quarta-feira, 30 de setembro de 2009

LITERATURA CARNAUBAENSE


CORDELISTA- ALDINETE SALES

UMA SOMBRA DE SAUDADE

Quando olho pra estrada
Fico triste a pensar
Acabou-se a poeira
Agitada no pisar
Das alpargatas que vinham
Caminhando sem parar

Onde esta o meu nordeste
Que cantou o rei do baião
O velho carro de boi
Nas estradas do sertão
O carreiro de carreira
Que boa recordação

E a boiada passando
Onde será que ela estar
O vaqueiro se escondeu?
Ou se esqueceu de buscar?
E os bois passam chorando
Onde carros vão passar.

As quadrilhas não são mais
Como contam meus valores
As meninas matutinhas
Deixaram de ser primores
Hoje são estilizadas.
Enfeitadas com louvores.

Me responda como foi?
O que fez tudo parar?
Foi a tal modernidade
Que só veio acabar
Levando minha esperança
No matulão meu penar.

O que foi que aconteceu
Com o forro do sertão?
Não é mais o arrastapé
Cantado por Gonzagão
Onde a sanfona gritava
O hino do meu torrão.

O homem deixou de ser
Guiado pela enxada
De limpar o seu quintal
Acordar de madrugada
Virou apenas robô
No meio dessa jornada.

Um dia são heróis
Preservando a natureza
Outro dia, homem bomba
Destruindo tal grandeza
Que foi criada por Deus
Com capricho e com beleza.

Onde esta as criancinhas
Que brincavam sem parar?
Suas cantigas de roda
Como vou admirar?
Se as musicas de hoje em dia
Não são mais as melodia
Que embalou meu ninar.

Fica então o meu pensar
Procurando uma razão
Será verdade que um dia
Vaqueiro foi profissão?
Ou será que seu cavalo
Não voltara pro embalo
Das quebradas do sertão.

Aldinete Sales-
ALUNA DO CURSO DE HISTÓRIA DA UERN-ASSU/RN

terça-feira, 29 de setembro de 2009

PENSAR É TRANSGREDIR


Não lembro em que momento percebi que viver deveria ser uma permanente reinvenção de nós mesmos — para não morrermos soterrados na poeira da banalidade embora pareça que ainda estamos vivos.
Mas compreendi, num lampejo: então é isso, então é assim. Apesar dos medos, convém não ser demais fútil nem demais acomodada. Algumas vezes é preciso pegar o touro pelos chifres, mergulhar para depois ver o que acontece: porque a vida não tem de ser sorvida como uma taça que se esvazia, mas como o jarro que se renova a cada gole bebido.
Para reinventar-se é preciso pensar: isso aprendi muito cedo.
Apalpar, no nevoeiro de quem somos, algo que pareça uma essência: isso, mais ou menos, sou eu. Isso é o que eu queria ser, acredito ser, quero me tornar ou já fui. Muita inquietação por baixo das águas do cotidiano. Mais cômodo seria ficar com o travesseiro sobre a cabeça e adotar o lema reconfortante: "Parar pra pensar, nem pensar!"
O problema é que quando menos se espera ele chega, o sorrateiro pensamento que nos faz parar. Pode ser no meio do shopping, no trânsito, na frente da tevê ou do computador. Simplesmente escovando os dentes. Ou na hora da droga, do sexo sem afeto, do desafeto, do rancor, da lamúria, da hesitação e da resignação.
Sem ter programado, a gente pára pra pensar.
Pode ser um susto: como espiar de um berçário confortável para um corredor com mil possibilidades. Cada porta, uma escolha. Muitas vão se abrir para um nada ou para algum absurdo. Outras, para um jardim de promessas. Alguma, para a noite além da cerca. Hora de tirar os disfarces, aposentar as máscaras e reavaliar: reavaliar-se.
Pensar pede audácia, pois refletir é transgredir a ordem do superficial que nos pressiona tanto.
Somos demasiado frívolos: buscamos o atordoamento das mil distrações, corremos de um lado a outro achando que somos grandes cumpridores de tarefas. Quando o primeiro dever seria de vez em quando parar e analisar: quem a gente é, o que fazemos com a nossa vida, o tempo, os amores. E com as obrigações também, é claro, pois não temos sempre cinco anos de idade, quando a prioridade absoluta é dormir abraçado no urso de pelúcia e prosseguir, no sono, o sonho que afinal nessa idade ainda é a vida.
Mas pensar não é apenas a ameaça de enfrentar a alma no espelho: é sair para as varandas de si mesmo e olhar em torno, e quem sabe finalmente respirar.
Compreender: somos inquilinos de algo bem maior do que o nosso pequeno segredo individual. É o poderoso ciclo da existência. Nele todos os desastres e toda a beleza têm significado como fases de um processo.
Se nos escondermos num canto escuro abafando nossos questionamentos, não escutaremos o rumor do vento nas árvores do mundo. Nem compreenderemos que o prato das inevitáveis perdas pode pesar menos do que o dos possíveis ganhos.
Os ganhos ou os danos dependem da perspectiva e possibilidades de quem vai tecendo a sua história. O mundo em si não tem sentido sem o nosso olhar que lhe atribui identidade, sem o nosso pensamento que lhe confere alguma ordem.
Viver, como talvez morrer, é recriar-se: a vida não está aí apenas para ser suportada nem vivida, mas elaborada. Eventualmente reprogramada. Conscientemente executada. Muitas vezes, ousada.
Parece fácil: "escrever a respeito das coisas é fácil", já me disseram. Eu sei. Mas não é preciso realizar nada de espetacular, nem desejar nada excepcional. Não é preciso nem mesmo ser brilhante, importante, admirado.
Para viver de verdade, pensando e repensando a existência, para que ela valha a pena, é preciso ser amado; e amar; e amar-se. Ter esperança; qualquer esperança.
Questionar o que nos é imposto, sem rebeldias insensatas mas sem demasiada sensatez
. Saborear o bom, mas aqui e ali enfrentar o ruim. Suportar sem se submeter, aceitar sem se humilhar, entregar-se sem renunciar a si mesmo e à possível dignidade. Sonhar, porque se desistimos disso apaga-se a última claridade e nada mais valerá a pena. Escapar, na liberdade do pensamento, desse espírito de manada que trabalha obstinadamente para nos enquadrar, seja lá no que for.
E que o mínimo que a gente faça seja, a cada momento, o melhor que afinal se conseguiu fazer.

Lya Luft

Canção na plenitude


Não tenho mais os olhos de menina
nem corpo adolescente, e a pele
translúcida há muito se manchou.
Há rugas onde havia sedas, sou uma estrutura
agrandada pelos anos e o peso dos fardos
bons ou ruins.
(Carreguei muitos com gosto e alguns com rebeldia.)

