segunda-feira, 30 de agosto de 2010

""Não há derrota que derrote quem nasceu para vencer""

É ISSO AÍ...
¨"A prisão não são as grades, e a liberdade não é a rua; existem homens presos na rua e livres na prisão. É uma questão de consciência.”"Ghandi”

"Cada estação da vida é uma edição, que corrige a anterior, e que será corrigida também, até a edição definitiva, que o editor dá de graça aos vermes."
Machado de Assis

O homem e a água

O rei queria casar sua filha com um homem sábio. Então ele fez um concurso em que o candidato tinha que dar uma grande demonstração de sabedoria.Porém, aos candidatos foi dito somente, que venceria o concurso, aquele que levasse à princesa um presente que refletisse um desejo do próprio candidato. Foi dito também que o escolhido teria o seu desejo realizado pelo próprio rei.Os fidalgos se prepararam, pois a bela princesa era muito cortejada. No dia da festa realizada para a ocasião, viu-se muitos presentes e entre eles alguns muito cobiçados. De todos, três chamaram mais atenção: O primeiro levou um pote de ouro e disse que o seu desejo era ter 10 vezes o peso da princesa em ouro. O rei então perguntou o porquê daquele desejo.Este é para que não falte riqueza para sua filha majestade.O segundo levou o mapa de suas terras e disse que seu desejo era ter todo o reino em suas mãos. E o rei perguntou-lhe o porque do desejo.Quero ter todas as terras para dar muitos poderes a princesa majestade.O terceiro entrou com um lindo e grande jarro bordado com fios de ouro, porém só continha água. E todos riram. Ele disse que o seu desejo era ser igual a água. O rei não entendeu, mas, perguntou o motivo do desejo. E o jovem continuou: -Majestade, a água pode ser sólida, líquida, gasosa e se adapta a qualquer superfície.Tem o maior poder de flexibilidade. E assim terei a condição ideal para me adaptar a qualquer circunstância que a vida requerer, para atender aos desejos da princesa: -No inverno, tomarei posse de todas as terras como o gelo do continente.Teremos então muito poder.Na primavera, serei líquido para garimpar nos córregos e rios as pepitas de ouro que guardam seus leitos. Teremos então muita riqueza. No verão, serei as nuvens que regarão as plantações, para alimentar os rebanhos e o nosso povo. Assim não faltará alimento no reino.Todos ficaram em silêncio quando o rei perguntou. E no outono? - No outono promoverei festas ao meu povo, mostrando-lhes com minha presença constante, que faço parte de suas vidas. É como a água, presente em todos os lugares e corpos. Nesta forma, teremos o reinado de maior comunhão com o povo e por isso, o mais próspero Mas esse desejo eu não posso lhe conceder. Isto não é preciso meu rei, basta me conceder o que puder e desejar, que eu deverei me adaptar.Todos então se curvaram diante daquele jovem, quando o rei o escolheu para desposar a princesa, reconhecendo, que embora tivesse pouco para dar naquele momento, teria muito a contribuir para o reino ao longo de sua vida. Autor Desconhecido

sábado, 28 de agosto de 2010

MAZINHO E REGINA EM CARNAUBAIS - Retorno Cultural

O que é bom tem que ser servido ao povo, Mazinho e Regina retornam a Carnaubais. Infelizmente não pude comparecer à praça. Importa é que tenham aceitado o presente do indicativo anônimo. Gostaria de fazer esse registro e dizer que esses dois artistas ajudaram a erguer o Recanto das Artes. Em 2005 inauguraram o espaço na realização da lª SEMEART, em 2006 fizeram a abertura do Violas & Cordéis – Festival de repente, poesia e cultura popular de Carnaubais, que teve como apresentador oficial do evento o grande poeta Geraldo Amâncio, além da presença marcante dos repetistas Zé Cardoso, Sebastião da Silva, Moacir Laurentino, Antonio Silva, Gonzaga da Viola, Zé Ribamar, Ivanildo Vilanova e os representantes locais Hominho Costa e José Jonhson, na ocasião receberam como forma de incentivo um par de violas profissionais. Na mesma ocasião foi entregue o Troféu de mérito cultural Cândio Cambão ao cordelista Antonio Francisco, escritor Gilberto Freire de Melo e ao Gustavo Luz pela Editora Queima. Lembro-me também do encontro poético da jovem Aldinete Sales com o poeta Antonio Francisco, encenação das seis moedas de ouro, e o ápice da noite marcada por um dos maiores encontros de violeiros repentistas já realizado na cidade. O trabalho cultural do município não pode se resumir a este evento mensal, é muito pouco. O recanto das artes que ganhou apenas um demão de tinta durante esses dois anos de nova gestão, precisa evoluir para algo mais apresentável. O som precisa ser melhor, a luz precisa ser melhor, o conteúdo precisa ser melhor. Eu acredito que o caminho é esse, trazer artistas do naipe de Mazinho e Regina que dê vida ao espaço. Asseguro que há uma lista enorme de gente desse porte cultural que passou por nossa cidade. Ensinar o caminho das pedras com descrição não custa nada.
Resolvi publicar essa matéria para que a passagem desses dois grandes artistas potiguares não passe de forma despercebida. Compreeendo que o momento é politico, mas o respeitro a cultura não pode ser somente no discurso é preciso marcar presença, verbalizar que a cultura não dá voto é coisa miudinha demais. O sexta cultural precisa acontecer prezando a qualidade e a formação crítica do publico, cumprir tabela não vale não. O vale vive o não vale, fazer valer é o sonho adormecido. Mazinho e Regina mais uma vez em minha terra me faz acender as antenas, salve o pouco que nos resta, salve o sonho de arte na palma da mão do povo.

Zelito Coringa - Textos Avulsos

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

O CANDIDATO I

“Pela saúde, pelo calçamento, pela água, pela escola e pela fé, vote Adaiton da Birosca”. Era reconhecidamente um lutador por essas causas. Mesmo os desafetos que reclamavam da honestidade da sua balança, dos juros nas contas penduradas, dos produtos vencidos e, coisa de invejosos, até de incêndios em eventuais concorrentes, tinham de reconhecer seu envolvimento em todas essas áreas. Bem, quase todas, porque em coisas de fé sempre manteve distância para não criar amarras de um lado e ressentimentos de outro. E isso, se era bom para os negócios, não era nada bom para a campanha. De sua tribuna, o balcão onde passava o dia e parte da noite atendendo os fregueses, exercia sua liderança. Sobre aquela madeira velha e manchada já conseguira centenas de assinaturas para pressionar as autoridades. E foram os próprios fregueses que o convenceram: se já fazia tanta coisa pelas pessoas, imagine quando estivesse na Câmara. Não podia fazer isso com eles. Não podia desamparar seus irmãos.Resistiu quanto pôde. Não pensava em política, a não ser para criticar. Uma corja de aproveitadores que nada fazia pelo povo. Quando se empolgava, convencendo os clientes a fazer barulho na frente da Prefeitura, sempre desancava os políticos, “essa raça de abutres”. Como é que ia agora enveredar por esse caminho? Mas, tanto insistiram, que ele prometeu pensar. E pensou. Numa trincheira adequada, talvez pudesse fazer muito mais por aquela gente. E não seria mais um arruaceiro, um criador de casos. Seria um legítimo representante do povo, investido nos poderes que lhe outorgavam a Constituição e outras coisas bonitas mais. Saberiam o que é um homem públicoTinham todos de concordar que, mesmo sem mandato, já conseguira muita coisa. Não veio a escola, mas veio a professorinha que dá aulas numa salinha atrás da igreja. Não tem posto de saúde, mas tem visita de médico e enfermeira, a cada quinze dias, na farmácia. Não conseguiu calçamento, mas pó de pedra foi jogado nos lugares mais cheios de lama e onde já não passava carroça. Ainda não havia água encanada nas casas, mas torneiras públicas foram instaladas em alguns lugares. Só em assuntos de fé não tinha nada ainda para ostentar. Embora tratasse todo crente com respeito e cortesia, embora ouvisse pacientemente as admoestações, conselhos e bênçãos que sobre ele derramavam, nunca se interessou de fato por essas coisas. Por outro lado sabia que, sem apoio das lideranças religiosas, sua candidatura não tinha chance.Procurou primeiro o Padre Jonas, porque ele era o mais marrento. Adailton, embora batizado, só frequentava a igreja nos casamentos, batizados e enterros. Já percebera os olhares enviesados do padre e, por isso, chegou todo sorrisos.- Seu padre, a sua bênção. Sei que o senhor, assim como eu, é uma pessoa muito preocupada com a gente daqui e por isso venho colocar a minha candidatura a serviço da nossa paróquia. - Nossa paróquia não, que o senhor não bota os pés aqui há muito tempo. – disse o padre, azedo.Adailton xingou intimamente o pároco, mas manteve o sorriso.(Continua daqui a quinze dias)
Fonte: Crônica do Dia: O CANDIDATO I >> Albir José Inácio da Silva
http://crondia.blogspot.com/2010/08/o-candidato-i-albir-jose-inacio-da.html

