terça-feira, 28 de outubro de 2014

Vamos ajudar a combater essa ALIENAÇÃO.

Combate a preconceito contra nordestinos precisa começar em casa e na escola


A onda de comentários ofensivos contra os nordestinos que se alastrou nas redes sociais logo após o resultado das eleições revela que o país não está dividido somente pela opção política, mas também por um preconceito latente, pronto para explodir diante da primeira oportunidade.

O que surpreende é que as redes sociais, embora sejam frequentadas por pessoas de todas as idades, são o espaço privilegiado dos jovens. Como então sonhar com mudanças, se uma parte importante da juventude, em vez de ousar e ir contra a corrente, apresenta a mais conservadora e grosseira das atitudes?

De onde vem tal preconceito, a estas alturas? Os caminhos que explicam são muitos e um deles passa pela educação recebida, tanto em casa como na escola.

Muitas vezes, até sem perceber, os pais podem ensinar atitudes preconceituosas às crianças menores. Quando, por exemplo, se referem a alguém pejorativamente como “aquele paraíba”, “o cabeça chata”, “o ceará”. Somados a outros adjetivos e comparações que a família possa empregar no cotidiano (“todo baiano é preguiçoso”, “o ebola só podia vir da África”, “só não gosto de argentinos”) e pronto, está fértil o terreno para criar uma cabecinha preconceituosa e xenófoba, presa aos estereótipos do século passado.

Mais tarde, na escola, o estudante pode acabar reforçando visões discriminatórias, como por exemplo com as mensagens (mesmo implícitas) dos livros didáticos. Neles, o Nordeste é quase sempre retratado como lugar pobre e de privações, onde se sofre pela seca. Pouca diferença se faz entre um estado e outro, como se o Nordeste fosse um amálgama sem identidades, definido só pelos mapas. O nordestino é descrito, até nas ilustrações, como migrante e retirante.

Em muitos livros didáticos vi uma imagem similar: o personagem maltrapilho desenhado sob um sol escaldante, a terra cheia de sulcos e aridez, ele com uma trouxinha, acompanhado de uma mulher grávida com outra criança no colo, e uma legenda explicando que “nordestinos partem em busca de melhor destino”.

Um certo livro escolar dá como título ao capítulo que fala do Nordeste “Penando na terra”, com imagens de seca e sertão. Enquanto isso, ao apresentar o Sudeste, o capítulo seguinte traz fotos de cenas urbanas, contextos industriais e desenvolvimento.

Esse discurso reforça uma suposta condição de inferioridade daquele que nasce numa “região-problema”, “afligida” por um fenômeno climático. Sugere passividade das populações e vitimização irremediável.

Nas festas juninas, que são das poucas ocasiões em que a cultura nordestina é trazida para o interior das escolas das demais regiões, as crianças são fantasiadas de um modo que ridiculariza o homem do campo. O “caipira” é caracterizado com a roupa remendada, sem combinar as cores, e lhe faltam dentes, ou dança com as pernas tortas. É a cultura urbana debochando da cultura rural.

Pouco se fala, no currículo escolar, da riqueza e da heterogeneidade da cultura nordestina, com sua música, danças, culinária, arte, manifestações religiosas, as belas festas populares, os grandes nomes da literatura, da política, da dramaturgia, da indústria, da educação, e da tantas outras esferas.

Qual seria o motivo de tanta agressividade nos comentários registrados contra os nordestinos? Talvez – é apenas uma hipótese – o fato de que nesta eleição, os “pequenos” e condenados ao esquecimento hajam tido um papel protagonista, o que colocou em xeque uma noção de hierarquia regional cristalizada por longas gerações.

Cabe a nós, pais e educadores, criar oportunidades para educar numa lógica diferente. Afastar os velhos paradigmas que rotulam regiões e seus habitantes. Estimular um modelo mental que combine mais com o mundo de hoje, das redes e interconexões, em que as pessoas precisam trabalhar em grupos multidisciplinares, aprender com as diferenças e interagir o tempo todo com empatia e respeito.


  G1

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

De uma coisa eu tenho certeza...