O que te posso dar é mais que tudo
o que perdi: dou-te os meus ganhos.
A maturidade que consegue rir
quando em outros tempos choraria,
busca te agradar
quando antigamente quereria
apenas ser amada.
Posso dar-te muito mais do que beleza
e juventude agora: esses dourados anos
me ensinaram a amar melhor, com mais paciência
e não menos ardor, a entender-te
se precisas, a aguardar-te quando vais,
a dar-te regaço de amante e colo de amiga,
e sobretudo força — que vem do aprendizado.
Isso posso te dar: um mar antigo e confiável
cujas marés — mesmo se fogem — retornam,
cujas correntes ocultas não levam destroços
mas o sonho interminável das sereias.

O texto acima foi extraído do livro "Secreta Mirada", Editora Mandarim - São Paulo, 1997, pág. 151.

Lya Luft

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Ler para quê?


Por que vemos hoje tanta falta de interesse nos jovens em ler bons livros? Há muitas razões, com certeza. Há outros interesses mais “divertidos”. Para alguns, ler dá trabalho, cansa, exige que nos fixemos naquilo que lemos para não perdemos a linha de raciocínio. Outros dirão que não precisam ler, pois há quem faça seus trabalhos(inclusive de final de curso).Infelizmente é uma verdade, se não lemos,como podemos produzir nossos textos, como podemos escrever algo que valha a pena?

Enquanto a grande maioria dos jovens não gosta de ler, uma minoria necessita de viajar através dos livros, pois estes nos fazem companhia. Segundo a redação do momento.com o livro “silencioso e disponível, nos permite dar asas à imaginação, deixando, por alguns momentos, o mundo real e mergulhando no ambiente descrito pelo autor, a imaginar paisagens,vestimentas, cores.Temos a liberdade de imaginar os personagens, de nos emocionar e vibrar com eles, de imaginar o desfecho da história.”

Por outro lado, “muitos educadores hoje, têm dificuldades em incentivar a leitura entre seus alunos, os quais mostram, não raramente, problemas nas matérias onde a leitura é básica, e encontram barreiras em exames seletivos.Estudiosos na arte da aprendizagem garantem que crianças que veem os pais lendo, que percebem que os pais têm prazer ao ler, são crianças mais interessadas em leitura do que os filhos de pais que não leem.”

E como ficam aqueles pais que seus filhos não valorizam a leitura, pois não acreditam seja importante conhecer assuntos novos (mesmo que este conhecimento vá ajudá-lo para o resto da vida)? O livro é nosso grande amigo.Ele nos oferece informações do passado que nos auxiliam compreender o presente. Para construirmos o futuro, necessitamos compreender de que forma as coisas acontecem, suas fórmulas, caminhos, bases de sustentação, competências. Por tudo isso, a leitura é extremamente importante em nossas vidas.Lemos porque nos faz bem em todos os sentidos.

PROF:Edite Malaquias

http://www.acessepiaui.com.br

domingo, 27 de setembro de 2009

ENCONTRO DE BLOGUEIROS DO RN

O que é um blog? podemos entender que blog é uma página na internet com atualizações diárias. Essas atualizações são chamadas de posts e podem ou não ter o mesmo tema e pertencer a mesma pessoa.

Os blogs se popularizaram pela internet como páginas onde os blogueiros, donos dos blogs, contam suas histórias e experiências, utilizando essas páginas como diários pessoais, como ferramenta política etc.

Segundo Carlos Santos, "através do blog nós podemos contribuir para construção de uma nova ordem nesse país". É preciso ter disciplina para não fazermos aos outros aquilo que não desejamos para nós mesmos...princípio ético. Que façamos do blog um ambiente de discussão.
Gostei muito da palestra de Daniel Dantas(Doutorando em Estudos da Linguagem-UFRN)

Outro ponto que merece destaque: A dupla NETO BRAGA E JOÃO ALMEIDA ( Apresentaram uma bonita Fábula, intitulada FÁBULA FABULOSA entre outros textos, de uma riquesa cultural muito grande.



TODO MECANISMO DE INFORMAÇÃO DO BLOG DIZ QUEM SOMOS, DESSA FORMA PRECISAMOS TER PRUDÊNCIA COM O QUE POSTAMOS.

GRANDE NOME DA LINGUISTICA-MARCOS BAGNO


No campo da investigação científica e acadêmica, Bagno sempre se interessou pelo que diz respeito à linguagem humana em todas as suas manifestações.

QUEM SÃO OS PURISTAS?
Marcos Bagno -

Purista é quem defende a "pureza" da língua contra todas as formas inovadoras, sempre vistas como sinais de "decadência", "corrupção" e "ruína", não só da língua mas também, muitas vezes, dos valores morais da sociedade. O termo purista, não por acaso, surgiu na França no século XVII, no apogeu do regime absolutista, centralizado na figura de um rei todo-poderoso, de uma concepção de mundo e de sociedade doentiamente elitista, que só dava valor ao que vinha do topo do topo, da nata da nata.
O pai do purismo é o escritor Vaugelas (pronuncia-se vojlá). Ah, sim, desculpe a intimidade: Claude Favre, barão de Pérouges, senhor de Vaugelas (1585-1650)... Com esses títulos, evidentemente, ele só podia achar que a "boa linguagem" era a dos aristocratas. Ele escreveu, de fato, que o uso correto do francês devia se inspirar na língua falada pela "parte mais sadia da Corte". Então, não basta ser nobre, não basta ser aristocrata, é preciso ser mais nobre que a nobreza, mais aristocrata que a aristocracia... O espírito de Vaugelas se incorpora hoje em muitos paspalhos e sacanas que andam por aí atacando as "impurezas" do português brasileiro.
Hoje em dia, nenhum purista gosta de ser chamado assim, porque, com o tempo, o rótulo se tornou pejorativo. No entanto, com um grau maior ou menor de intolerância, esses que andam dando "dicas de português", escrevendo sobre a "falta de estilo" dos outros, chamando os brasileiros de "asnos", "imbecis" ou, pior, de "caipiras" e "índios" (como se fossem xingamentos) são todos inegavelmente puristas.
Uns se disfarçam com um aparente liberalismo, dizem que não se pode discriminar ninguém pela linguagem, etc., mas, no final, sempre acabam pregando a obrigação de se usar as formas mais conservadoras naquilo que chamam de "padrão culto formal", que nunca se preocupam em explicar o que é. Outros usam um humor duvidoso, conquistam o leitor com piadinhas sempre muito preconceituosas para nos convencer de que no Brasil se fala um português "de rua, de botequim ou de cama", como escreveu um deles.
A atitude irracional dos puristas fica evidente no absoluto desprezo que eles têm, não só pela linguística científica (o que é bem compreensível, sendo eles o que são), mas também pelo trabalho dos gramáticos e dicionaristas profissionais. O purista sempre recorre a fórmulas como "segundo a tradição gramatical", "nos melhores dicionários" e coisas parecidas. Mas essa alegação é retórica vazia. Os gramáticos e dicionaristas de verdade reconhecem, com frequência, as inovações que os falantes têm introduzido na língua e dão sua chancela a esses novos usos. Pergunte a um purista, por exemplo, se tanto faz usar "despercebido" ou "desapercebido". Ele vai dizer imediatamente que não, que cada uma das palavras tem sentido preciso e diferente. Mas no dicionário Houaiss a gente lê: "ante o emprego desses dois vocábulos como sinônimos por autores de grande expressão [...] a rejeição [da sinonímia] faz-se inaceitável".
Pior é quando eles querem reformar a língua no tapa, tentando impedir usos consagrados há séculos, presentes em todas as modalidades da língua, inclusive na melhor literatura. Típico exemplo: um desses supostos especialistas que, tornado célebre por sua onipresença na mídia, tirou do colete a regra bisonha de que a expressão "risco de vida" está errada e que só podemos falar de "risco de morte". Pronto: foi o que bastou para todos os repórteres da televisão começarem a falar de "risco de morte". É mole? Xô, fantasma de Vaugelas! T'esconjuro!