domingo, 22 de agosto de 2010

EDUCAÇÃO DE QUARTO MUNDO


"Por que nos contentarmos com o pior, o medíocre, se podemos ter o melhor e não nos falta o recurso humano para isso?"

...No clima de ufanismo que anda reinando por aqui, talvez seja bom acalmar-se e parar para refletir. Pois, se nossa economia não ficou arruinada, a verdade é que nossas crianças brincam na lama do esgoto, nossas famílias são soterradas em casas cuja segurança ninguém controla, nossos jovens são assassinados nas esquinas, em favelas ou condomínios de luxo somos reféns da bandidagem geral, e os velhos morrem no chão dos corredores dos hospitais públicos. Nossos políticos continuam numa queda de braço para ver quem é o mais impune dos corruptos, a linguagem e a postura das campanhas eleitorais se delineiam nada elegantes, e agora está provado o que a gente já imaginava: somos péssimos em educação.
Pergunta básica: quanto de nosso orçamento nacional vai para educação e cultura? Quanto interesse temos num povo educado, isto é, consciente e informado - não só de seus deveres e direitos, mas dos deveres dos homens públicos e do que poderia facilmente ser muito melhor neste país, que não é só de sabiás e palmeiras, mas de esforço, luta, sofrimento e desilusão?
Precisamos muito de crianças que saibam ler e escrever no fim da 1ª série elementar; jovens que consigam raciocinar e tenham o hábito de ler pelo menos jornal no 2º grau; universitários que possam se expressar falando e escrevendo, em lugar de, às vezes com beneplácito dos professores, copiar trabalhos da internet. Qualidade e liberdade de expressão também são pilares da democracia. Só com empenho dos governos, com exigência e rigor razoáveis das escolas - o que significa respeito ao estudante, à família e ao professor - teremos profissionais de primeira em todas as áreas, de técnicos, pesquisadores, jornalistas e médicos a operários. Por que nos contentarmos com o pior, o medíocre, se podemos ter o melhor e não nos falta o recurso humano para isso? Quando empregarmos em educação uma boa parte dos nossos recursos, com professores valorizados, os alunos vendo que suas ações têm consequências, como a reprovação - palavra que assusta alguns moderníssimos pedagogos, palavra que em algumas escolas nem deve ser usada, quando o que prejudica não é o termo, mas a negligência. Tantos são os jeitos e os recursos favorecendo o aluno preguiçoso que alguns casos chegam a ser bizarros: reprovação, só com muito esforço. Trabalho ou relaxamento têm o mesmo valor e recompensa.
Sou de uma família de professores universitários. Exerci o duro ofício durante dez anos, nos quais me apaixonei por lidar com alunos, mas já questionava o nível de exigência que podia lhes fazer. Isso faz algumas décadas: quando éramos ingênuos, e não antecipávamos ter nosso país entre os piores em educação. Quando os alunos ainda não usavam celular e iPhone na sala de aula, não conversavam como se estivessem no bar nem copiavam seus trabalhos da internet - o que hoje começa a ser considerado normal. Em suma, quando escola e universidade eram lugares de compostura, trabalho e aprendizado. O relaxamento não é geral, mas preocupa quem deseja o melhor para esta terra.
Há gente que acha tudo ótimo como está: os que reclamam é que estão fora da moda ou da realidade. Preparar para as lidas da vida real seria incutir nos jovens uma resignação de usuários do SUS, ou deixar a meninada "aproveitar a vida": alguém pode me explicar o que seria isso?
Lya Luft

sábado, 21 de agosto de 2010

FOLCLORE



O que é folclore?
De conservar o folclore
Todos têm obrigação,
Para que nunca descore
A popular tradição
Os homens de grande estudo
Como Mainá e Cascudo
Guardam sempre nos arquivos
Populares tradições,
Cantigas, superstições
E costumes primitivos.
Você, caboclo, que cresce,
Sem instrução nem saber,
Escuta, mas não conhece
Folclore o que quer dizer;
O folclore é um pilão,
É um bodoque, um pião,
Garanto que também é
Uma grosseira cangalha
Aparelhada de palha
De palmeira ou catolé.
Posso lhe afirmar também
Folclore é superstição
O medo que você tem
Do canto do corujão.
Folclore é aquele instrumento
Para o seu divertimento
Que chamamos birimbau,
E também a brincadeira
Ritmada e prazenteira
Chamada Maneiro-pau.
Folclore, meu camarada,
Ouvimos a toda hora,
É estória de alma penada
De lubisome e caipora.
Preste atenção e decore,
Pois, com certeza, folclore
Ainda posso dizer
Que é aquele búzio de osso
Que você põe no pescoço
Do filho pra não morrer.
É o aboio magoado
Do vaqueiro na amplidão,
É o festejo animado
Da debulha de feijão,
Carro de boi e gaiola E desafio, à viola,
Do cantador popular.
E também a toadinha
Da Ciranda-cirandinha
Vamos todos cirandar.
Eu e você que vivemos
No nosso pobre sertão
Muitas coisas inda temos
Da popular tradição;
Além de outras, o girau
E a carrocinha de pau
Em vez de bonito carro.
Que prazer, satisfação,
A gente comer pirão
Mexido em prato de barro!
E agora, prezado irmão,
Estes versos lhe dedico,
Lhe dei alguma noção
Do nosso folclore rico.
Não posso continuar,
Pois nada pude estudar,
De dentro do tema saio.
O resto lhe dirá tudo Romão Filgueira Sampaio,
Mainá e Câmara Cascudo.
Patativa do Assaré/Antônio Gonçalves da Silva

Depois de um tempo


Depois de um tempo você aprende a sutil diferença entre segurar uma mão e acorrentar uma alma e você aprende que amar não significa apoiar-se e companhia não quer sempre dizer segurança e você começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas e você começa a aceitar suas derrotas com sua cabeça erguida e seus olhos adiante com a graça de mulher, não a tristeza de uma ciança e você aprende a construir todas as estradas hoje porque o terreno de amanhã é demasiado incerto para planos e futuros têm o hábito de cair no meio do vôo Depois de um tempo você aprende que até mesmo a luz do sol queima se você a tiver demais então você planta seu próprio jardim e enfeita sua própria alma ao invés de esperar que alguém lhe traga flores E você aprende que você realmente pode resistir você realmente é forte você realmente tem valor e você aprende e você aprende com cada adeus, você aprende.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