A festa foi na rua, não nos condomínios. Estou feliz! A democracia se comprova como o maior exercício da liberdade individual dentro do coletivo. Escrevo, ainda com uma certa ressaca desse estresse, da minha dedicação à campanha, do nervosismo, da ansiosa expectativa, da contagem progressiva das urnas e por fim do Carnaval eleitoral da vitória na Lapa ontem. Sob a chuva fina, o que comemorávamos ali? Quem eram aqueles silenciosos em plena noite carioca ouvindo as palavras da presidente que elegemos, com os olhos pregados no telão e às suas palavras? Não eram só petistas ou simpatizantes, nem eram só pobres e pretos. Via-se o híbrido brasileiro, a mistura da diferença, que é a gênese do Brasil. Havia mais: uma alegria contagiante de quem pensou no voto, de quem refletiu que, ainda que não esteja satisfeito com alguns rumos dessa administração, entendeu com clareza que é dentro desses vetores de inclusão e distribuição de justiça que queremos repensar esses rumos. Somos a 4ª economia do mundo. Não estamos tão mal. Mas não há legitimidade em um ranking de progresso econômico sem considerarmos a saúde, a educação, a segurança e a vida de todos que lutam e trabalham para a economia deste gigante Brasil. Foi a festa disto que vi ontem nas ruas. A ovação de um novo tempo, de uma vontade altruísta de um país, uma aprovação de uma evolução que estamos trilhando depois de tantos governos que nunca consideraram a existência das minorias em suas políticas públicas. Vale dizer que minoria aqui não se refere a número e sim à importância daquele grupo ou daquele tipo de cidadão no protagonismo de uma sociedade. O Brasil está se transformando. A coisa mais rara é ver uma negra ou um piloto nas tripulações brasileiras. Mas entre passageiros essa coisa já mudou na última década: eu sempre, nessa minha vida de mais de 20 anos nas pontes áreas nacionais, reparei que eu era a única negra das aeronaves. Ou eu ou um outro artista, um jogador de futebol, de vez em quando. E comparando pelas minhas andanças pelo mundo ficava mais gritante que era coisa daqui, fruto da nossa injustiça.
Nesse tempo de campanha em que me orgulho de ter influenciado na decisão de vários votos, conversei com muita gente, entre eles, taxistas, garçons, padeiros, pessoas que fazem o país funcionar, mas que geralmente eram invisíveis. Absolutamente todos afirmaram que agora podem andar de avião e visitar a família no Nordeste; trajeto que, quando rodoviário, custa 3 dias de viagem de ida. Todos deram seus testemunhos pessoais do quanto a cidadania tinha deixado de ser palavra de discurso para ser uma prática, tornando suas vidas dignas dentro da realidade. É verdade que nem sempre a fiscalização tem sido maravilhosa e isso o governo tem que reconhecer, mas não basta essa falha na fiscalização para comprometer o grande programa. Precisamos saber que o Bolsa Família exige que os filhos estejam na escola e, claro que um cidadão com suas questões básicas resolvidas, entra nas condições ideais para desfrutar dos saberes e da formação para o mercado de trabalho. Este é o Brasil do Pronatec, do Programa Juventude Viva, do Jovem Aprendiz. O próprio Bolsa Família foi elogiadíssimo no jornal Le Monde e é considerado o mais moderno programa anti pobreza do mundo, é a vanguarda internacional do combate a miséria num país desta dimensão. Sem preconceito, precisamos nos informar, procure saber o que há de bom e bem feito no país agora e o que você quer melhorar. Eis um Brasil diferente e que foi sonhado antes, desde obscuros tempos da ditadura. Houve gente que morreu para que estivéssemos nas ruas decidindo nosso futuro pelo voto. Com as divergências e os ânimos alterados, as pessoas se expuseram mais e aconteceu uma coisa que eu nunca tinha visto: os preconceitos assumidos a plenos pulmões. Pessoas falando contra o Governo, usando como argumento coisas esdrúxulas: “Pra que preto e pobre precisam de universidade? Daqui a pouco ninguém consegue mais uma empregada.” “Veja, Dilma está com aquele gay, o Jean Wyllys! Olha com quem ela anda!” ou Ah! Eu sou a favor da ditadura, sabe?! Eu nunca vi esse negócio de governar para pobre andar de avião!” “É claro que pobre vota na Dilma, se os porcos pudessem votar, votaria em quem dá lavagem para eles”. Diante de tais declarações polarizaram-se muitas vezes as discussões. Para quem tem um pensamento de sustentabilidade do sonho coletivo e dos sonhos de cada um dentro deste coletivo, essas declarações estarrecem, revelam o atraso, o retrógrado diante dos avanços atuais. Porém é a democracia que levanta este tapete, quem sopra essa poeira dali de baixo e faz com que essas vozes que nunca tiveram coragem para assumir seu pensamento elitista se sintam à vontade para falar. Quem defende a ditadura parece não saber que nela só pode falar quem concorda com o Governo. Quem não concorda morre. Só isso.
Tenho certeza de que esta eleição foi uma grande lição para a nossa adolescente democracia, que acho que, com essa acaba de viver o seu primeiro menstruo, e que um dia será uma linda mulher. A mulher que hoje a representa é Dilma Rousseff, das manifestações do Brasil que saiu as ruas, viam-se bandeiras onde estava estampado o nome dela. A bandeira era ela. Aquela de coração valente que não foge à luta e não tremeu diante da artilharia da mídia, de grande parte dos que mandam nessa sociedade rica brasileira e das forças políticas que se juntaram contra ela e seu projeto. Dizem que o país está dividido por causa da vitória apertada, mas eu não vejo assim. Conversei com muita gente que votou no outro candidato porque não estava entendo direito, não havia refletido ,e me disse isso com clareza depois. Podemos e devemos discordar, discutir ideias para se chegar a um consenso do que queremos em relação a vários temas fundamentais para o nosso presente futuro, no entanto, faz-se urgente a necessidade de uma educação para crianças e adultos, uma espécie de campanha que faça o país reconhecer-se em sua diversidade, sem tantos sectarismos ou racismos, homofobismos e outros ismos que atravancam o progresso. Elegemos uma presidente e entre seus eleitores há um povo mais consciente, mais maduro, mais interessado no próprio destino; há uma juventude esperta que voltou a acreditar na política, e que lotou a Cinelândia ontem à noite no Rio e em várias regiões do país; há uma gente pensante, inteligente que, como povo, vai querer governar com a Dilma e seus representantes, uma gente que vai pressionar o congresso, uma gente que não vai tolerar corrupções sem punições, que vai cobrar cada promessa, enfim, que está de olhos abertos com o gigante que acordou e parece não estar mais com sono nenhum. Ainda que não queiram alguns, o Brasil é um só. Ficamos todos esperando o fuso horário do Acre, um Estado tão desconhecido pela maioria dos brasileiros para sabermos quem tinha vencido. Ê, Brasilzão danado e maravilhoso: imenso, com suas culturas diversas, com seus 200 milhões de habitantes falando uma mesma língua e querendo ter direito a alardeada riqueza de sua terra. É hora de entendermos isto. Dilma uma vez por todas!