http://www.marcosbagno.com.br/conteudo/quememb.htm

terça-feira, 22 de setembro de 2009

NÃO SE CUIDA DE EDUCAÇÃO NESTE PAÍS


Comunicado importante para professores

O fenômeno que ocorre na atualidade de profundo descaso pelo problema da Educação em nosso País tem uma evidência que era para se sair fazendo protestos públicos, com faixas e gritaria nas ruas, segundo a moda já muito vulgarizada.

Falar em Educação, propriamente dita, não é falar em Instrução, pois há grande diferença entre uma e outra.
Instruir é uma tarefa que não é fácil, mas educar é outra, e mais difícil, bem como mais importante. A primeira desvantagem na execução dessas duas tarefas importantíssimas para a nacionalidade é a confusão que se faz entre as duas, que poderiam ser executadas ao mesmo tempo, uma beneficiando a outra, como acontece em colégio de cunho religioso, muitas vezes.
A Instrução e a Educação podem andar de mãos dadas, ambas desfrutando do mesmo grau de atenção, a primeira facilitando a segunda, e vice-versa.
Na capa dos livros, em títulos, noticiários e denominações de atividades relativas ao problema educacional, usa-se muito a palavra Educação, mas Educação mesmo, que é a parte da qual se devia cuidar com prioridade, fica inteiramente de lado, só se cuidando de Instrução, que é geralmente deficiente.
Quantas campanhas podem ser feitas em benefício deste imenso Brasil no plano da Educação! Em favor do aprimoramento do caráter do cidadão brasileiro, moço ou velho, dando ótimos resultados e do qual tanto se precisa! A Educação não tem limite de idade, isso é uma verdade incontestável perante qualquer pedagogo evoluído. Perguntasse isso a Anísio Teixeira, grande Mestre da nossa Educação que sobre essa, em seu magnífico compêndio intitulado Educação Progressiva deu a maravilhosa definição de o que é Educação: “É ir e vir com segurança, pensar com clareza, querer com firmeza, executar com tenacidade.” A pessoa que conseguir assimilar esse ensinamento, seja lá de que idade for, terá dado um grande passo à frente, um grande passo educacional.

Dever-se-ia fazer campanhas educativas como a feita para esclarecer sobre o HIV – o desempenho dela no Brasil foi considerado como um dos que teve os melhores resultados mundiais.
John Dewey, o maior pedagogo americano ou um dos maiores, diz: “Quando cresce, então, a vida? – cresce à medida que aumentamos o conteúdo de nossa experiência, alargando-lhe o sentido, enriquecendo-a com idéias novas, novas distinções e novas percepções; e à medida que aumentamos o nosso controle dessa experiência”.
Citemos mais um dentre tantos pedagogos: Monsenhor Pedro Anísio, notável e esquecido nessa área, lá da Paraíba, com seu excelente Tratado de pedagogia, Civilização Brasileira S.A. da Biblioteca Brasileira de Cultura, 2ª edição, dirigida por Alceu Amoroso Lima (Tristão de Athayde) – 1893-1983- proeminente escritor nosso, crítico literário que prefaciou o Tratado de pedagogia e nesse assegurou que o seu autor “saiu-se bem, de tal forma bem que creio poder afirmar não existir em nossas terras, até hoje, nenhuma obra do alcance desta em matéria de Educação.” Disse também: “Em nenhum setor a cultura moderna, e muito particularmente da nossa cultura brasileira, é tão necessária uma palavra de ordem e bom senso como no setor pedagógico”.
Quantas lições maravilhosas dadas nessa Pedagogia aos conterrâneos brasileiros, quanta Educação dada ao Brasil e que não se aprendeu! Especialmente na parte de Ética ou Moral.
Portanto, é verdade: “Não se cuida mesmo de Educação em nosso Brasil”. Há muito tempo.

O Japão, arrasado pela 2ª Guerra Mundial, com a Educação a que se impôs, em pouco tempo, se tornou um dos maiores Países do mundo! Grande exemplo a ser copiado.

Por que os dirigentes dos governos que se passam, no setor da Educação, não têm o gosto de querer pô-la em prática? – É um desprezo governamental.
Não se realiza a educação do nosso povo porque não há iniciativa nesse sentido. Só nessa área de campanhas muito se podia fazer de eficiente e proveitoso, até por empresas particulares que dispõem de muitos recursos, estimuladas por dispositivos de lei nesse sentido, gratificando-as ou premiando-as, como se fazem campanhas em favor da saúde pública.
Um jornalista de televisão, citemos seu nome: Boris Casoy, muito ouvido, fez uma grande campanha contra o vício de fumar, muito meritória, que produziu resultado inegavelmente positivo. Parece que não cobrou nada por fazê-la. Por que não se faz trabalho semelhante, educativo, contra a violência ou contra a corrupção? Um nome de realce, para o bem do Brasil, da Política ou das Letras caberia essa iniciativa. Em pouco tempo poderia ficar até célebre.
Mas, a Escola, desde a primária, desde a pré-primária até a mais graduada, a Universidade poderia ter essa incumbência diretamente. Um Professor loquaz, de renome, com pendores para o mister, para isso especialmente designado, mesmo nas Universidades, através de palestras periódicas, em pouco tempo, atingiria às raias do sucesso.

