domingo, 30 de novembro de 2014

Cearense que acertou 95% do Enem diz que sempre sofria bullying. Que esse garoto seja exemplo para muitos dos nossos alunos.



Aluno de escola pública, João conta que magreza, altura, cabelo e letra faziam outros implicarem com ele. Como defesa, começou a ler.


O Enem está cheio de boas histórias. Como essa de Fortaleza: João Victor foi um dos alunos que mais acertou questões no Enem. Quase a prova inteira. E sabe por quê? Por causa da paixão pelos livros.
Suely é a bibliotecária da escola, e todos os dias, várias horas por dia, ela vê o mesmo cara no fundo da biblioteca.
Fantástico: Quantos livros você já leu este ano? João Victor Claudiano dos Santos: Uns 80, 90.
A obsessão pela leitura começou como uma espécie de defesa. É que ele sofreu muito bullying na escola.
Fantástico: Que tipo de bullying você sofria? João: Vários. Minha magreza, minha altura, meu cabelo e a minha letra. Eu sempre sofria bullying, desde criança, e eu via no estudo, eu tirar notas boas, uma questão de eu ser superior.
Além de ler muito, João deu sorte de estudar em um colégio público que nos últimos anos passou a preparar os alunos para entrar na faculdade.
O resultado: em 2005, cinco alunos dessa escola foram aprovados na universidade. No ano passado foram 244 aprovados.
“Se você chegava em uma turma de 3º ano e perguntava quem acreditava que ia entrar na universidade, quatro ou cinco levantavam mão. Hoje, praticamente 100% dos estudantes acreditam, sim, que é possível se tornar universitário, mudar a sua vida e mudar a vida de sua família”, diz o professor Monteiro Firmino.
É claro que a implantação das cotas nas universidades para alunos de escolas públicas ajudou esse número a crescer, mas a história do João mostra que isso não é tudo. Ele é aluno do 2º ano. Fez o Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem, pela primeira vez. Semana passada, quando foi conferir o gabarito da prova, descobriu que tinha acertado 172 das 180 questões: 95%.
Fantástico: Você ficou impressionado com a sua nota no Enem? João: Não fiquei impressionado. Eu fiquei impressionado com a repercussão disso. Nordestino, é tipo, 170 questões, cearense.
Mas João nunca deixou ninguém limitar seus horizontes. O João vem da escola todo dia a pé. É claro que isso não se apresentou como um grande obstáculo, mas todo mundo sabe que andar muito a pé, todo dia, tem as suas consequências.
João só faltou dois dias de aula este ano, justamente por causa da caminhada.
João: Eu sempre ia para a escola com ele. Teve um dia, com o tempo, que ele furou. Aqui o buraco. Fantástico: E você parou de ir para escola? João: Exatamente. Pelo fato de eu não ter nenhum outro calçado.
“Não era justo ele faltar por causa de um calçado. Eu coloquei na minha cabeça que não é por causa de um calçado que meu filho não vai realizar o sonho dele”, diz Ana Maria Claudiano dos Santos, mãe de João.
Ana deu um jeito de comprar um par de sapatos novos. Não foi a primeira vez que a mãe de cinco filhos teve que contornar um imprevisto para que eles pudessem estudar.
“A gente deixava de comprar mistura, carne. A gente comia ovo, mortadela, salsicha. Eu não tenho vergonha de dizer isso, eu não tenho vergonha de dizer que eu abria mão da nossa própria alimentação para investir no estudo dos meus filhos’, afirma.
Ela percebeu que os filhos respondiam ao incentivo. Sinais apareciam pela casa. “Um dia eu acordei e ele estava fazendo café e eu falei: ‘João, minha parede está toda riscada. O que é isso?’. ‘Mãe, a senhora não sabe, isso não é risco. É ciência’”, conta Ana.
Nas paredes da sala, fórmulas de química e física. “Eu não queria apenas ler, eu queria tocar, eu queria escrever, eu queria passar o dedo em cima, essas coisas”, diz João.
E não é que deu certo? “Essa aqui é a foto do meu primeiro jornal que eu comprei na minha vida! Eu tive tanto orgulho do meu filho estampado que eu cortei e coloquei na moldura”, diz Ana.
Ela nunca aprendeu a ler, trabalha desde muito cedo e criou os filhos sozinha. “Valeu a pena. Tudo o que você faz por um filho vale a pena”, diz.
João ainda não sabe se vai entrar na faculdade agora ou se vai cursar o 3º ano, mas duas escolas particulares de Fortaleza já ofereceram bolsas de estudo para ele e para os irmãos.
Agora João, em um feito quase inédito na vida dele, vai poder escolher. “Não me importa se você é classe média, classe alta ou classe baixa. Se mora no Sul, no Sudeste, Norte ou Nordeste. Se você estudou em escola pública ou particular. A vida é um ciclo, e mesmo que aconteçam coisas opostas ao que você quer, se você continuar querendo você vai conseguir”, diz João.