Elisa Lucinda

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Não deixe que o seu voto se volte contra você, contra nós.

O voto nulo anula o eleitor, mas não só. Já está provado, principalmente nos países onde o neo nazismo e outros fundamentalismos avançaram, que, as forças conservadoras se aproveitam do voto nulo do eleitor que queria com ele fazer um protesto, para ganhar terreno e contar com a omissão para ser maioria, portanto, cuidado. Tenho visto muitos indecisos: “não sei se vou votar na Dilma”. Aí eu pergunto: por quê? Sua vida nesses 12 anos foi ruim?! Então a pessoa começa a se lembrar que não havia a delegacia da mulher há pouco mais de uma década atrás, a lei Maria da Penha, o sistema de cotas para negros, índios e estudantes de escolas públicas, nem o Brasil, era esse, interessado em política, telespectador do horário eleitoral e dos debates, telespectador ativo da TV Senado, por exemplo. E aí a pessoa descobre que vive num país melhor e descobre mais: Que não refletiu sobre o seu voto e no que ele pode gerar. Destas pessoas, todas declararam seu voto à Dilma no final. Portanto, não vamos arrefecer nessa reta final. Vamos conversar, informar, discutir. Hoje me apresentei em Vitória do Espírito Santo, num congresso do secretariado nacional e os mineiros detonam o Aécio. Fazem acusações sérias, graves e afirmam, inclusive, que os mineiros querem ver o diabo, mas não o querem no poder. Acho muito grave que apenas para ser contra o PT a gente entorne o caldo todo de uma democracia que está se construindo. Uma presidente que navega firme na sua dignidade (Vê-se que a Dilma não é dissimulada e não tem duas caras), que pode abrir a boca pra dizer que não tem rabo preso, que não tem parentes empregados no seu governo e que não teme investigações. Me parece o caminho mais certeiro em relação ao país que queremos construir. Tenho certeza que o país que vivemos hoje é o melhor do que o de 12 anos atrás. Não sou petista, nunca fui. Aliás eu nunca tive nenhum partido. Sempre me atraíram ideias, pessoas. Sempre me atraíram os agentes transformadores. É claro que esse governo tem defeitos, mas ele está avançando, sem retroceder, no quesito mais precioso que nós temos: O povo brasileiro.
Não deixe que o seu voto se volte contra você, contra nós.

