quarta-feira, 24 de maio de 2023

 

 

TRAJETÓRIA, DOCÊNCIA E MEMÓRIAS.

 

                  No banco de areia começa sua história e nos bancos da escola Dona Vera Lúcia Fernandes da Silva, natural de Ceará Mirim, deixa para nós um grande legado e é homenageada pelo amor incondicional a educação, pioneira na formação de pessoas da comunidade,  suas marcas de resistência são visíveis. Relata-se que, mesmo enfrentando dias muito difíceis de saúde e demais problemas, procurou lecionar com dedicação e responsabilidade. Sua residência, uma casa simples, de taipa, era ambiente que acolhia as crianças dos diversos logradouros vizinhos, tinha alunos de melancias a mutambinha, era aluno que fazia gosto, como ela mesma nos conta enchendo os olhos de lágrimas. Naquela época, existiam poucas casas, todos se conheciam e se tratavam como sendo da família, os alunos eram diferentes dos de hoje, obedeciam aos pais, obedeciam aos professores, usava sua palmatória para realizar tarefas de matemática e leitura, soletrar acabava sendo um jogo divertido, cada aluno com um livro na mão tentava ler a palavra sugerida, se errasse levava bolo na mão, ensinou a todos os filhos de Chico Horácio,  ensinou a muitos que ali residem. Muitos....Órfã de mãe aos (9) nove anos de idade, ia completar em 30 de janeiro de 1958 e a mãe faleceu em 25 de janeiro do mesmo ano....faleceu de parto e seu pai em seguida casou-se novamente.

                 Logo que chegaram aqui, vindos de Ceará Mirim, moraram nas terras de Edgar Montenegro, a família do seu pai era natural de Carnaubais, mas a da mãe era de Serra de Araruna. Fez o logos, naquele tempo era o passe para ser professora, Era louca para estudar no Educandário Nossa Senhora das Vitórias em Assu, era o sonho das meninas estudiosas, relata que: se tivesse morado com seu pai a vida tinha sido outra, sofreu muito....emociona-se ao contar... Teve a sorte de encontrar no caminho da vida, pessoas boas como Dona Zulmira Bezerra de Siqueira e Francisquinha Macedo, gente bondosa e influente, que incentivaram na sua caminhada. A escola funcionou em várias casas de taipa, uma delas foi à casa de Chico de Gino, algumas foram erguidas de alvenaria, outras nem vestígios existem mais. Dona Vera ensinava em casa e recebia pela prefeitura mensamente até ver erguido o pequeno prédio da escola, Pe. José de Anchieta, na gestão de Giovanny Wanderley, iniciou com uma sala de aula, graças à luta de um grupo de jovens chamado “Jucrist” que se reuniam na casa do Sr. João Galdino, casa de taipa grande que dava para acomodar todos para as reuniões, lá discutiam sobre a necessidade de uma escola nessa comunidade, entre outras precisões... o professor Carlos Augusto foi pioneiro desse grupo, juntamente com o Professor Damasceno Neto, defensor da educação e de um novo prédio, essas reuniões surtiram efeito e através de muita pressão a escola foi organizada. Dona Vera com sua saúde fragilizada já não pode mais lecionar, sua filha chamada Maria da Conceição ficou ocupando seu lugar e ela por algum tempo ficou dando contribuição em outros setores da escola. Fez de tudo um pouco.

                   Até a legitimação do início do atual prédio, se evidencia, pelos seus relatos e pela forma carinhosa que relembra suas práticas, Dona Vera, não se recusava a colaborar nos demais setores da educação, se não podia estar em sala de aula por problemas diversos de saúde, especialmente alergias ao pó de giz. Estava ela em outro lugar da escola... Reforça que sua vida foi de muitas batalhas, mas venceu todas, casou e teve 13(treze) filhos. 10 homens e 03 mulheres, comtemplada hoje com 21 netos.

                   Com 28 anos de serviço, recebeu sua aposentadoria, lembra de forma  saudosa que ao receber a notícia veio junto um bilhete de Francisquinha Macedo, dizendo: “lamento que sua pasta agora vai para o arquivo morto”. Assim, Dona Vera conclui sua rotina de trabalho na educação. Relembra pessoas que também contribuíram com Pe. José de Anchieta como: Zulmira de Luiz Mendonça, Gracinha de Lelego, Ozineide, Lucília, Damasceno, entre tantos outros que serão citados e lisonjeados em outro momento.  

