação do circo. A resistência continua na mesma pisadinha. O espaço Francilúzio Martins carece de bom som, luz e bons espetáculos. É preciso engolir a seco algumas verdades, Carnaubais tem andado para trás continuamente, por mais fé e motivação que possamos ter nos dias vindos há uma cortina enorme de incertezas. O pinque-ponque do poder deverá ser interrompido e há quem pense o contrário? Resta-nos saber que jogo será jogado e quem serão os jogadores do carteado em 2012? Não há carta que decida essa parada em prol do verdadeiro novo? - Se bem que havia, diz um popular no meio da rua. Guardado havia presentes de votos e boa sorte ao postulante. Agora o caminho é outro e os labirintos também apostos e opostos. Culturalmente reconheço algumas aquisições, mas perdidas estão na falta de direcionamento e clareza de resultados. Exemplo disso é a orquestra de violinos que completará em breve uma década sem as ranhuras dos arcos musicais. É preciso prestar contas a população daquilo que a gente fala. Ficar apenas no plano das idéias não vale nadinha, quando não se acredita em si mesmo e na capacidade do outro, fica mais fácil ser liderado, do que enfrentar o desafio de ser líder. É preciso abrir os braços na praça da paz para barrar o massacre à juventude na falta de educação e cultura. A dose de ânimo já foi dada por várias vezes com muita humildade, respeito e distinção. É chegada à hora dos efeitos colaterais serem sentidos fitoterapicamante na cura do vazio e na curva do rio vertente de arte.

Zelito Coringa

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