A Escola, a Família e a Igreja, todavia, são os maiores veículos ou ambientes para o trabalho educacional. A Escola, especialmente na etapa do Ensino Médio, o professor, com preparação especial, diplomado em Pedagogia, bem remunerado, teria a tarefa especial de ministrar lições de Moral ou Ética.
Não há, nem existe regulamentação oficial, nenhuma nesse sentido.
Não se cuida de Educação propriamente dita neste País. Essa é a triste realidade.

A Revolução Educacional de um povo, altamente positiva, pode processar-se desde que se tenha o propósito de fazê-lo e que se tenha compreensão para executá-la por meios eficientes. As campanhas educacionais, inclusive pela televisão, como muitas outras que são feitas com resultados muito positivos, também podiam ser realizadas sob regulamentação do Governo. Essa regulamentação oficial seria passo fundamental, a cargo da vasta estrutura administrativa que já existe no País relativa à Educação. Só o Conselho Nacional da Educação, CNE, órgão de alto nível, composto por figuras cuidadosamente selecionadas e, em seguida, nomeadas pelo Presidente da República, com facilidade, podia elaborar o Plano Fundamental da Educação Nacional – PFEN, como tantos outros planos com amplitude nacional que são elaborados e postos em prática neste País. A Educação tem o seu Ministério com muitos técnicos que poderiam se incumbir do bem-vindo plano. O que falta é iniciativa, ou então, coragem para enfrentar o problema. Todos os Estados da Federação têm sua Secretaria da Educação, órgão quase sempre bem estruturado. Até uma dessas Secretarias de um Estado, por exemplo, de São Paulo, podia idealizar e pôr em prática seu Plano Fundamental de Educação, uma vez que seria, grande benefício, sem dúvida, para os seus coestaduanos, além de ser dignamente imitado por outros Estados. Que se precisa de Educação nesse nosso grande Brasil corrupto e violento é evidente e incontestável.
Não há pessoa de bom nível cultural ou não que deixe de reconhecer essa verdade. Peçamos a Deus, então, por um Plano Nacional de Educação quanto antes. Por isso se fez o livro Educação Nacional – Formação do Caráter. É um Grande e Sincero Apelo. Veemente!

*Américo Menezes, Professor Catedrático, Advogado, Procurador Federal, ex-diretor de dois educandários no Espírito Santo, Escritor. (Artigo extraído do livro Educação Nacional – Formação do Caráter). Ed. Edicon (www.edicon.cm.br)

Nunca Deixe de Acreditar

Espero que você possa aceitar as coisas como elas são,
sem pensar que tudo conspira contra você,
porque parte de nós é entendimento. ..
Mas, a outra parte é aprendizado. ..

Que você possa ter forças para vencer todos os seus medos e que, no final,
possa alcançar todos os seus objetivos
porque parte de nós é cansaço...
Mas, a outra parte é vontade...

Que tudo aquilo que você vê e escuta
possa lhe trazer conhecimento que essa escola possa ser longa e feliz
porque parte de nós é o que vivemos...
Mas, a outra parte é o que esperamos...

Que você possa aprender a perder sem se sentir derrotado
que isso possa fazer você cada vez mais guerreiro...
Porque parte de nós é o que temos...
Mas, a outra parte é sonho....

Que durante a sua vida você possa construir sentimentos verdadeiros
que você possa aceitar que só quem soube da sombra,
pode saber da luz...
Porque parte de nós é angústia...
Mas, a outra parte é conforto...

Que você nunca deixe de acreditar
Que nunca perca sua fé
Porque parte de Deus é amor...
E a outra parte também!

BOM ACORDAR E SER AGRACIADO COM MENSAGENS POSITIVAS,CARREGADA DE SENTIMENTOS VERDADEIROS. OBRIGADA MANA! SAUDADES. SE NÃO PENSASSE ASSIM, NÃO TERIA A MARCA DE LUZIMAR CORINGA. GRANDE E ETERNA MÃE.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

PORTO DO MANGUE, EU TE SAÚDO


Gilberto Freire de Melo
Escritor pendenciense - Várzea do Açu-RN

Gostaria de que não passasse o tempo e não se distanciasse a convivência com as pessoas que nos ensinaram a amar a terra, o povo e suas origens, através das lições de solidariedade e dos exemplos de cidadania que nos ajudaram na formação, quando ainda patinávamos, amealhando conceitos e práticas de relacionamento social!

Gostaria de permanecer convivendo com ícones como Antônio Tomaz e seus numerosos familiares, Raimundo e Benedito Leandro, José Barbalho, Joaquim Maria e Valdemar Campielo, Alfredo Almeida, em cujas lições aprendemos a ver a vida por prismas em que o trabalho, a honradez, o caráter, os critérios de respeito aos direitos humanos, de solidariedade às pessoas de nosso relacionamento se manifestavam em todas as ações, quer nas asperezas dos ranchos das salinas, quer no convívio familiar e administrativo, onde se realçavam os direitos dos trabalhadores que produziam a renda, não apenas dos potentados, mas dos parentes, dos amigos, dos conhecidos, das comunidades, enfim.

FONTE:http://www.portodomanguern.com.br

Um lugar único (PORTO DO MANGUE)


...Porto do Mangue está aí firme e forte debruçado sobre as janelas geográficas do Oceano Atlântico, e abrindo, para nós, outras janelas, estas eletrônicas e tecnológicas que o avanço das comunicações nos propõe explorar - a INTERNET - sem qualquer diferença de como é usada nas grandes metrópoles. E por menos interessantes que sejam os motivos, ousamos invadir territórios africanos, europeus, asiáticos, o espaço sideral, quando até bem pouco tempo, apenas olhávamos o Oceano Atlântico e sonhávamos com os outros mundos existentes além-mar....
Gilberto Freire de Melo
FONTE:http://www.portodomanguern.com.br/ (visite-o)

ESPAÇO DE MUITO BOM GOSTO. PARABÉNS PARA O IDEALIZADOR.

sábado, 19 de setembro de 2009

Nordestinês


Nordestino cabra da peste...