O que era bom não existe mais


O tempo se vai e a gente percebe
Que o tempo bom não existe mais
E que a tristeza e a saudade é demais
Daquele tempinho que era criança
Não via assassino matando a esperança
Trazendo nas mãos a arma assassina
No fundo dos olhos a dor que extermina
O mundo não é feito de bondade
Ele esta repleto de muita maldade
Oh Deus que saudade quando era menina

Brincar no terreiro, correndo do tica
Boneca, de bila e caça tesouro
Brincar de teatro era o nosso ouro
Subindo num palco que era um carrinho
A carroceria do meu vô paizinho
Era o cenário de muita história
E as plantas platéia, cantando vitória
Pra aqueles artistas que se apresentava
Cantava, pulava e interpretava
Naquele mundinho repleto de glória

Fazer da aurora uma cama de sonhos
O mundo era um doce brinquedo gigante
A lata de óleo um alto falante
Trazendo de volta momentos risonhos
No peito uma dor, por lugares estranhos
Onde o tempo e a tristeza se fazem presente
Escondendo a lembrança guardada na mente
E o barco de sonhos caminha ligeiro
Levando lembranças do mundo inteiro
Uma parte da vida que fica ausente

Percebo que o tempo não sabe o que faz
Esta segurando numa corda bamba
Olhando as crianças brincando de samba
E desesperado caminha pra traz
A modernidade parece eficaz
Destruiu a pureza e os nossos valores
O dom da verdade e sinceros amores
Parece poeira que some com o vento
É assim que caminha o relógio do tempo
Catando a tristeza de um mundo de dores
Aldinete sales

TOCANDO NA ORQUESTRA INTOCÁVEL

Se a competição fosse um campeonato de arrancos a minha cidade ganharia o primeiro lugar. Tudo começa, e tudo que começa, começa com muito brio, muita empolgação e depois não se sabe o motivo capenga pelo meio do caminho. As mudas da entrada e saída da capital das carnaubeiras mais uma vez preciso dizer é algo sem palavras, sem medidas e proporções absurdas. O Projeto Carnaubais Cidade que ler. A árvore da sabedoria plantada com livros na praça também já murchou as folhas. Sem falar na cultura que anda com as pernas bambas e na mesma choradeira de sempre. Apesar da fantasiosa criação da Secretaria que nada em absoluto mudou. É gente que brinca de fazer qualquer coisa e faz o que acha que deve. Orçamento que não existe e a mesma dependência do que sobra. As ações se resumem e damos ainda um graças a Deus ao Sexta Cultural ou Sexta de Arte para não ser redundante e repetir o com arte na praça. Ainda não consigo entender como um município que tem tanto acesso ao governo, Fundação José Augusto não consegue fazer um levante cultural. Eu já comentei isso e vou alertar que estão marcando bobeira. A intocada e intocável orquestra de violino de uma das escolas no município continua mofando e ninguém faz nada. Está no momento de alguém de bom senso prometer alguma coisa nesse sentido, pelo menos uma promessazinha no palanque, não custa nada falar da cultura em alguns momentos; os mais proféticos talvez digam que isso não dá voto e afirmo que nem que seja um é possível ser conquistado. Mas, prometam mesmo, falem com bravura deste seguimento, digam que é a arte que liberta e faz o cidadão ser alguém que pensa diferente. O bom mesmo é dizer que quando o primeiro violino tocar em Carnaubais o vale todo acordará.

Zelito Coringa

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

GRATIDÃO DE ESTUDANTE

No reino da palmatória
Muito menino aprendeu
A mãe dizia meu filho
O que foi que aconteceu
Que você não foi à escola
Hoje não vai jogar bola
Lembra o que me prometeu?

Vou falar com a professora
A quem deve o seu respeito
Se fizer qualquer bagunça
Ela tem todo direito
De fazer à correção
Repetir toda a lição
Pra corrigir o mal feito

Nesse tempo não havia
Rádio e nem televisão
Lamparina iluminava
O piso de barro no chão
Tamborete pra sentar
Na mesa de estudar
Com a tabuada na mão

No passado era difícil
Mais hoje está mudado
E com todo investimento
Que o governo tem dado
Quadro branco e informática
Na soma da matemática
Já se vê o resultado

A princesa Isabel
Rainha da educação
Seu exemplo tem dado
Mostrando a sua missão
Gerando conhecimento
Aqui no entroncamento
Instruindo o cidadão

Com um pouco de estrutura
E comunidade presente
Professores dedicados
Já aprovou muita gente
E assim nesse compasso
O aluno marca o passo
Pisando firme na frente

Dessa forma eu enalteço
Minha escola querida
Que tanto já me ensinou
E carregarei na lida
Agradeço aos professores
A vocês faço louvores
Por construir minha vida

E não deixarei de fora,
A zeladora e o vigia,
A diretora e a merendeira
Que trabalha noite e dia
Secretária e supervisor
Forma um quadro de valor
Nesta minha poesia

Escrevi este cordel
Carregado de emoção
A vocês aqui presentes
Eu peço palma de mão
A equipe ambientalista
É a primeira da lista
Brilho da competição

NICAIO LUÍD INÁCIO CORINGA – ALUNO DO 9° ANO
– LIDER DA EQUIPE AMBIENTALISTA


ESTUDANTE NOVO






Defendendo a natureza
E toda pessoa humana
Precisa de amor, respeito
A vida não pode parar...
Esse é o nosso recado
Aos corações humanos
Para ter mais atitude
Bem estar perto de uma flor
Se cortaram os seus galhos
Com maldade de um ferino
Vamos cantar novo hino
Por tudo que já se perdeu
O sorriso de uma criança
Na escola, é alegria
De ser um estudante novo Ô
Para no futuro ver
Tudo...meu povo!
Para ser um estudante
Tem que acordar pra vida
E cuidar melhor do mundo
Preservar nossa cidade
Não ter o olhar tristonho
Deixar de ser tão sozinho
Veja que esse é o momento
Das escolhas no coração,
Virtudes, e até!

Grupo Ambientalista - Vencedor da Gincana

PROGRAMA OLHAR INDEPENDENTE



Zelito Coringa fala para o programa Olhar Independente - TVU - Sobre a composição da trilha sonora e participação no curta metragem - O POETA E A BICICLETA - O filme foi produzido pela produtora Caminhos com patrocínio do BNB, e conta a vida e obra do poeta Antonio Francisco.