 

Josélia Coringa

(Fragmentos -Texto em andamento)

 

CONTEXTO HISTÓRICO

ESCOLA  MUNICIPAL JOÃO GREGÓRIO
Josélia Coringa




A Escola João Gregório Bezerra situada na comunidade do Jenipapeiro, Carnaubais/RN, CEP 59665- 000, CNPJ:12.782.890/0001-10 Entidade Mantenedora: Caixa Escola e Prefeitura Municipal, teve sua fundação em 28 de fevereiro de 1994 e no ano 1995 foi inaugurada, surgiu a partir da junção de três escolas isoladas, (*Marina Bezerra, *Nossa Senhora de Fátima e Joana Angélica), a professora pioneira na gestão da nova escola foi Adriana Maia de Oliveira que era professora da escola isolada, *Joana Angélica. O terreno foi adquirido através da doação da família Gregório, parentes do ex-prefeito Nelson Gregório Bezerra, a escolha do nome foi feita através de uma rápida votação nas dependências da mesma, onde parte das pessoas presentes, sugeriram homenagear Dona Ildete dos Santos Xavier, na época professora atuante. Mas o nome que prevaleceu foi “João Gregório”. Homenagem feita ao patriarca da família e dono da terra. Podemos dizer que a escolha do nome foi um tanto incoerente aos olhos da educação, por ele ser um senhor alheio às ações educativas. Contudo, respeitosamente sejamos sempre gratos à família Gregório pela doação do terreno e a acolhida da escola em suas terras.

 

Dona Ildete, foi uma professora que muito cooperou com essa instituição, sua história de vida foi dedicada à educação, próximo ao encerramento da carreira sentiu uma forte dor de cabeça, momento em que lecionava, numa sala de aula dessa escola e posteriormente se submeteu a uma delicada cirurgia fruto de um aneurisma cerebral, após essa cirurgia não retornou à sala de aula, ainda viveu vários anos e deixou um grande legado na educação de Carnaubais. Veio a óbito no dia 01 de dezembro de 2014. Contribuiu impetuosamente com a formação de muitos que certamente não a esquecerá.

 

As marcas da resistência, bravura e amor à educação, aspecto que caracterizava Dona Ildete dos Santos Xavier, como uma docente que se debruçou incansavelmente para alfabetizar crianças, evidenciava-se também pelos seus gestos e pela forma como rememorou suas práticas. Constatava-se que o conhecimento dos seus primeiros tempos de professora e de como foi educada serviram de base para que ela construísse sua prática e fosse se apropriando dos instrumentos da cultura escolar da época.

Dentre as funções das escolas rurais isoladas, das professoras que marcaram história dessas comunidades, não podemos deixar de citar outra que igualmente deixou sua lição valorosa como educadora nata, que contribuiu com sua maneira pródiga e afetuosa de ser.


Luzimar Coringa, que além de “ensinar o indivíduo a ler, a gostar de ler”, deveria desenvolver os bons hábitos de higiene, de boa educação, saberes sobre as contas e seu uso na vida cotidiana, o uso da palmatória se fez presente. Os conhecimentos de algo sobre o mundo e sua Pátria, cantar o hino uma vez por semana, respeitar os mais velhos e seguir normas gerais de conduta, valores que os alunos das escolas públicas e privadas de hoje deveriam receber como regra. Esses ensinamentos dado por elas, serviriam como conhecimento prático, ao que eles viessem a ser mais tarde.

Os “sonhos”, para Ildete dos Santos Xavier, Luzimar Coringa e outras professoras que igualmente construíram, representaram degraus a serem alcançados e dedicação pela educação da comunidade. É oportuno lembrar, Maria Nascimento, hoje aposentada, foi substituta de Luzimar Coringa quando se afastou por enfrentar a tuberculose, doença adquirida por volta da década de 60 e persistente na década de 70. Fazemos lembrar essas desbravadoras não por ter sido pioneiras da educação nesse prédio novo, mas por ter sido grandes educadoras de filhos dessas comunidades e por rememorar as escolas isoladas da época.