Elisa Lucinda-atriz

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

HOJE É NOSSO DIA E VALE TAMBÉM REFLETIR!

Educação é algo bem mais amplo do que escola. Começa em casa, onde precisam ser dadas as primeiras informações sobre o mundo (com criança também se conversa!), noções de postura e compostura, respeito, limites. A minha mãe Luzimar Coringa e as minhas estimadas professoras Dona Ildete e Dona Mirinha e tantas outras mães e professoras da época eram exemplo da cobrança desses valores morais.


Hoje podemos dizer que estamos tristemente carentes de bons modelos, por uma série de razões, os pais de hoje se sentem perdidos em meio a tantos conflitos existentes, sem que sozinhos possam resolvê-los. Mas vamos à educação nas escolas: o que é educar? Como deveria ser uma boa escola? Como se forma e se mantém um professor eficiente, como se preparam crianças e adolescentes para este mundo competitivo onde todos têm direito de construir sua vida e desenvolver sua personalidade?
É bem mais simples do que todas as teorias confusas e projetos inúteis que nos apresentam. Não sou contra colocarem um computador em cada sala de aula neste reino das utopias, desde que, muito mais e acima disso, saibamos ensinar aos alunos o mais elementar, que independe de computadores: nasce de nós, nossos métodos, nossa autoridade, o entusiasmo e objetivos claros. A educação benevolente e frouxa que hoje predomina nas casas e escolas prejudica mais do que uma sala de aula com teto e chão furados e livros aos frangalhos. Estudar não é brincar, é trabalho. Para brincar temos o pátio da escola, a casa...
Sair do primeiro grau tendo alguma consciência de si, dos outros, da comunidade onde se vive, conseguindo contar, ler, escrever e falar bem (não dá para esquecer isso, gente!) e com naturalidade, para se informar e expor seu pensamento, é um objetivo fantástico. As outras matérias, incluindo as artísticas, só terão valor se o aluno souber raciocinar, avaliar, escolher e se comunicar dentro dos limites de sua idade.
No segundo grau, que encaminha para a universidade ou para algum curso técnico superior, o leque de conhecimentos deve aumentar. Mas não adianta saber história ou geografia americana, africana ou chinesa sem conhecer bem a nossa, nem falar vários idiomas se nem sequer dominamos o nosso. Quer dizer, não conseguimos nem nos colocar como indivíduos em nosso grupo nem saber o que acontece, nem argumentar, aceitar ou recusar em nosso próprio benefício, realizando todas as coisas que constituem o termo tão em voga e tão mal aplicado: "cidadania".

Corrigir isso pode ser muito simples. Basta vontade real nos municípios, estados e país. Infelizmente, isso depende dos políticos, depende dos gestores. Depende de cada um de nós, que os escolhemos e sustentamos muitas vezes por conveniência. Lamentavelmente!


Texto de Lya Luft.(Inspiração)

Nessa data especial, o parabenizamos por sua força e dedicação. Feliz Dia do Professor!


Poetisa Aldinete,  tomei a liberdade de publicar seu texto, escritos como esse não deve ficar no anonimato. 
Um abraço querida Sales. 

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

AOS "FORMADORES DE OPINIÃO" QUE AINDA ESTAO EM CIMA DO MURO.



Carta para além do muro (ou por que Dilma agora)
Aécio representa uma coligação de partidos de ultradireita, com uma base ainda mais conservadora que a do governo Dilma no Parlamento.