UM GRITO NA ESCURIDÃO






Hoje acordei com vontade de escrever, com vontade de dizer o que sinto, há quem diga que sou pessimista, percebo nos olhos nas horas que falo o que penso, mas continuo a pensar o que penso e sigo fazendo minha porção do que posso fazer para o mudar o que sinto, há quem diga que não dou minha parcela de soma. Mas aí retruca o meu pensamento, eu sei o que sei e busco melhorar o que sou a cada dia, livre do tédio das horas fingidas e vazias. E, no convivio diário e no além do que sei, vejo pessoas disfarçando ser otimistas. Então ouso definir: - os maiores otimistas não são aqueles que ocultam os seu ideais, são os que continuam acreditando na vida, apesar do que observam. Não são os que cobrem o rosto para esconder o que pensam.
As vezes porém, sinto um aperto no peito quando penso na educação. Sinto uma vontade louca de gritar implorando clemência, mas a quem devo fazer o apelo?
O que fazer com os jovens nos dias de hoje? Nas escolas, nas ruas são tantos soltos sem rumo rasgando duras lições. Um amontoado de vidas, sem vida, em salas de aula, as aulas se tornam um tédio e ainda há quem diga que nao! Apesar dos tantos investimentos, das bibliotecas sortidas de livros, dos quadros brancos, das salas de informática (ainda que fechadas), dos caríssimos instrumentos musicais frutos dos projetos que não se projetam, esperando um instrutor capacitado para passar as notas e para entoar uma música que encante os ouvidos de alguám, das disfarçadas e mal administradas ações do governo. Assim, não há prosperidade, não há entusiasmo, não há educação!
Brigas banais e desrespeito viram rotina, dirigentes se perdem em suas lidas, pais declaram não ter o que fazer e jogam para escola a responsabilidade de educar seus filhos, professores sem rumo, desorientados imploram socorro. A importância de estudar já não faz parte dos sonhos de muitos. As escolas viraram depósitos de pessoas sem brilho. Que tipo gente estamos nos tornando? Quem afinal estamos sendo? Será que cumprimos o nosso dever?
E no futuro bem próximo? O que estará fazendo essa gente? Que contribuição estará dando ao mundo? Que mundo estaremos vivendo? O que fazer para mudar o rumo, o leme? Não dá para sorrir e dizer que tudo vai bem. Especialmente na minha terra dos velhos carnaubais, dos leques, que de verdes se tornam cinzas. Pelo menos ao invés de disfarçar, procuremos descobrir a ordem da nossa missão e plantemos a semente do bem. Um mundo melhor ainda podemos erguer, alguma luz um dia há de chegar.
JOSÉLIA CORINGA

Na ilha por vezes habitada


Na ilha por vezes habitada do que somos, há noites, manhãs e madrugadas em que não precisamos de morrer. Então sabemos tudo do que foi e será. O mundo aparece explicado definitivamente e entra em nós uma grande serenidade, e dizem-se as palavras que a significam. Levantamos um punhado de terra e apertamo-la nas mãos. Com doçura. Aí se contém toda a verdade suportável: o contorno, avontade e os limites. Podemos então dizer que somos livres, com a paz e o sorriso de quem se reconhece e viajou à roda do mundo infatigável, porque mordeu a alma até ao sossos dela. Libertemos devagar a terra onde acontecem milagres como a água, a pedra e a raiz. Cada um de nós é por enquanto a vida. Isso nos baste.



quarta-feira, 18 de agosto de 2010

É melhor calar-se e deixar que as pessoas pensem que você é um idiota do quer falar e acabar com a dúvida.Abraham Lincoln

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Poema à boca fechada


"Dirão, em som, as coisas que, calados, no silêncio dos olhos confessamos?"

Não direi: Que o silêncio me sufoca e amordaça. Calado estou, calado ficarei, Pois que a língua que falo é de outra raça. Palavras consumidas se acumulam, Se represam, cisterna de águas mortas, Ácidas mágoas em limos transformadas, Vaza de fundo em que há raízes tortas. Não direi: Que nem sequer o esforço de as dizer merecem, Palavras que não digam quanto sei Neste retiro em que me não conhecem. Nem só lodos se arrastam, nem só lamas, Nem só animais bóiam, mortos, medos, Túrgidos frutos em cachos se entrelaçam No negro poço de onde sobem dedos. Só direi, Crispadamente recolhido e mudo, Que quem se cala quando me calei Não poderá morrer sem dizer tudo.José Saramago

FRASE DA SEMANA


“O ignorante afirma, o sábio duvida, o sensato reflete.”
(Aristóteles)

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

FALANDO DE SILÊNCIO

Todo artista tem de ir aonde o povo estáMilton Nascimento nos deixa claro essa missão. Acredito que o povo precisa também chegar mais perto do artista, se não a arte não existe. Faz parte do meu show, afirmou Cazuza: Faço promessas malucas tão curtas...O aplauso e o prazer de está no palco ou na platéia devem ser a mesmo. Tenho visto algumas cenas que me chamam a atenção, principalmente na seara da política. Sem o atrativo dos batuques a população não possui mais estímulos para ouvir as novas propostas e boa vontade de alguns políticos. Ninguém escuta mais o silencio e ouvir o outro é silenciar sempre. Nessas horas da madrugada que desato a metralhadora e o pensamento impulsionado a discutir as questões que determina a nossa vida enquanto cidadão. Vem-me o desejo de falar sem qualquer ranço, mágoa, ressentimento de algumas coisas passadas aqui mesmo na órbita da terra. Preciso dizer que ainda está em silencio meu voto, não sei se isso tem alguma serventia, se influi ou não influi, o certo é que não votarei em nenhuma das postulações apresentadas no município pela situação. Usando o direito de me expressar neste espaço, espero que minha cidade tome o rumo do desenvolvimento, que se abram os currais da consciência e observem o que tem de errado. Tenho pena de vê a juventude solta na buraqueira da sorte, dos melindres melindrosos, da falta de estímulos verdadeiros, da cultura, da educação e da construção da própria formação política e intelectual desse futuro. Nada disso que se apresenta hoje é o que sonhávamos no passado, nada do que já passou e que passa o que defendíamos na praça, quando não havia praça e bem me lembro. Alguém pode até dizer nada do que já se apresentou até agora é o que merecemos. Eu digo que tudo que se encontra é fato consumado.
Todos os sonhos foram desfeitos, a espera de alguns, a luta brutal de outros, a persistência e a coerência, o elo perdido, o vai e vem, a troca, a fofoca, o disse-me-disse, a pressa de pegar um atalho e a falta de atalho no fim. Foi-se o tempo da vibração esperançosa, do estudo das conjunturas, da verdadeira prosa. É duro o estranho da falta de recíproca ao que se apresenta de novo. Mataram a alegria nessa fórmula passageira do sorriso meia boca. Do fundo da minha alma desejo sorte a todos que se encorajam chegar à frente do povo, aos que ainda reconheço, já que muitos endureceram, desaprenderam ou perderam a noção de tudo.

Zelito Coringa

sábado, 14 de agosto de 2010

NOVOS INVENTOS MUSICAIS

O inventivo músico Carnaubaense Zelito Coringa transforma uma antiga máguina de datilografia num percussivo instrumento. O invento consiste num captador de violino ligado a uma pedaleira de guitarra. Desde 2001 quando lançou o seu primeiro trabalho autoral o multi instrumetista prepare-se para lançar um novo trabalho, para isso vem se aprofundando e descobrindo novas sonoridades, na recriação de afinações alternativas, e uma delas tem base na viola dos repentistas. Uma das preciosidades criadas pelo potiguar é um instrumento de arco batizado de Zebeca, este possui nove cordas, e usando 04 canetas esferográficas retira do violão um som caractarístico de uma sanfona. Além de todos esse ingredientes inovadores, usa de quebra nas suas apresentações um violão dinâmico delveccio de 1968, totalmente vitage. No Show que o artista potiguar apresentou pelo nordeste chamou a atenção de músicos, produtores e estudiosos da música. Alguns desses sons já pode ser ouvido na trilha sonoora do filme - O Poeta e a Bicicleta, que tem a participação do compositor, o documentário conta a vida e obra do cordelista e parceiro Antonio Francisco. Depois de cumprir alguns compromissos culturais na região, retornará para o sul e sudeste do país para uma temporada.