Nordestino não fica solteiro, ele fica solto na bagaceira!
Nordestino não vai com sede ao pote, ele vai com a bexiga taboca!
Nordestino não vai embora, ele vai pegar o beco!
Nordestino não diz concordo com você, Ele diz Né isso, homi!!!!
Nordestino não conserta, ele imenda!
Nordestino não se empolga, fica com a mulesta!
Nordestino não bate, ele senta-le a mãozada!
Nordestino não sai pra farra... ele sai pro muído, pra bagaça!
Nordestino não bebe um drink, ele toma uma!
Nordestino não é sortudo, ele é cagado!
Nordestino não corre, ele dá uma carreira!
Nordestino não malha dos outros, ele manga!
Nordestino não conversa, ele resenha!
Nordestino não toma água com açúcar, ele toma garapa!
Nordestino não engana, ele dá um migué!
Nordestino não percebe, ele dá fé!
Nordestino não sai apressado, ele sai desembestado!
Nordestino não aperta, ele arroxa!
Nordestino não dá volta, ele arrudeia!
Nordestino não espera um minuto, ele espera um pedacinho!
Nordestino não é distraído, ele é avoado, apombaiado!
Nordestino não fica com vergonha, ele fica encabulado, todo errado!
Nordestino não passa a roupa, ele engoma a roupa!
Nordestino não houve barulho, ele ouve zuada!
Nordestino não acompanha casal de namorados, ele segura vela!
Nordestino não rega as plantas, ele agoa as plantas
Nordestino não quebra algo, ele tora!
Nordestino não é esperto, ele é desenrolado!
Nordestino não é rico, ele é estribado!
Nordestino não é homem, ele é macho!
Nordestino não chama seu desalmado;, ele grita infeliz das costa ôca!
Nordestino não pede almoço, ele pede o cumê
Nordestino não come carne, ele come mistura
Nordestino não lancha, merenda!
Nordestino não fica satisfeito quando come, ele enche o bucho!
Nordestino não dá bronca, dá carão!
Nordestino não fica com raiva, ele pega ar!
Nordestino não casa, ele se amanceba!
Nordestino não tem diarréia, tem caganeira!
Nordestino não tem mau cheiro nas axilas, ele tem suvaqueira!
Nordestino não tem perna fina, ele tem dois cambitos!
Nordestino não é mulherengo, ele é raparigueiro!
Nordestino não se diverte, ele "bota pa decê"!
Nordestino não joga fora, ele rebola no mato!
Nordestino não exagera, ele alopra!
Nordestino não vigia as coisas, ele pastora!
Nordestino não se dá mal, ele se réia, se lasca todinho!
Nordestino quando se espanta não diz: - Xiiii! Ele diz: Vixi Maria! Aff maria!
Nordestino não compara dizendo: - Como é que pode? Ele diz: - Soxtô!
Nordestino não vê coisas de outro mundo, ele vê uns malassombros!
Nordestino não é escroto, é o creca! (Adoooooooooooooro!)
Nordestino não é xato, é caningado!
Nordestino não é cheio de frescura, é pantinzeiro!
Nordestino não pula, dá pinote!
Nordestino não arranja briga, arranja intriga!
Nordestina não fica grávida, fica buxuda!
Nordestino não fica bravo, fica com a gota serena!
Nordestino não é malandro, é cabra de pêia!
Nordestino não fica apaixonado, ele arrêia os pneus!!
Nordestino não diz O que é isso?!, ele diz Vareite!
Nordestino não fica nervoso, ele pega ar!

FONTE:WWW.BLOGGER.COM

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

RECONHECIMENTO


A CINCO ANOS EXERCENDO O MINISTÉRIO AQUI EM CARNAUBAIS, POR INICIATIVA DO VEREADOR WANDERLEY MENDES RECEBEREI HOJE O TÍTULO DE CIDADÃO CARNAUBAENSE LOGO MAIS AS 19h EM SESSÃO SOLENE DA CAMARA MUNICIPAL DE CARNAUBAIS.
DESDE JÁ AGRADEÇO A INICIATIVA DO AMIGO VEREADOR EM RECONHECER O SERVIÇO PRESTADO A ESTE MUNICÍPIO AO LONGO DESSES ANOS.
Postado por PE. FRANCINALDO às 08:08

CITAÇÃO DO BLOG: WANDERLEY é um homem de bom senso, fez a indicação perfeita, de fato és merecedor desse título pelo trabalho de evangelização que tens realizado em nossa cidade. Josélia Coringa

LEITURA A GRANDE TRAVESSIA DA EDUCAÇÃO.

A meninada precisa ser seduzida. Ler pode ser divertido e interessante, pode entusiasmar, distrair e dar prazer



Brasileiro não gosta de ler?: crônica de Lya Luft

Não é a primeira vez que falo nesse assunto, o da quantidade assustadora de analfabetos deste nosso Brasil. Não sei bem a cifra oficial, e não acredito muito em cifras oficiais. Primeiro, precisa ser esclarecida a questão do que é analfabetismo. E, para mim, alfabetizado não é quem assina o nome, talvez embaixo de um documento, mas quem assina um documento que conseguiu ler e... entender. A imensa maioria dos ditos meramente alfabetizados não está nessa lista, portanto são analfabetos – um dado melancólico para qualquer país civilizado. Nem sempre um povo leitor interessa a um governo (falo de algum país ficcional), pois quem lê é informado, e vai votar com relativa lucidez. Ler e escrever faz parte de ser gente.Sempre fui de muito ler, não por virtude, mas porque em nossa casa livro era um objeto cotidiano, como o pão e o leite. Lembro de minhas avós de livro na mão quando não estavam lidando na casa. Minha cama de menina e mocinha era embutida em prateleiras. Criança insone, meu conforto nas noites intermináveis era acender o abajur, estender a mão, e ali estavam os meus amigos. Algumas vezes acordei minha mãe esquecendo a hora e dando risadas com a boneca Emília, de Monteiro Lobato, meu ídolo em criança: fazia mil artes e todo mundo achava graça.E a escola não conseguiu estragar esse meu amor pelas histórias e pelas palavras. Digo isso com um pouco de ironia, mas sem nenhuma depreciação ao excelente colégio onde estudei, quando criança e adolescente, que muito me preparou para o mundo maior que eu conheceria saindo de minha cidadezinha aos 18 anos. Falo da impropriedade, que talvez exista até hoje (e que não era culpa das escolas, mas dos programas educacionais), de fazer adolescentes ler os clássicos brasileiros, os românticos, seja o que for, quando eles ainda nem têm o prazer da leitura. Qualquer menino ou menina se assusta ao ler Macedo, Alencar e outros: vai achar enfadonho, não vai entender, não vai se entusiasmar. Para mim esses programas cometem um pecado básico e fatal, afastando da leitura estudantes ainda imaturos.Como ler é um hábito raro entre nós, e a meninada chega ao colégio achando livro uma coisa quase esquisita, e leitura uma chatice, talvez ela precise ser seduzida: percebendo que ler pode ser divertido, interessante, pode entusiasmar, distrair, dar prazer. Eu sugiro crônicas, pois temos grandes cronistas no Brasil, a começar por Rubem Braga e Paulo Mendes Campos, além dos vivos como Verissimo e outros tantos. Além disso, cada um deve descobrir o que gosta de ler, e vai gostar, talvez, pela vida afora. Não é preciso que todos amem os clássicos nem apreciem romance ou poesia. Há quem goste de ler sobre esportes, explorações, viagens, astronáutica ou astronomia, história, artes, computação, seja o que for.O que é preciso é ler. Revista serve, jornal é ótimo, qualquer coisa que nos faça exercitar esse órgão tão esquecido: o cérebro. Lendo a gente aprende até sem sentir, cresce, fica mais poderoso e mais forte como indivíduo, mais integrado no mundo, mais curioso, mais ligado. Mas para isso é preciso, primeiro, alfabetizar-se, e não só lá pelo ensino médio, como ainda ocorre. Os primeiros anos são fundamentais não apenas por serem os primeiros, mas por construírem a base do que seremos, faremos e aprenderemos depois. Ali nasce a atitude em relação ao nosso lugar no mundo, escolhas pessoais e profissionais, pela vida afora. Por isso, esses primeiros anos, em que se aprende a ler e a escrever, deviam ser estimulantes, firmes, fortes e eficientes (não perversamente severos). Já se faz um grande trabalho de leitura em muitas escolas. Mas, naquelas em que com 9 ou 10 anos o aluno ainda não usa com naturalidade a língua materna, pouco se pode esperar. E não há como se queixar depois, com a eterna reclamação de que brasileiro não gosta de ler: essa porta nem lhe foi aberta.
Lya Luft