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O deputado federal Jean Wyllys durante a votação do primeiro turno



O muro não é meu lugar, definitivamente. Nunca gostei de muros, nem dos reais nem dos imaginários ou metafóricos. Sempre preferi as pontes ou as portas e janelas abertas, reais ou imaginárias. Estas representam a comunicação e, logo, o entendimento. Mas quando, infelizmente, no lugar delas se ergue um muro, não posso tentar me equilibrar sobre ele. O certo é avaliar com discernimento e escolher o lado do muro que está mais de acordo com o que se espera da vida. O correto é tomar posição; posicionar-se mesmo que a posição tomada não seja a ideal, mas a mais próxima disso. Jamais lavar as mãos como Pilatos – o que custou a execução de Jesus – ou sugerir dividir o bebê disputado por duas mães ao meio.

Sei que cada escolha é uma renúncia. E, por isso, estou preparado para os insultos e ataques dos que gostariam que eu fizesse escolha semelhante às suas.

Por respeito à democracia interna do meu partido, aguardei a deliberação da direção nacional para dividir, com vocês, minha posição sobre o segundo turno. E agora que o PSOL já se expressou, eu também o faço.

Antes de mais nada, quero dizer que estou muito feliz e orgulhoso pelo papel cumprido ao longo de toda a campanha por Luciana Genro. Jamais um(a) candidato(a) presidencial tinha assumido em todos os debates, entrevistas e discursos – e, sobretudo, no programa de governo apresentado – um compromisso tão claro com a defesa dos direitos humanos de todos e de todas. Luciana foi a primeira candidata a falar as palavras "transfobia" e "homofobia" num debate presidencial, além de defender abertamente o casamento civil igualitário, a lei de identidade de gênero e a criminalização da homofobia nos termos em que eu mesmo a defendo; mas também foi a primeira a defender, sem eufemismos, as legalizações do aborto e da maconha como meios eficazes de reduzir a mortalidade da população pobre e negra, a taxação das grandes fortunas, a desmilitarização da polícia e outras pautas que considero fundamentais. O PSOL saiu da eleição fortalecido.

Agora, no segundo turno, a eleição é entre os dois candidatos que a população escolheu: Dilma Rousseff e Aécio Neves. E eu não vou fugir dessa escolha porque, embora tenha fortes críticas a ambos, acredito que existam diferenças importantes entre eles.

A candidatura de Aécio Neves – com o provável apoio de Marina Silva (e o já declarado apoio dos fundamentalistas MAL-AFAIA e Pastor Everaldo; do ultrarreacionário Levy Fidélix; da quadrilha de difamadores fascistas que tem por sobrenome Bolsonaro e do PSB dos pastores obscurantistas Eurico e Isidoro) – representa um retrocesso: conservadorismo moral, política econômica ultraliberal, menos políticas sociais e de inclusão, mais criminalização dos movimentos sociais, mais corrupção (sim, ao contrário do que sugere parte da imprensa, o PT é um partido menos enredado em esquemas de corrupção que o PSDB), mais repressão à dissidência política e menos direitos civis.

Mesmo com todos as críticas que eu fiz, faço e continuarei fazendo aos governos do PT, a memória da época do tucanato me lembra o quanto tudo pode piorar. Por outro lado, Aécio representa uma coligação de partidos de ultradireita, com uma base ainda mais conservadora que a do governo Dilma no Parlamento. Esse alinhamento político-ideológico à direita entre Executivo e Legislativo é um perigo para a democracia.

Vocês, que acompanham meus posicionamentos no Congresso, na imprensa e aqui sabem o quanto eu fui crítico, durante esses quatro anos, das claudicações e recuos do governo Dilma e do tipo de governabilidade que o PT construiu. Mas sabem, também, que tenho horror a esse antipetismo de leitor da revista marrom, por seu conteúdo udenista, fundamentalista religioso, classista e ultraliberal em matéria econômico-social. Considero-o uma ameaça às conquistas já feitas, que não são todas as que eu desejo, mas existem e são importantes, principalmente para os mais pobres. As manifestações de racismo e classismo que vi nos últimos dias nas redes sociais contra o povo nordestino, do qual faço parte como baiano radicado no Rio, mais ainda me horrorizam.