MATUTANDO SOBRE A RAZÃO


Na cabeça dos pobres mortais a razão é encontrar o bem esperado. Agir de modo a não fazer mal a seu ninguém. Há um filosofo que trata de dois tipos de razão que considero uma questão bastante instrutiva. Quem me acendeu essa chama foi Dan Dennett. Existe a "Razão descomprometida", que segue o exemplo curioso de uma simples ameba, esta capaz de "saber" o que é um bom (alimento) e se arrastar até comê-lo, distinguir um ambiente venenoso e fugir dele a todo custo. Esta razão descomprometida não possui representação. O bichinho age racionalmente no sentido de fazer ações certeiras que evitem o perigo para a sua existência enquanto ser vivo. A ameba não tem um pingo de juízo, e seu agir não possui imagem figurativa. O outro tipo de razão é a dos seres humanos, com muita representação. Por existir um ambiente mental que possibilita fazer escolhas e saber as conseqüências antecipadamente, reforça que os nossos desejos e necessidades se não forem racionais, serão impostas do mesmo modo vivenciado pela ameba. A nossa riqueza mental é tanta que as nossas razões ao buscar o bem podem ir além do egoísmo. O que pode ser a razão de um, pode não ser para o outro. Portanto, precisamos compreender que os enganos são inevitáveis até mesmo para a quase irracional ameba.
Zelito Coringa - Textos Avulsos

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

INSTRUÇÕES PARA CHORAR

                Deixando de lado os motivos, atenhamo-nos à maneira correta de chorar, entendendo por isto um choro que não penetre no escândalo, que não insulte o sorriso com sua semelhança desajeitada e paralela. O choro médio ou comum consiste numa contração geral do rosto e um som espasmódico acompanhado de lágrimas e muco, este no fim, pois o choro acaba no momento em que a gente se assoa energicamente.
* * *
Para chorar, dirija a imaginação a você mesmo, e se isto lhe for impossível por ter adquirido o hábito de acreditar no mundo exterior, pense num pato coberto de formigas ou nesses golfos do estreito de Magalhães nos quais não entra ninguém, nunca. Quando o choro chegar, você cobrirá o rosto com delicadeza, usando ambas as mãos com a palma para dentro. As crianças chorarão esfregando a manga do casaco na cara, e de preferência num canto do quarto. Duração média do choro, três minutos.
Julio Cortázar

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

MORREU O SONHO QUE SE SONHAVA PERTINHO DO OUTRO


Os Grêmios Estudantis compõem uma das mais duradouras tradições da nossa juventude. Pode-se afirmar que no Brasil, com o surgimento dos grandes Estabelecimentos de Ensino secundário, nasceram também os Grêmios Estudantis, que cumpriram sempre um importante papel na formação e no desenvolvimento educacional, cultural e esportivo da nossa juventude, organizando debates, apresentações teatrais, festivais de música, torneios esportivos e outras festividades. As atividades dos Grêmios Estudantis representam para muitos jovens os primeiros passos na vida social, cultural e política. Assim, os Grêmios contribuem, decisivamente, para a formação e o enriquecimento educacional de grande parcela da nossa juventude.O regime instaurado com o golpe militar de 1964 foi, entretanto, perverso com a juventude, promulgando leis que cercearam a livre organização dos estudantes e impediram as atividades dos Grêmios. Mas a juventude brasileira não aceitou passivamente essas imposições.Em muitas Escolas, contrariando as leis vigentes e correndo grandes riscos, mantiveram as atividades dos Grêmios livres, que acabaram por se tornar importantes núcleos democráticos de resistência à ditadura. Com a redemocratização brasileira, as entidades estudantis voltaram a ser livres, legais, ganhando reconhecimento de seu importante papel na formação da nossa juventude. Em 1985, por ato do Poder Legislativo, o funcionamento dos Grêmios Estudantis ficou assegurado pela Lei 7.398, como entidades autônomas de representação dos estudantes.
REFLEXÃO DO BLOG:
Podemos afirmar que já se foi o tempo dos grêmios estudantis e vivemos a quase total alienação de nossos jovens. Alguns setores da politica seguem por uma estrada, os pobres baluartes aguerridos da cultura por outra, enquanto os veículos de comunicação aliado ao grande poder não permitem o despertar para o que se produz de bom nesse país, seja no cinema, no teatro, na música, na literatura, enfim em todas artes. Bancam e todos sabem o quê e o que digo, a ditatura ainda existe. O reflexo de tudo que está acontecndo hoje é bem visível, basta pedir a permissão para algum jovem e saber o que ele está ouvindo no seu MP4. Depois perguntar qual livro ele está lendo ou se já leu algum livro, que programa de TV ele mais gosta e se vota em algum candidato. Ao ouvir a resposta pode ficar certo não haverá mais nada a declarar. Morreu o sonho que se sonhava pertinho do outro.

MENSAGEM AO DIA DO ESTUDANTE

“Ser estudante é ter motivação de sobra,
É querer um mundo melhor nas mãos,
aguçada sede de vencer obstáculos, problematizar e entender a lição.
É sentir no coração um turbilhão de vontades.
É o desejo de seguir uma profissão, de ir além das limitações e não parar jamais de aprender. Ser estudante é a busca constante de saberes,
é o prazer de devorar livros pelo simples gosto das descobertas,
é fazer amigos a vida inteira.
Todo dia devemos entender que a maior escola é viver, antes de tudo."

Zelito Coringa - Textos Avulsos

INSTRUÇÕES PARA CANTAR

Comece por quebrar os espelhos de sua casa, deixe cair os braços, olhe
vagamente a parede, esqueça. Cante uma nota só, escute por dentro. Se ouvir (mas isto acontecerá muito depois) algo como uma paisagem afundada no medo, com fogueiras entre as pedras, com silhuetas seminuas de cócoras, acho que estará bem encaminhado, e do mesmo modo se ouvir um rio por onde descem barcos pintados de amarelo e preto, se ouvir um gosto de pão, um tato de dedos, uma sombra de
cavalo. Depois compre cadernos de solfejo e uma casaca, e por favor não cante pelo nariz e deixe Schumann em paz.
Julio Cortázar

CHEGAMOS AOS 20.000 MIL ACESSOS


O Falando de Saberes ultrapassa 20.000 acessos, agradecemos aos nossos leitores, parceiros e seguidores. Desde a sua criação mantemos um cuidado todo especial na hora de postar matérias, visando contribuir de alguma forma com a reflexão, seja na educação, na cultura e nas questões relacionadas a nós seres humanos. Temos feito isso com imparcialidade. Na medida do possível e da disponibilidade de tempo haveremos de mantê-lo sempre atualizado.
Em breve estaremos com novo visual.
Josélia Coringa