Disponível em: http://veja.abril.com.br/120809/brasileiro-nao-gosta-de-ler-p-022.shtml

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

I Encontro de Blogueiros - Lajes


Se não tivesse compromisso nessa data também iria. Acredito que esse encontro é uma oportunidade ímpar para discussão de novas ideias e ajuste entre os participantes. Espero que as respostas as espectativas sejam bem positivas. Desejo sucesso para os organizadores. O blog é hoje uma "poderosa" ferramenta de comunicação.

Professora: Josélia Coringa

domingo, 13 de setembro de 2009

CÂNDIO CAMBÃO-LIVRO DE GILBERTO FREIRE DE MELO



Resgate de Valores Culturais
CULTURA REGIONAL
À memória de:

Luiz de Galdino
Zé Piolho
Camila Olegário Freire
Absalão Pinheiro Maia
Manoel Antônio da Fonseca
Joaninha de Pipiu

Varzeanos antológicos que respeitavam a pureza e a liberdade do linguajar sem preconceitos, mantendo, apesar da censura, um clima que aceitava o vocabulário do beradeiro tal como se apresentasse.

ALGUNS DOS LIVROS QUE JÁ LI...


Ponto de vista: Lya Luft

Vai piorar


"Tolerância zero com tudo o que nos desmoraliza e humilha, perseguição implacável ao cinismo, mudança total nas futuras eleições, faxina no Congresso"

Escritores devem escrever, palestrantes devem falar. Qualquer pessoa tem a obrigação de pensar e o direito de se expressar. Claro que isso não acontece num país de analfabetos, onde não se tem interesse em que o povo pense: um povo informado escolheria outros líderes, não ficaria calado quando pisoteiam sua honra, expulsaria de seus cargos os pseudolíderes e tentaria recompor as instituições aviltadas. Mas nós não fazemos nada disso: parecemos analfabetos e afásicos, uma manada de bobos assistindo às loucuras que se cometem contra nós, contra cada um de nós.



E eu, que tenho as duas atividades, escrever e eventualmente falar, que desde criança fui ensinada que cabeça não foi feita só para separar orelhas, mas para pensar, questionar – e também para ser feliz –, neste momento, não sei o que pensar. Muito menos o que responder quando me perguntam interminavelmente o que estou achando, como estou me sentindo. Estou virando pessimista. Não em minha vida pessoal, mas em relação a este país. Ou melhor: a seus governantes, autoridades, homens públicos, políticos. Mal consigo acreditar no que se está passando. A cada dia um espanto, a cada dia uma decepção, a cada dia um desânimo e uma indignação.

Este já foi o país dos trouxas, que pagam impostos altíssimos e quase nada recebem em troca; o país dos bobos, que não distinguem um homem honrado dum patife, uma ação pelo bem geral de uma manobra para encher o bolso ou galgar mais um degrauzinho no poder a qualquer custo; o país dos mistérios, onde quem é responsável absoluto não sabe de nada, ou finge enxergar outra realidade, não a nossa. Hoje, estamos ameaçados de ser o país dos sem-vergonha. A falta de pudor e o cinismo imperam e não há, exceto talvez o Supremo Tribunal, lugar totalmente confiável.

Entre os políticos, com cargos ou não, impera um corporativismo repulsivo – ou estaremos todos de rabinho preso? Nós, povo que se deixa enganar tão facilmente, que pouco se informa e questiona, vamos nos tornando da mesma laia? Seremos também, concreta ou moralmente, vendidos? Quando eu era menina de colégio, às vezes os rapazes se insultavam gritando "vendido!", não me lembro bem por quê. Deviam ser questões esportivas. Um ponto não marcado, um gol roubado. Era grave insulto. Hoje, parece que ninguém mais liga para insultos, leves ou pesados – nada pega, tudo é água em pena de pato, escorre e acabou-se. Um povo teflon. Vemos líderes vendendo-se em troca de comodidade, cargo, poder, dinheiro, impunidade, preservação de algum sórdido segredo, ou simplesmente a covardia protegida. Quem nos deve representar sumiu no ralo. Quem nos deve orientar se transformou em mamulengo. Quem nos deve servir de modelo chafurda na lama. E nós, povo brasileiro, nos arrastamos na tristeza. Reagimos? Como reagimos? Pintamos a cara e saímos às ruas aos milhares, aos milhões, jogamos ovos podres, paramos o país, pacificamente que seja, tentamos mudar o giro da máquina apodrecida? Aqui e ali um tímido protesto, nada mais.

De algum lugar surgiram os senadores que votam às escondidas porque não têm honra suficiente para enfrentar quem os elegeu; os deputados pouco confiáveis, alguns duvidosos ministros, de onde surgiram? De nós. Nós os colocamos lá, nós votamos, nós permitimos que lá estejam e continuem – nós, através das mãos dos ditos representantes, instituímos a vergonha nacional que em muitas décadas será lembrada como um tempo de opróbrio.

E não argumentem que a economia está ótima: ainda que esteja, digo que me interessa muito menos a economia do que a honra e a confiança, poder ser brasileiro de cabeça erguida. Existe o Bolsa Família, a miséria está um pouco menos miserável? Pode ser. Mas os hospitais continuam pobres e podres, as escolas e universidades carentes, as estradas intransitáveis, a autoridade confusa e as instituições esfaceladas, os horizontes reduzidos. O Senado terminou de ruir? Querem até acabar com ele? Pode parecer neste momento que ele não faz muita falta, mas sua ausência seria um passo para o Executivo ditatorial, a falência total da ordem e a perda de um precário equilíbrio.