 

Dessa forma, superar a precariedade das escolas multisseriadas “domiciliares”, as estradas de “chão batido” o uso do tamborete, do banco, do quadro negro com giz e o enfrentamento as dificuldades significaram a expressão máxima que recaia sobre o “ofício do magistério”, entendido por elas como vocação de ensinar e preparar “criaturas para vida”.

 

A trajetória delas recupera, mesmo que de forma fragmentada uma parte importante da história do ensino rural nessas comunidades: Olho D’água e Jenipapeiro, “além de ressaltar que a docência não transcendia apenas ensinar conhecimentos pedagógicos, implicava, sobretudo um comprometimento social e político”.

 

As “lições” ensinadas, inesquecíveis, enfatizaram o letramento. A alfabetização caracterizou- se como aspecto de maior responsabilidade dessas professoras e que também, são hoje as lembranças que expressam maior gratidão e reconhecimento sobre a ação docente.

 

Lamentavelmente ainda não aprendemos a homenagear, merecidamente em vida, pessoas que contribuem com um mundo melhor. (Josélia Coringa).

sábado, 29 de outubro de 2022

 

CARTA ABERTA AOS EDUCADORES DE CARNAUBAIS.

DIA DO FUNCIONÁRIO PÚBLICO


Aos companheiros, com indagações e com muita tristeza.

Tenho 65 anos, sou professor aposentado, não estou com saúde, mas estou FELIZ, porque tenho CERTEZA que LULA vai vencer esta eleição, o BRASIL vai sair do caos que se instalou com este desgoverno e eu serei um dos que contribuiu para sua saída e a história dirá...

Será o povo, especificamente o Nordestino que vai contribuir para esta VITÓRIA do BRASIL. A esperança vai vencer neste dia 30 de outubro.

Como um(a) funcionário(a) público(a), em especial um(a) professor(a) se dispõe a votar em BOLSONARO? É compreensível uma MULHER que cria seus filhos sozinha, desamparada, um agricultor aposentado, um desempregado, ingênuo que recebe o Auxílio Emergencial, SEM ACESSO À INFORMAÇÃO, mas um(a) professor(a), NÃO! Não consigo encontrar explicação.

Um(a) professor(a) que sabe que tudo que conquistamos ao longo da história foi fruto das nossas lutas, que LÊ e REFLETE, que é um ser de cultura, que é ESPELHO para seus alunos, sem dúvidas já parou para pensar antes de escolher seu candidato. Esse, certamente não escolherá um candidato que só pratica o retrocesso, a violência, o ódio desenfreado, o desrespeito as mulheres, o desmonte as instituições públicas, a discriminação, que baixa salários, ameaça o PISO dos professores, é contra os direitos conquistados e até declara o fim da DEMOCRACIA, da nossa Liberdade. Um homem que adverte constantemente um Golpe Militar que é admirador de torturador...

Quem acompanhou os cortes da educação e desvios de recursos? O vai e vem de ministros, o desmantelo do MEC? Cada ministro mais incompetente que o outro, um, não tinha se quer formação adequada, pois os seus diplomas eram falsos. Outro era formado, mas escrevia errado e o último ao sair, fez do MEC um gabinete de negociações ilícitas? E os pastores, suspeitos de operar um "balcão de negócios" no Ministério da Educação e na liberação de verbas do FNDE que inclusive foram presos na operação, batizada de Acesso Pago. Quem lembra? Apontados como lobistas no MEC... Será que este bloco político não dava sustentação ao presidente Jair Bolsonaro? E os municípios? E as crianças, jovens e adultos que foram penalizadas? Será que este "tráfico de influência e corrupção para a liberação de recursos públicos" é FAKE NEWS?

 

Um presidente sem postura para o cargo, que chama os universitários de maconheiros, desocupados e agitadores e diz que as UNIVERSIDADES são centros de Formação de Vagabundos e de Doutrinação da Esquerda Brasileira. Por qual Universidade passaram os companheiros que votam em Bosonaro?

Professores que acreditam no Kit Gay, que NUNCA existiu, será que não é a homofobia, falando mais alto? Em que mundo estão? Ainda não perceberam que esta não é uma eleição comum? Que quem se preocupa consigo e com seu semelhante pensa diferente. Confesso que fico desanimado! Será que já pararam para perceber e repassar aos seus alunos que nossas Universidades são centros de Formação e Divulgação do Conhecimento e não Centros de Formação da Esquerda Brasileira. Que o senso crítico cada um deve construir. Diante disso, fico triste. Não é possível que estejam tomados pela desinformação ou egoísmo!