G1

sábado, 15 de novembro de 2014

O ELO FRACO

Todo mundo já ouviu falar que a união faz a força, e isso é bem verdade. Mas também é verdade que a força de uma corrente inteira, de qualquer tamanho, é sempre igual à de seu elo mais fraco.
Assim, numa união com vistas a atingir um ou mais objetivos comuns, cada membro deve sempre se empenhar ao máximo para cumprir da melhor maneira possível suas incumbências. Qualquer negligência nisso pode retardar ou até mesmo impedir alcançar os alvos determinados. A corrente se quebra.
Porém, diferentemente de uma corrente de metal, uma pessoa que se reconhece em tempo como um elo mais fraco de um conjunto tem a capacidade (e também o dever) de se fortalecer por si mesma, fazendo com que a interligada cadeia de atividades volte a ter o vigor e a resistência originais.
Uma corrente humana só pode conservar sua integridade e resistência com permanente esforço e dedicação, e, principalmente, mediante a autoavaliação correta de cada um de seus membros, que se conectam confiantemente entre si como elos de uma cadeia.
Tal corrente torna-se então cada vez mais forte à medida que os objetivos comuns são alcançados, pois todos os elos são continuamente retemperados na alegria de cada dever cumprido.
 Acesse: http://bit.ly/18h6hxk.)

Todas as homenagens devem ser endereçadas a ele: Carlos Augusto pela passagem do seu aniversário e pelo professor que foi em nossa história.

Professor fidedigno, exigente, determinado e pontual. Dava aulas com prazer de fazê-las florescer em nós o aprender, trago boas recordações desse professor de letras, especificamente de inglês que a escola Adalgiza teve por muitos anos. Carlos Augusto foi referência para muitos de nós, estimulava o pensamento crítico e era ousado em suas ações. Hoje aposentado, depois de muito contribuir com a educação desse município. Esquecido às vezes, porque não dizer, por razões diversas que o momento não pede para descrever.
Hoje quero parabenizá-lo por mais um ano de vida, que sua caminhada ainda seja muito longa, que a sua presença seja constante em nosso meio.  O que apresento é pouco diante do que você merece ouvir e sentir de nós, ex-alunos que te querem bem.
Você foi um professor verdadeiro, que abraçou a causa com amor, construiu saberes, edificou muitas vidas buscando a melhor forma de despertar em nós o desejo de vencer. Discurso x prática se fizeram presentes. Assim como Mariazinha e tantas outras referências que nós temos guardadas.
Infelizmente hoje não foi possível realizar o que idealizei, idealizamos, mas saiba que você é especial para nós e que pode contar conosco sempre que precisar. Não se sinta sozinho, você tem pessoas que te admiram, te desejam o melhor e reconhecem o grande ser humano que você é.
Foi meu grande professor, padrinho de formatura e é uma pessoa que eu quero muito bem, apesar da distância do dia a dia.
FELICIDADES, SAÚDE, FÉ, FORÇA E MUITOS ANOS DE VIDA. 
Um cordial abraço professor. 

 Josélia Coringa e família

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Tenho medo desta modernidade que não sabe o que é respeito e diálogo...

Crônica
Sinto saudades da família "arcaica" e sinto medo da família "moderna"
Diariamente vejo cenas e também compartilho com outros profissionais o desafio que é estar em uma sala de aula. Nenhum laboratório por mais equipado tecnologicamente seria mais eficiente em dar um diagnóstico de como está a família atualmente, do que um professor.
Deparo-me diante de situações tão desafiantes que de imediato reporto-me a um sentimento de uma boa nostalgia no como era é e será para a as futuras gerações o modelo de família que muitos hoje consideram arcaica, ultrapassada ou do doze. Lembro e guardo muito vivo em minha mente os valores que absorvíamos daqueles que eram os nossos heróis incontestes. Sim, embora a repressão significasse a morte dos nossos desejos infantis, pueril ou motivado por rebeldia, o não tornava-se uma grande aprendizagem. A escola era o lugar de aprender e assimilar conhecimentos das mais diversas áreas, e a família a verdadeira casa da educação, dos bons costumes, dos valores, de aprender coisas valiosas para a vida. Quanta saudade sinto disso tudo!
Hoje causa-nos arrepios de todas as formas vermos nossos adolescentes, jovens e crianças sem "referências", sobretudo em casa. Realidades diversas matam as famílias de nossos alunos e as consequências são as mais drásticas possíveis. Percebo que um modelo de sociedade que está ai de que tudo posso e tudo devo está "estragando", matando os nosso meninos e meninas. Já perderam o direito de sonhar, Não se projetam e tão pouco têm "sonhos", tão necessários no campo da motivação para ousar o "querer". Tenho medo e pavor desta sociedade que prega a liberdade sem regras, normas, bons costumes e que mata e despreza tudo que é antigo e do passado. Talvez resida ai a essência do entendimento de que por eles não olharem no retrovisor da vida, tão pouco tenham a perspicácia e motivação de "olhar" para o horizonte. Creio que uma sociedade sem tradição (costumes) nunca ou deveras conseguirá as coisas preciosas que a vida reserva para àqueles que vivem o hoje na esperança e com os olhos no futuro.

Repito, que
tenho medo desta modernidade que não sabe o que é respeito e diálogo, e que despreza a beleza que reside por traz de um sorriso envelhecido de um ancião que é capaz de expressar não através da ciência positiva o muito que aprendeu da vida e a riqueza que esconde-se em um olhar cansado, opaco e com pousa visibilidade, mas que já foi UM RETROVISOR E ESPELHO PARA O FUTURO.
Prof. Francisco