Com pressentimentos nada bons, faço – embora sem grande esperança – uma conclamação: tolerância zero com tudo o que nos desmoraliza e humilha, perseguição implacável ao cinismo, mudança total nas futuras eleições, faxina no Congresso, Senado e câmaras, renovação positiva no país. Conscientização urgente, pois, acreditem, do jeito que vai a coisa tende a piorar.

Lya Luft é escritora

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Golpe da monografia vira produto de exportação


O Jornal Hoje mostrou na edição do dia 10/09 o comércio ilegal de monografias. São universitários comprando o trabalho de conclusão de curso, um crime de violação de direito autoral cometido tanto por quem vende, como por quem compra.

Uma das pessoas que fazem as monografias só tem o ensino médio. E os professores adotam técnicas pra descobrir se o trabalho entregue pelo universitário foi mesmo feito por ele, ou não.

Um advogado recorreu à indústria da monografia para comprar o trabalho da pós-graduação. "Eu tava muito sobrecarregado de trabalho, não tava em condições de pesquisar e fazer a monografia como deveria ser feita", conta.

Nossa produtora foi até uma das empresas que vendem monografias. A fraudadora conta que o golpe está sendo exportado. Até universidades estrangeiras estão sendo enganadas.

“Eu já acompanho um doutorado há quase quatro anos, que eu acompanho uma menina. Ela faz em Barcelona”, revela.

JH: Mas é em português ou espanhol?

“Em português, depois é que faz a tradução”, explica.

E a mulher que vende trabalhos para os universitários confessa: só tem o ensino médio.

“Eu só tenho segundo grau, nunca entrei na faculdade, e eu basta eu olhar um trabalho que eu descubro que ele é plágio. Precisa ser professor não”, declara.

Os professores passaram a agir como investigadores. Orientador de 15 monografias por semestre, Isaac usa sites de busca e um programa específico para detectar textos copiados principalmente da internet.

“Nós analisamos a qualidade do trabalho que é analisado pelo aluno, comparamos com o histórico escolar e se houver uma discrepância muito grande, isso acende uma luz vermelha para que nós procuremos na internet algum indício de que ele está usando de um meio ilícito, fraudulento para concluir seu curso”, diz Isaac Luna, professor.

Se a fraude ou plágio não foram descobertos durante a elaboração do trabalho, a prova de fogo é na hora da apresentação da monografia diante da banca. O orientador e dois professores têm que estar preparados para tentar descobrir se o trabalho foi copiado, comprado ou se realmente o aluno fez a monografia que vai lhe dar o diploma.

A banca é rigorosa, faz perguntas estratégicas e com uma câmera grava as apresentações.

“Quando a gente não consegue detectar através de meios da internet, a gente sabatina o aluno, a banca sabatina o aluno não só quanto às referências da bibliografia que ele utilizou, mas também com o próprio conteúdo pontual do seu trabalho”, diz Caroline Fernandes, professora orientadora de monografias.

“O aluno que a banca detecta o plágio... Vai ser anunciada a reprovação dele e ele vai ter que repetir o semestre, a disciplina de metodologia, a disciplina de conclusão do curso”, diz Anabel Pessoa, professora.

FONTE: JORNAL HOJE

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

A NAÇÃO DOS ENLEVADOS



Faz de conta que faz, faz de conta que muda. Essa tem sido a peleja. Não advirto que sejamos auspiciosos em demasia, é tanta hipocrisia e as pessoas andam enlouquecidas. Cadê a segurança? Cadê? Em que mão se apoiar, se não na poderosa mão de Deus. Cadê a paz dos lares? Cadê as famílias equilibradas? O respeito aos mais velhos? Cadê as autoridades? Os homens aguerridos? Cadê os planos e as parcerias?
A saúde vai mal, a educação nem se fala, pior que UTI em decadência. Alguns cursos superiores reprovados em números alarmantes. Drama! É drama sim! É um verdadeiro drama nacional. Cadê a força da base? Cadê a prática? Chega de teorias, chega de reciclagens. Não somos lixo!
Tantas falácias, palavras eloquentemente ditas com veemência. E, não passam disso, não passam de muito aleive. Nesse meio tempo, preparemos os ouvidos para o ano que vem, e comecemos a refletir, treinar a mente e a mão. Que limpemos as nossas lentes, que não deixemos embaçar nossos olhos. Os nossos filhos dependem das nossas boas escolhas. Nossa velhice também. Talvez não tenhamos muitas opções, mesmo assim, ainda creio, há gente boa querendo fazer a querela. Não é justo generalizar! Não é! Só precisamos abrir os olhos além da conta, precisamos clamar por paz, pela volta dos valores morais, precisamos fazer nossa parte,e, se não pudermos transformar esse torrão, que transformemos a nós mesmos, a nossa vida espiritual, a nossa fé. É isso que nos resta, para não terminarmos atribulados, acobardados, trancados em um mundo feio, descolorido e rude, de homens egoístas e perversos que atropelam os outros sem acanhamento. Não dá para disfarçar minha repulsa. Quando adolescente, com minhas inquietações, sonhei com um país melhor, cantando o hino com amor no peito, entoando os versos com veracidade, pisando o solo firme e respeitando a marcha. No meu sonho tudo era diferente. Na época, não havia tantos diplomas, mas as pessoas eram sábias e humanas, não havia uma universidades em cada esquina, mas o ensino era acatado. Médicos não brincavam com a vida, erravam menos, professores ensinavam com devotamento a cartilha do abc e a tabuada, acompanhados da palmatória que era o corretivo na hora do erro. E assim, aprendíamos mais, valorizávamos nossos mestres, éramos mais amigos, adorávamos nossos pais e em meio as dificuldades fomos mais felizes. Viva Dona ILdete, Dona Mirinha, minha mãe(im memória) e tantos outros educadores que fazem a nossa história. Sonhava que seriamos “livres” menos injustos, mais dispostos a harmonia e cientificamente um país mais evoluído. Meu sonho se perdeu na modernidade exacerbada do tempo. Hoje, ponho o pé no chão e ao abrir e fechar os olhos o que vejo são os faz de conta. Faz de conta que faz, faz de conta que muda. Assim sendo, mais um sete se passa...