Ainda assim acredito na mudança de mentalidade de alguns. Que os carnaubaenses e todo país vote em LULA. Que possamos aumentar a adesão à ESPERANÇA de dias melhores para nosso povo. Lula é a única alternativa para salvar este país da maior FARSA já vista. Pense! Repense! Não deixe de ir votar. Diga não ao desgoverno! Lembrem da lista infindável de atrocidades.

LULA é hoje nosso irmão, ele é CIDADÃO CARNAUBAENSE. Título dado pela CÂMARA MUNICIPAL DE CARNAUBAIS. Proposta do Vereador Nicolau Cavalcante Dantas e foi entregue em 2021 em solenidade realizada em Natal. O resto é decisão sua! Deve saber que todo voto tem consequência.

Um abraço, até a Vitória e o recomeço do BRASIL.

Professor aposentado Carlos Augusto                                                               

28 de outubro de 2022.

sábado, 11 de dezembro de 2021

MANIFESTAÇÃO DE RECONHECIMENTO PÚBLICO

 

                                                           4 de março de 2015


Eu, Josélia Coringa, professora efetiva do estado e do município, ex-diretora da Escola Adalgiza, venho a público RECONHECER de forma muito especial o pioneirismo da Professora Maria das Dores de Sousa, da qual fui vice e sucessora, na luta pela reforma da Escola Estadual Professora Adalgiza Emídia da Costa, Projeto Governo Cidadão, inaugurada neste dia 10 de dezembro de 2021, pela Governadora Professora Fátima Bezerra. Dona Maria, em reunião em sua sala de direção, com Dinarte Diniz, traçaram planejamento para viabilizar junto ao deputado George Soares audiência com o Secretário de Educação do Estado, da época, Francisco das Chagas. A partir de então travou-se a incansável batalha para pôr a Escola Adalgiza na lista das prioridades. George Soares foi o grande padrinho político dessa conquista. E é inegável a participação ativa de Dinarte Diniz nesta história. É injusto não fazer menção a este pioneirismo. Muitos outros nomes também abraçaram esta causa.
 

As lutas travadas antes do ano de 2015 foram por preenchimento de vagas de professores, foram pelo não fechamento da escola, onde também estive presente de forma audaz, é importante não confundir o valor que deve ser dado a quem de fato lutou com bravura.


Portanto, exalto minha alegria por ver a escola inaugurada, totalmente equipada e acolhedora, com profissionais excelentes com perspectivas de uma educação melhor e mais humanizada.

Por fim, rendo homenagens e cumprimentos de afeto a todos/todas que compõem esta instituição que tenho o maior apreço. 

Josélia Coringa

Carnaubais-RN

 



"Não foi apenas uma reforma. A Adalgiza foi totalmente demolida e construído um prédio novo. Hoje, ela é referência para as escolas do ensino fundamental, tem a marca do pioneirismo na inovação pedagógica. Temos o melhor Ideb da região. O nosso sentimento hoje é de gratidão", disse Maria Aldeísa, diretora da 11ª Direc.

"Valeu a luta, valeu o sonho! Carnaubais tem hoje uma das mais belas escolas do Rio Grande do Norte. Pisar no chão de uma escola é muito significativo pra mim, que sou e continuo sendo uma professora que dedicou sua vida à luta pela educação", enfatizou a governadora.

 





domingo, 7 de novembro de 2021

Educação quer urgência!


Que realidade cruel!! Diante deste cenário de crise e desmonte da educação é inevitável que as consequências tenham impactos ao longo dos próximos anos, provocando graves lacunas de aprendizagem que afetam o desenvolvimento de competências cognitivas e socioemocionais dos alunos. É uma tragédia!! Se a defasagem na aprendizagem já se constituía como o maior desafio da educação brasileira, tais desafios foram escancarados com a pandemia e o descompromisso das políticas públicas é visível. A falta de planejamento e boa vontade com a causa. Não são os profissionais nem os estudantes responsáveis pelo insucesso da escola é o descaso  governamental.