Por isso, aderindo à posição da direção nacional do PSOL, que declarou "Nenhum voto em Aécio", eu declaro que, neste segundo turno das eleições, eu voto em Dilma e a apoio, mesmo assegurando a vocês, desde já, que farei oposição à esquerda ao seu governo (logo, uma oposição pautada na justiça, na ética, nas minhas convicções e no republicanismo), apoiando aquilo que é coerente com as bandeiras que defendo e me opondo ao que considero contrário aos interesses da população em geral e daqueles que eu represento no Congresso, como sempre fiz.

Hoje, antes de dividir estas palavras com vocês, entrei em contato com a coordenação de campanha da presidenta Dilma para antecipar minha posição e cobrar, dela, um compromisso claro com agendas mínimas que são muito caras a mim e a todas as que me confiaram seu voto.

E a presidenta Dilma, após argumentar que pouco avançou na garantia de direitos humanos de minorias porque, no primeiro mandato, teve de levar em conta o equilíbrio de forças em sua base e priorizar as políticas sociais mais urgentes, garantiu que, desta vez, vai:

1. fazer todos os esforços que lhe cabem como presidenta para convencer sua base a criminalizar a homofobia em consonância com a defesa de um estado penal mínimo;

2. fazer todos os esforços que lhe cabem como presidenta para mobilizar sua base no Legislativo para legalizar algo que já é uma realidade jurídica: o casamento CIVIL igualitário (ela ressaltou, contudo, que vai tranquilizar os religiosos de que jamais fará qualquer ação no sentido de constranger igrejas a realizarem cerimônias de casamento; a presidenta deixou claro que seu compromisso é com a legalização do CASAMENTO CIVIL – aquele que pode ser dissolvido pelo divórcio – entre pessoas do mesmo sexo);

3. realizar maior investimento de recursos nas políticas de prevenção e tratamento das DSTs/Aids, levando em conta as populações mais vulneráveis à doença;

4. dar maior atenção às reivindicações dos povos indígenas, conciliando o atendimento a essas reivindicações com o desenvolvimento sustentável;

5. e implementar o Plano Nacional de Educação (PNE) de modo a assegurar a todos e todas uma educação inclusiva de qualidade, sem discriminações às pessoas com deficiências físicas e cognitivas, LGBTs e adeptos de religiões minoritárias, como as religiões de matriz africana.

Por tudo isso, sobretudo por causa desse compromisso, eu voto em Dilma e apoio sua reeleição. Se ela não cumprir serei o primeiro a cobrar junto a vocês.
 Por Jean Wyllys — publicado 08/10/2014


terça-feira, 7 de outubro de 2014

Marcelo Adnet mostra o absurdo que a Dilma fez com o Brasil

MULTIPLIQUE ESSA IDEIA: DILMA 13! DILMA SIM!!!


ALGUMAS RAZÕES PARA VOTAR EM DILMA...

Curso de Medicina da Ufersa em Mossoró e Assú

mais...