Josélia Coringa

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

CRÔNICA, CRIME E CASTIGO - DE LYA LUFT (Colunista da Revista Veja)


"Estamos levando na brincadeira a questão do erro e do castigo, ou do crime e da punição. Sem limites em casa e sem punição de crimes fora dela, nada vai melhorar"

Tomo emprestado o título do romance do russo Dostoiévski, para comentar a multiplicação dos crimes nesta cultura torta, desde os pequenos "crimes" cotidianos –falta de respeito entre pais e filhos, maus-tratos a empregados, comportamento impensável de políticos e líderes, descuido com nossa saúde, segurança, educação – até os verdadeiros crimes: roubos, assaltos, assassinatos, tão incrivelmente banalizados nesta sociedade enferma. A crise de autoridade começa em casa, quando temos medo de dar ordens e limites ou mesmo castigos aos filhos, iludidos por uma série de psicologismos falsos que pululam como receitas de revista ou programa matinal de televisão e que também invadiram parte das escolas. Crianças e adolescentes saudáveis são tratados a mamadeira e cachorro-quente por pais desorientados e receosos de exercer qualquer comando. Jovens infratores são tratados como imbecis, embora espertos, e como inocentes, mesmo que perversos estupradores, frios assassinos, traficantes e ladrões comuns. São encaminhados para os chamados centros de ressocialização, onde nada aprendem de bom, mas muito de ruim, e logo voltam às ruas para continuar seus crimes.

Estamos levando na brincadeira a questão do erro e do castigo, ou do crime e da punição. A banalização da má-educação em casa e na escola, e do crime fora delas, é espantosa e tem consequências dramáticas que hoje não conseguimos mais avaliar. Sem limites em casa e sem punição de crimes fora dela, nada vai melhorar. Antes de mais nada, é dever mudar as leis – e não é possível que não se possa mudar uma lei, duas leis, muitas leis. Hoje, logo, agora! O ensino nas últimas décadas foi piorando, em parte pelo desinteresse dos governos e pelo péssimo incentivo aos professores, que ganham menos do que uma empregada doméstica, em parte como resultado de "diretrizes de ensino" que tornaram tudo confuso, experimental, com alunos servindo de cobaias, professores lotados de teorias (que também não funcionam). Além disso, aqui e ali grupos de ditos mestres passaram a se interessar mais por politicagem e ideologia do que pelo bem dos alunos e da própria classe. Não admira que em alguns lugares o respeito tenha sumido, os alunos considerem com desdém ou indignação a figura do antigo mestre e ainda por cima vivam, em muitas famílias, a dor da falta de pais: em lugar deles, como disse um jovem psicólogo, eles têm em casa um gatão e uma gatinha. Dispensam-se comentários.

Autoridade, onde existe, é considerada atrasada, antiquada e chata. Se nas famílias e escolas isso é um problema, na sociedade, com nossas leis falhas, sem rigor nem coerência, isso se torna uma tragédia. Não me falem em policiais corruptos, pois a maioria imensa deles é honrada, ganha vergonhosamente pouco, arrisca e perde a vida, e pouco ligamos para isso. Eu penso em leis ruins e em prisões lotadas de gente em condições animalescas. Nesta nossa cultura do absurdo, crimes pequenos levam seus autores a passar anos num desses lixões de gente chamados cadeias (muitas vezes sem sequer ter havido ainda julgamento e condenação), enquanto bandidos perigosos entram por uma porta de cadeia e saem pela outra, para voltar a cometer seus crimes, ou gozam na cadeia de um conforto que nem avaliamos.

Precisamos de punições justas, autoridade vigilante, uma reforma geral das leis para impedir perversidade ou leniência, jovens criminosos julgados como criminosos, não como crianças malcriadas. Ensino, educação e justiça tornaram-se tão ruins, tudo isso agravado pelo delírio das drogas fomentado por traficantes ou por irresponsáveis que as usam como diversão ou alívio momentâneo, que passamos a aceitar tudo como normal: "É assim mesmo". Muito crime, pouco castigo, castigo excessivo ou brando demais, leis antiquadas ou insuficientes, e chegamos aonde chegamos: os cidadãos reféns dentro de casa ou ratos assustados nas ruas, a bandidagem no controle; pais com medo dos filhos, professores insultados pela meninada sem educação. Seria de rir, se não fosse de chorar.

AS CRÔNICAS DE LYA LUFT DISPENSAM QUALQUER COMENTÁRIO.ESSE É UM ESTILO LITERÁRIO QUE GOSTO MUITO E LEIO COM FREQUÊNCIA.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Um bom plano começa pelo diagnóstico

Nos próximos quatro meses os gestores estaduais e municipais terão que revisar os planos de carreira do magistério.

A primeira reflexão que esta tarefa enseja é a necessidade de se fazer um bom diagnóstico antes de começar a redigir a nova proposta de plano.

Uma dificuldade que os dirigentes municipais de educação encontrarão é a atual falta de controle dos recursos educacionais pelos titulares da pasta. Apesar da Lei de Diretrizes e Bases prevê no seu artigo 69 o controle pelo ministro, secretário estadual e municipal dos recursos vinculados à educação, infelizmente esta parte da LDB foi solenemente desconsiderada.
Artigo 69. ...

§ 5º O repasse dos valores referidos neste artigo do caixa da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios ocorrerá imediatamente ao órgão responsável pela educação, observados os seguintes prazos:
I - recursos arrecadados do primeiro ao décimo dia de cada mês, até o vigésimo dia;
II - recursos arrecadados do décimo primeiro ao vigésimo dia de cada mês, até o trigésimo dia;
III - recursos arrecadados do vigésimo primeiro dia ao final de cada mês, até o décimo dia do mês subseqüente.
§ 6º O atraso da liberação sujeitará os recursos a correção monetária e à responsabilização civil e criminal das autoridades competentes.

Na realidade nua e crua, muitos dirigentes educacionais nem ordenadores de despesa são. Ou seja, temos secretários que não sabem ao certo como são gastos os recursos educacionais.

Para elaborar um bom plano de carreira vai ser necessário conhecer o quanto cada estado ou município possuem disponíveis para aplicar em educação, seja no orçamento atual, seja a previsão de arrecadação para os próximos anos.

Além disso, em relação aos recursos recebidos via Fundeb, vai ser necessário verificar o comportamento desta receita também nos próximos anos.

Fazer um prognóstico do potencial financeiro municipal ou estadual é uma pré-condição pra elaborar o plano de carreira.

Por exemplo, um município precisa verificar o seu grau de dependência dos recursos transferidos pela União ou pelo Estado. Quanto menor for a arrecadação própria, mais dependente de fatores alheios ao seu controle estará a municipalidade.

Em relação aos recursos do Fundeb também alguns fatores fogem da governabilidade municipal. A definição dos fatores de diferenciação que remuneram cada etapa e modalidade é um exemplo. Mas o município pode se programar para vincular de alguma forma o crescimento das matrículas com os possíveis impactos do novo plano.

São algumas breves observações, mas o importante é tomar a decisão política de iniciar a elaboração dos planos imediatamente.

Postado por Luiz Araújo