terça-feira, 10 de agosto de 2010

ATUAIS VARZENGANOS


O universo permite o encontro dos diversos num único sol?
A terra é redonda demais para ter pontiagudas facas?
- No final das contas tudo gira, gira, gira feito girassol.
E o quadrado se faz roda, roda viva, viva, vida na rodagem?
Escutando o batuque que fura a rocha profunda do asfalto.
Vejo os cascos dos cavalinhos galopando presos no cabresto de metal. Correm para as profundezas vulcânicas do planeta e sugam o suco ancestral. Nada de tropeiros e quicés no alforje da tecnologia aquecida. Em lugar comum não quero ser mais um perdido na poética. No centro da velha tribo dos Janduís eu faço essa simples pergunta: Que divisa divide o meu arrebol? O baixio da poesia não deveria ser o reduto da produção literária?
A bacia hidrográfica dos ribeirinhos a quem serve e serviu nos seus cacimbões? A força energética dos assentados na cumeeira do progresso, como se esvaiu? Aonde foi parar as luzes dos postes que seguem o curso do majestoso rio? O que será que vale mesmo nessa rifa de carneiro, jogatina de baralho sem a carta do coringa? O manhoso que lambe o mel de nosso poço já foi moço, um tributino no apanhado das fichas do carteado e engodos de tampinhas e buraco de sola. Agora vem outro moço com talquinho no rosto bater a parada do jogo? Digam-me que moço é esse, em qual universidade aprendeu sua retórica, onde engrossou o pescoço? Espero que não haja mais imbróglios entre o Povo das Quandus e o poço verde seja nosso. Nossa gente não é boiada, muito mesmo cachorro que vive de roer sempre o osso. No meio de toda essa embostagem political sou apenas um poeta afoito: Que as mãos sejam dadas a velha palmatória e uma nova lição seja aprendida.
O Futuro será feito em longas distâncias, e o novo quando virá, perguntam-me?
- Ora comovo-me, não sou profeta, corro atrás de resultados.
- Carnaubais ai de ti meu chão batido, dividido e aclamado pelo silêncio das palmas.
- Como diz Pizuin embriagado: Ai meu ovo, ai meu ovo, gemer de dor é assim.

Zelito Coringa - Poemas, canções e textos inéditos

ProITEC


Aulões recomeçam nesta quinta (12)
Serão 11 encontros nesta segunda fase
Os aulões preparatórios para ProITEC 2010 retornam nesta quinta (12), quando são esperados cerca de 200 alunos de diversos município do Vale do Açu. Os horários continuam os mesmo: terças e quintas, das 7 h às 10 h. As aulas serão ministradas pelos Professores Fernando Freire (Matemática) e Aloma Daiany (Língua Portuguesa).
Nesta segunda fase serão 11 encontros, a segunda avaliação do ProITEC 2010 está marcada para 26 de setembro. Os candidatos que prestarão o exame de seleção, no fim do ano, também podem participar dos aulões, que são gratuitos.
Maiores Informações
Tel: (084)3335-2303
E-mail: extensao.ip@ifrn.edu.br

Liberada a consulta ao extrato de desempenho na primeira avaliação
Dia 26 de setembro acontece a segunda prova
Os candidatos que desejarem conferir a performance na primeira avaliação do ProITEC 2010 devem acessar o endereço http://proitec.ifrn.edu.br/
Para ter acesso às informações é necessário informar, na página, o número de inscrição e a data de nascimento ou número do CPF.
A pontuação das questões anuladas foi distribuída igualmente entre as questões válidas da respectiva prova, conforme determina o item 24.1 do edital.
A segunda prova do ProITEC 2010 acontece no dia 26 de setembro. Assim como na primeira prova, serão 40 questões de múltipla escolha, sendo 15 de Língua Portuguesa, 15 de Matemática e 10 de Ética e Cidadania, além de uma produção textual escrita.
A diferença é que enquanto o conteúdo da primeira prova era referente às unidades 1 a 5 do livro de estudos, na segunda avaliação o conteúdo da prova será referente às unidades 1 a 10 do livro texto.
No dia 1º de setembro de 2010 será divulgado o edital constando a oferta de vagas, os cursos oferecidos por campus e seus respectivos turnos. Os alunos deverão fazer a escolha do curso e turno que pretendem estudar durante a aplicação da segunda avaliação.

UM NOVO CONCEITO DE RÁDIO

Um novo conceito de Rádio surge no IFPB - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba e pretende se espalhar para todo o Brasil. Em visita recente a capital João Pessoa, estive a convite do Jornalista Felipe Donner, um dos mentores do projeto conhecendo todo o equipamento da emissora. A rádio Cabo Branco FM que é uma emissora comercial já assinou um convênio com o (IFPB), para a produção de conteúdo educacional. O acordo prevê que o IFPB realize programetes com temas variados, ajudando a emissora a cumprir a exigência do artigo nº 28 do decreto nº 52.725, que determina que toda rádio veicule cinco horas de programação educativa por semana. Sabemos que se alastra no Brasil a febre das FM’s Comunitárias, e de comunitárias não tem nada. Fazem uma programação de péssima qualidade, muitas seguem os padrões duvidosos, e encontra-se nas mãos de políticos que utilizam apenas para a sua própria promoção, fogem do verdadeiro conceito da comunicação social e cultural do que determina a legislação. Tenho a honra de ser aqui no RN um dos colaboradores na implantação dessa nova idéia radiofônica.
Zelito Coringa

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

ENTRE O QUEIJO E A CARNE DE SOL


Era pra ter nascido no Seridó pelo menos não seria um caduco cultivador da poética varzeana. Com muito atrevimento digo aos sedentos desta procela agropecuarista que o chão vai ficar preto se não cessarem a morte da caatinga. Gostaria de ser o doido de Caicó, bem metido a besta e chamar de nação o chão de aluviões que adentra as carnaubeiras. Gostaria de ser do Seridó como foi meu avô e minha avó, erguer as mãos com a bandeira como faz os ambientalistas. Se eu fosse do Seridó seria o protótipo de um justiceiro, teria na identidade a genuína fotografia sertaneja, cabra de peia, do matulão, das minas, das cabroeiras, do Royal Cinema tocado na Praça de Jardim pela banda de Cruzeta. Gostaria de ser do Seridó feito gota serena, seriema, catingueira, jurema e pau de angico sem ter medo de queimar o próprio couro, manta de bode pendurada num galho de cajazeira. Cantaria feito gavião peneira na cumeeira da Serra de Santana. Gostaria de ser do Seridó da gema e protegido pela santa padroeira, autentico vaqueiro dos pés rachados lá das malocas de Parelhas.

Zelito Coringa – 05/06/08

domingo, 8 de agosto de 2010

O SONHO PARTIDO

O moído das eleições já começou com direito a poluição sonora e jingles dos mais diversos, alguns criativos, bem cantados, afinadinhos, engraçadinhos com repetição constante dos números do ficha limpa. Outros apenas engrossam mais ainda o caldo da cultura banal da Música Descartável Brasileira, paródias ridículas em sua maioria. Houve um tempo no Brasil em que as marchinhas, chorinhos, frevos, baiões, xotes e sambas faziam parte do repertório da maioria do povo e dos próprios candidatos. Na recente história do nosso país podemos lembrar a canção – Coração de Estudante – de Milton Nascimento, esta embalou o grito de liberdade das Diretas Já, e que a juventude estava presente degustando além do desejo de mudança, a letra, a melodia, a harmonia, a fé e os sonhos contidos. Hoje infelizmente muitos que figuram representar publicamente os nossos jovens e o povo se intitulam aviãozeiros e uma gama de parangolés sem sentido. Se existisse o partido da arte tenho certeza que seria além de filiado, militante e até mesmo um possível candidato. O discurso seria de improviso e terminado assim feito de repente. Se tudo parece uma grande brincadeira com a cara da gente, uma festinha alegre de múltiplas cores. Permita-me brincar de ser um político eloqüente culto e até bobão.
Projeto um: Acabaria com o derramamento de dinheiro em praça pública com bandas sem futuro;
Projeto três: Ensinaria as crianças desde o ensino fundamental a ler o Estatuto do Homem;
Projeto dois: Compraria instrumentos musicais para os jovens desocupados aprender a tocar Hermeto Pascoal;
Projeto quatro: Introduziria na merenda escolar balas de poesia, com rima, métrica e a oração de São Francisco;
Projeto quinto: Cumpriria apenas um mandato para não pensar jamais na sucessão;
Projeto sexto: Reescreveria a constituição em cordéis e recitarei para o público gratuitamente;
Projeto sétimo: Riscaria do mapa a fome plantando nas ruas, quintais e jardins de pedras pés de fruta pão;
Projeto oito: É povo que diz: Viva o Zé Afoito, homem que chegou de marte.
E tome acordes de viola no fim das falações e distribuição de biscoito de carnaúba preta.
Mergulhado na profundidade utópica dos ideais partidários, perco os freios da mentira, e adormeço. Num instante sou sacudido da rede por um carro de som estridente.
- Quando acordei do sonho, estava entre a rosa e os espinhos do talo atravessado na goela. Calo-me, reflito e solto um grito: O meu voto vai ser dado para o candidato que encontrei dormindo.
Zelito Coringa