60 razões para votar 13
1 - Sim pelo Prouni.
2 - Sim pelo Pronatec.
3 - Sim pelo Pronaf.
4 - Sim pelo Minha Casa Minha Vida.
5 - Sim pelo Luz Para Todos.
6 - Sim pelo Água Para Todos.
7 - Sim pelo Ciências sem Fronteiras.
8 - Sim pela redução do desemprego a menos de 5%.
9 - Sim pelo pagamento da dívida com o FMI e ainda virar credor do mesmo.
10 - Sim pela inflação cortada pela metade.
11 - Sim pelo Fome Zero que matou a fome de 30 milhões de brasileiros.
12 - Sim pelos 50 milhões que agora tem consulta médica.
13 - Sim pela redução de 20% nas internações em hospitais como efeito do Mais Médicos.
14 - Sim pelo fim do uso privado do dinheiro público em aeroportos e afins.
15 - Sim pelo Brasil entre as 7 maiores economias do mundo.
16 - Sim pelas 18 Universidades Federais construídas.
17 - Sim pelas 370 escolas técnicas construídas.
18 - Sim pela destinação de 10% do PIB para a educação.
19 - Sim pelo governo que pune doa a quem doer os responsáveis por atos de corrupção.
20 - Sim pelo não racionamento de água em energia.
21 - Sim pela triplicação da destinação da verba pra saúde e educação.
22 - Sim pela quantidade de emprego farto.
23 - Sim pela facilidade de se fazer curso superior.
24 - Sim pela primeira vez em que cidades do interior se beneficiam de fato com investimentos federais.
25 - Sim pelo PAC Infraestrutura.
26 - Sim pelo PAC Mobilidade Urbana.
27 - Sim pelo PAC Saneamento Ambiental.
28 - Sim pela redução do desmatamento na Amazônia.
29 - Sim pelo Pre-Sal.
30 - Sim pelo Proinfa de estímulo à energia alternativa, limpa e renovável.
31 - Sim pelo fortalecimento do MPF, CGU e TCU no combate à corrupção.
32 - Sim pela política econômica de controle da inflação com inclusão social.
33 - Sim pela liderança na criação dos BRICS.
34- Sim pela instituição de uma política de relação internacional que abre mercados nos países emergentes sem fechar as portas dos países industrializados.
35 - Sim pelo fortalecimento do Mercosul.
36 - Sim pela valorização das relações culturais com os povos latino-americanos.
37 - Sim pela construção de uma nova imagem do Brasil perante o mundo.
38 - Sim pela aprovação da Lei Maria da Penha que aumentou em 390% a rede de atendimento à mulher.
39 - Sim pelo Mais Cultura, fortalecendo as artes, a tradição e o folclore brasileiras.
40 - Sim pela estruturação da Defensoria Pública da União - DPU.
41 - Sim pela realização das metas dos Objetivos do Milênio da ONU de redução da pobreza e da mortalidade infantil e aumento do abastecimento público de água potável.
42 - Sim pelo compromisso de novas metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.
43 - Sim pela destinação de 75% para educação e 25% para saúde dos royalties do petróleo.
44 - Sim pela realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas no Brasil.
45 - Sim para que o Brasil do neoliberalismo de 12 anos atrás não volte NUNCA MAIS!
46 - Sim pelo aumento das reservas de 360 bilhões de dólares negativos no governo FHC para meio bilhão positivo no governo trabalhista;
47 - Sim pela redução da inflação de 1,5% ao mês no governo neoliberal para 0,01% em julho 2014;
48 - Sim pela abertura de 17 mil leitos hospitalares na rede preventiva de saúde pública; 49 - Sim pela estruturação da órgão competente, formado por Procuradores da República, Delegados da PF e Auditores da Receita Federal para a recuperação de U$ 20 bilhões de ativos desviados pela prática de crimes de corrupção, exportação e lavagem de capital;
49 - Sim pelas 2.300 operações da Polícia Federal - FHC de Lula e Dilma de combate à corrupção, comparadas às 40 realizadas durante 8 anos durante o governo FHC;
50 - Sim pelo combate sistemático, organizado e institucionalizado de combate à corrupção (Paulo Octávio, do PSDB/DEM - DF, por ex., foi obrigado a devolver R$ 600 milhões aos cofres públicos);
51 - Sim pela aprovação da Emenda Constitucional que enquadrou a corrupção como crime hediondo;
52 - Sim pela aprovação e regulamentação das leis penais de tipificação dos crimes de quadrilha, organização e associação criminosa, tornando possível acusar, julgar, condenar, prender os criminosos de colarinho branco, além de recuperar o produto do crime (dinheiro e bens) para o patrimônio público e o erário;
53 - Sim por liderarem um partido que, embora há 12 anos no Poder Central, é o menos corrupto do Brasil, segundo dados do TSE;
54 - Sim pelo fortalecimento do esporte olímpico brasileiro, que passou a conquistar medalhas em setores nobres como ginástica;
55 - Sim pelo PRONAF de estímulo à agricultura familiar;
56 - Sim pelo Brasil Sorridente que incluiu o tratamento de dentes na rede pública de saúde;
57 - Sim pelo Viver Limites de atenção à pessoa portadora de deficiência física;
58 - Sim pelo apoio à luta do Movimento dos Sem Teto e do Movimento dos Sem Terra;
59 - Sim pelo Brasil Sem Miséria, o maior programa de ascensão social do Mundo;
60 - Sim por um punhado de outras conquistas, como a criação da TV Brasil/EBC, a concessão de canais às emissoras de rádio e televisão comunitárias, lançando a semente para o sistema democrático de comunicação social etc.
Dilma 13