A MÚSICA QUE SAI DO LIXO

Estive recentemente na pequena cidade de Taipu-RN, onde passei um manhã inteira com os jovens do Batucada de Percussão Alternativa. A iniciativa tem apoio da prefeitura local e funciona na casa da família, soube que pagam em dia o instrutor e este retira do lixo o seu material de trabalho. O grupo de jovens percussionistas já tem no currículo alguns prêmios e realizará em novembro l° Encontro de Batuqueiros da cidade. Além de aprenderem os principais ritmos brasileiros como o zambê genuinamente potiguar. Os mais de 30 jovens do projeto cantam e recitam poemas de Antonio Francisco e textos que este poeta varzeano escreveu para o espetáculo Coivarins. Fico imensamente agradecido pela senssibilidade do mestre Dudu Campos, mentor do projeto por esse convite. Acredito que nem tudo está perdido, o que falta mesmo é o olhar de carinho e um pouco de liberdade para que a criatividade aflore sem mãos atadas. É bonito de ver essa meninada tocando com maestria os seus instrumentos de material reciclado, de baldes, maracas com latinhas de refrigerantes, pedaços de zinco e uma gama de catrevagens sonoras. Não sabemos se serão músicos de verdade, mas com certeza a maioria enxergará o mundo mais colorido. Sinto falta disso em minha cidade, aqui existe uma infinidade de instrumentos musicais de verdade, percussivos, harmônicos e melódicos guardados como peça de museu. O que o povo escuta nos recantos da praça é pouco de mais para a quantidade de talentos adormecidos. Nossa alma precisa pular do coração e gritar com força. A bandeira estará sempre erguida. Dou um alertazinho: Querer ser a terra de Núbia Lafayette não ajuda em nada nesse processo de construção cidadã, na prática o que existe de fato é quase nada. Conteúdo, exemplo, prática e disciplina foi o que vi num simples projeto de batuque e que a prefeitura local disponhe apenas de um professor preparado no que faz, o resto é material de refugo transformado em arte. Tá na hora de fazerem o discurso realidade, chega de contos de fada e de falsetes na tribuna. Sigo com o olhar cada vez mais senssível no vê do mundo e na aldeia onde nasci. Agradeço aos meninos de Taipu por me fazer voltarem os sonhos da primeira banda de lata.
Zelito Coringa


sábado, 7 de agosto de 2010

ESTE HOMEM É O MEU PAI...

Este homem que eu admiro tanto, com todas as suas virtudes e defeitos. Com sua cara feia, de homem bravo, Intolerante e rude. Este homem carregado de pudores e honestidade, é meu pai.
Este homem que nunca me contou uma história, nos livros da escola, me ensinou muito da vida, mesmo não sendo letrado, ainda é o meu grande mestre. Sei que tenho trejeitos seu e me orgulho disso. Este homem pouco alegre e nada brincalhão, mas às vezes, mudo e pensativo, homem carregado de birra e determinação nos seus afazeres diários. Respeitado por todos ao seu redor, me ensinou valores que pesarei por toda vida e, os repassarei ao meu filho.
Este homem que já me fez fervilhar de raiva, de alegria, de temor, de afeto, ainda que escondido nos seus traços bruto.
Este homem me deu a vida, a ele eu devo agradecer, dele eu devo cuidar nas horas que precisar, por ele eu farei tudo que puder e assim espero que meu filho também me faça quando envelhecer.
Josélia Coringa
Feliz Dia dos Pais!!!

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

SERÁ QUE É UTOPIA?


O líder político ideal

O líder político ideal deve reunir algumas características que o distingam verdadeiramente como homem político em posição de poder. Em primeiro lugar, deverá exercer liderança. Ou seja, que tenha a capacidade de liderar, que tenha em essência o espírito de chefia. Essa liderança não se aprende nos livros, mas deve ser conquistada ao longo de anos, a partir de uma trajetória de realizações, marcada pela retidão moral, coisa que a cultura política acostumou-se a chamar de ética. Além da capacidade para exercer liderança, o líder precisa conhecer um mínimo de administração, ainda que tenha colhido bons resultados como síndico do prédio em que mora ou da pequena empresa que dirige e que, pela capacidade de administrar conflitos e driblar dificuldades, resiste a um bom número de anos. A liderança pode ser algo que obteve durante bom período de tempo ao lado de pessoas que comandou e das quais conquistou popularidade, confiança e respeito pelo bom exemplo que sempre deu. Coisas como garra no trabalho, lealdade, espírito de equipe, o constante desejo de crescer, a partir de metas para obter resultados cada vez mais positivos. O líder não precisa ser culto, mas deverá ser sábio e mirar-se sempre em exemplos de homens vencedores. Deve ser popular, sem se deixar cair para o populismo, que é a vistosa máscara da demagogia. Para isso, deverá não se deixar trair pela vaidade excessiva nem acreditar em tudo o que ouve, principalmente quando parte dos bajuladores que costumam estar à volta, como a mosca azul que insiste em rondar o banquete para tirar vantagem da porção que apodreceu. O líder, se não puder calçar os chinelos simples da humildade, que pelo menos faça do comedimento uma regra de viver. Que paute suas palavras sempre pelo que considera como verdade, mas que não se esqueça que cada um tem a verdade que sua janela apresenta. Que se lembre sempre de que o público que o elegeu líder, por mais simples, não é bobo e dificilmente se deixará enganar mais de uma vez. Que jamais fale em público aquilo que poderá trazer-lhe desconforto na intimidade. Que busque ter gosto pela cultura, por um ambiente sadio que, por extensão, possa ser o espírito que poderá nortear ações que resultem no bem estar da comunidade. Esse desejo equivale a renunciar a considerável porção do egoísmo que em geral mina o espírito humano e conduz à insanidade do proveito pessoal sobre o bem público. O líder deve ser um leitor crítico do mundo, a partir da realidade que o rodeia. Deverá ser um perspicaz observador, daqueles que capta desde as coisas simples do cotidiano aos detalhes e pontos obscuros dos grandes empreendimentos. Precisa criar o hábito de ler bons livros, pois eles sempre contêm algo que lhe poderá ser útil na carreira de homem público e na vida como um todo. Esse homem talhado para liderar deve desconhecer o medo. Somente assim será capaz de ousar, pois é a ousadia o principal impulso que leva a realizações. E são as realizações que marcarão a passagem e moldarão o nome e a imagem de líder. Por isso, o líder, em vez de escolher as obras físicas grandiosas, superficiais e ocas de significado prático, deverá dar preferência por aquelas que lhe moldem a lembrança por séculos, se for preciso, pelo alcance dos benefícios que elas causem ao maior número possível de pessoas. O líder deve ser o homem político em pleno sentido. Que isso signifique, na vida prática, ter serenidade sempre, por maior a tormenta, jamais renunciar ao equilíbrio, medir-se pela sensatez, pela justiça e retidão. O homem de liderança deve levar uma vida tão natural que jamais tenha do que reclamar ou arrepender-se se for colhido por alguma câmera escondida ou a chamada “câmera indiscreta”.Significa pensar que a elevação de caráter deve ser algo intrínseco, inegociável, da qual jamais se esconde ou foge. Claro que o líder, como gente de carne e osso, tem o direito de ser humano e, quando for o caso, indignar-se, esbravejar, protestar, questionar, sem jamais esquecer a medida da sensatez e do equilíbrio. O líder tem sim o direito de errar, mas que na sua contabilidade de vida, esses pequenos borrões sejam cobertos pelo amplo espectro da obra que realizou. Pena que essa figura esteja desaparecendo cada vez mais da arena real para um velho quadro, escondido atrás de um armário de um cômodo que abriga coisas esquecidas.
Antônio Lisboa.
http://metendobico.blogspot.com

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

LAVANDO A CARA COM SABONETE DE CARNAÚBA

Depois de percorrer o nordeste levando nome de minha cidade Carnaubais e região, sigo pelo interior do Estado cantando as canções, firmando parcerias e reencontrando velhos amigos. Mais um vez a convite do Pessoal do Tarará e com apoio exclusivo do BNB e BNDS passaremos por 05 cidades da região oeste, todas as margens da BR 405. Nos últimos dias estivemos em Felipe Guerra e estou maravilhado com o que encontrei na cidade; um verdadeiro projeto de inclusão social através da arte que atende 366 crianças e jovens, com sede própria construída com recursos do FIA/CONDICA, sala de música climatizada, aula de teatro, quinteto de metais, aula de dança, banda de forró, estúdio de gravação, auditório, produção de mel, aula de safona, aula de violão, produção de cosméticos e por fim sabonete de carnaúba. Precisei comprar um para lavar a cara de vergonha. É isso mesmo Carnaubais capital das palmeiras, é isso aí Cuandu. E isso aí amigos reais? Não adianta investimentos se a coisa continua no rumo da venta e das indicações de pessoas que não se identificam com a causa. O projeto Abelhar é uma coisa espetacular, sem dúvida um referencial para todos nós que sonhamos com um mundo mais humano. Parabenizo ao amigo Ducivan (Ator, Coordenador, sonhador e Feliz) pelo exemplo de vida e dedicação constante a juventude de sua cidade, como ele mesmo diz: Fiquei com inveja boa. Jamais imaginaria que aqui bem perto pudesse encontrar respostas para certas inquietações e gente firme que impõe disciplina sem perder de vista a humanização, a educação e o ensinamento da cidadania por meio da cultura. Preciso dizer que esse exemplo de trabalho com crianças e adolescentes deveria ser servido de modelo, depois de ter vivenciado esses três com os jovens do Núcleo da Criança e Adolecente das antigas pedras de abelha, chego a conclusão que é preciso dá um pouco mais do meu trabalho ao chão que nasci, nem que seja a meia dúzia de jovens. Sabemos que alguns municípios perderam os recursos da Petrobrás e o projeto Cuandu um dos primeiros a ser criado em Carnaubais está entre o que receberam a noticia do corte. Logo me remeto aos discursos de pompas e a oratória pedante dos cantantes da causa mor. Já houve investimentos consideráveis da Petrobrás, do Banco Real, dos violinos que não tocam, da Marcial da Princesa que não batuca e hoje a sinfônica do PDS que o município acaba de conseguir depois de ter sido vetado o projeto em 2006. O referencial de cultura ainda não foi construído na cidade, nem por quem já havia passado e não fez nada, por quem passou e agora passa novamente. Conselhos de direito e tutelares devem ser autônomos e os jovens devem ser tornar protagonizadores das ações. Felipe Guerra é exemplo disso. O monitor de violão foi aluno do projeto e cursa a faculdade de direito, outro chegou de uma favela da Bahia e estuda para o IFRN, outro coordena a secretaria, na hora do lanche cada criança lava o seu prato e guarda no canto certo da cozinha, as aulas de música é toda digitaliza e acontece numa sala com ar condicionado, os alunos de música que completaram a idade de sair do projeto fazem parte de uma banda de forró e do quinteto de metias que toca MPB. As pessoas na rua reconhecem os adolescentes como meninos do projeto Abelhar e é desse refencial que falo, que não existe em minha cidade. Os gestores desatentos quando enxergam um pouquinho a cultura é com a visão utilitária de ocupar apenas o tempo dos jovens, não pensam a longo e acomodam pessoas despreparadas para lidar com a base da construção cidadã. As empresas que investem nessas ações querem promover a responsabilidade social e o Marketing Cultural, coisa que todo mundo sabe. Alguns municípios nem disso se utilizam culturalmente, cumprem apenas o basiquinho sem muita ousadia, enquanto grande parte da juventude dança e tomba em pedras de Crack, projetos nascem e morrem com muita naturalidade como se fossem mandacaru em cima de torrão seco, a emoção, o lúdico, o encantado, o sentimento de amor e companheirismo não é atiçado como deveria. Criar e manter projetos que cuidem melhor das crianças e jovens, que ofereçam verdadeiras alternativas de lazer, arte e profissionalismo deve ser tônica de um futuro mais responsável. Quem quiser que ache ruim o que digo, que torça o nariz, não vou parar de dizer que desejo apenas o bem de todos nós. Carnaubais precisa acordar do pesadelo e recomeçar o sonho perdido,
vale rezar uma oração antes de cair no sono outra vez.






(Vivência com Jovens do Projeto Abelhar)
Zelito Coringa - Textos Avulsos

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

O POETA E A BICICLETA TEM TRILHA SONORA DE COMPOSITOR CARNAUBAENSE




O último sábado (31) ficou marcadO na memória audiovisual da capital do Oeste. Noite de exibições do Projeto Curta Mossoró 2010. O músico Zelito Coringa da cidade de Carnaubais foi o responsável pela belíssima trilha do Filme – O POETA E A BICICLETA – Sobre vida e obra do poeta Antonio Francisco. Entre os produtores estão a produtora cultural Toinha Lopes, Tales e Gustavo Luz, dono da editora Queima-Bucha. O artista carnaubaense além de compor as canções do documentário aparece em uma das cenas fazendo dupla com o violeiro Zé Ribamar.
De acordo com a coordenadora de programação do projeto, Ana Lúcia Gomes, anteriormente a produção de audiovisual na cidade se restringia ao âmbito da Universidade do estado do Rio Grande do Norte (UERN), com alguns documentários já premiados. “Através do Curta Mossoró pretendemos estimular a produção audiovisual difundindo a criação em cinema e vídeo com os demais profissionais do segmento na cidade”. O projeto “Curta Mossoró” foi idealizado pelo grupo Caminhos Comunicação & Cultura, composto por jornalistas e radialistas potiguares. O objetivo do projeto é capacitar jovens produtores e realizadores na área do audiovisual através de um curso de produção que irá abordar todas as etapas da elaboração de um vídeo: idéia, pré-produção, produção, gravação, edição/finalização e divulgação/distribuição.
Cerca de 30 pessoas participaram de todas as etapas do projeto que conta com o patrocínio do Banco do Nordeste do Brasil em parceria com o BNDES através do Programa BNB de Cultura, edição 2010.