terça-feira, 28 de abril de 2009

O GRANDE MESTRE DA POESIA: PATATIVA DO ASSARÉ


Filme homenageia centenário de Patativa do Assaré
O filme aborda a vida e a obra do poeta Patativa do Assaré, destacando a relevância dos seus poemas, o significado político dos seus atos e a sua imensa contribuição à cultura brasileira.

Dono de um ritmo poético de musicalidade única, mestre maior da arte da versificação e com um vocabulário que vai do dialeto da língua nordestina aos clássicos da língua portuguesa, Patativa do Assaré é a síntese do saber popular versus saber erudito. Patativa do Assaré consegue, com arte e beleza, unir a denúncia social com o lirismo. Aço e rosa.

Quem lê ou escuta a poesia de Patativa do Assaré pensa, emociona-se e conscientiza-se do mundo, porque na sua poesia estão presentes todas as lutas e esperanças do povo; estão reunidas palavras e idéias que se erguem com a dignidade guerreira dos justos, contra todas as formas de obscurantismos e de exploração do homem. No ano de 2001, Patativa do Assaré foi escolhido como um dos mais importantes cearenses do século XX.

O filme é resultado de mais de 100hs de material bruto coletadas em 27 anos

A narrativa histórica e biográfica se inicia com o velório de Patativa do Assaré (2002) e, a partir daí, é contada a sua vida, com referências a acontecimentos pessoais e históricos. A cronologia dos acontecimentos políticos e culturais brasileiros, bem como os fatos marcantes da vida do poeta, redimensionados pela mediação da sua poesia, é intercalada com depoimentos e análises críticas da sua obra, de forma a fornecer um panorama amplo e de compreensão profunda da poética patativiana e do universo da cultura popular.

O filme resulta de muitos anos de vivências e pesquisas, filmados e gravados ao longo de 27 anos, o que resultou em mais de cem horas de material, constituindo um importante acervo.

O cineasta Rosemberg Cariry, admirador, amigo e compadre de Patativa do Assaré, vem registrando em cinema (super-8, 16mm e 35mm) e em vídeo (S-VHS, Hi-8, U-Matic, Betacam, Digital Vídeo), desde o ano de 1978, muitos aspectos da vida do poeta: o cotidiano na roça e na cidade do Assaré, os recitais, as entrevistas coletivas, as participações em movimentos sociais e políticos, os depoimentos, as gravações de discos em estúdio, os shows com outros cantores, as festas de aniversário, as doenças, os internamentos, até o momento final: a sua morte.

Este imenso esforço de preservação da memória do maior poeta popular brasileiro de todos os tempos resultou em mais de cem horas de imagens de grande valor documental, cultural/estético e, sobretudo, humano. A este arquivo, vieram juntar-se muitas outras horas de gravações em vídeo coletadas em TVs do Nordeste e do Sudeste e em arquivos particulares espalhados por todo o País. O resultado foi um filme divido em cinco capítulos, de 52 minutos cada um, para televisão. O filme apresentado no festival é Patativa do Assaré – Ave Poesia, com 84 minutos, a versão para cinema resultante de todo este processo.

Além das imagens documentais de Patativa e dos acontecimentos históricos, são usados também jornais de época, reportagens de TVs, registros de feira, programas de rádio, recortes de jornais, shows musicais, textos narrativos, poemas e canções.

Todo esse material jornalístico e documental, de arquivos, de cinematecas e de TVs, constitui parte da narrativa, muitas vezes, como “complexo virtual”, em que as imagens da ficção (representações do cotidiano do poeta) são montadas com as imagens documentais de arquivos, de tal forma que a ficção não se separe do cotidiano, nem o sonho se separe da realidade. É, por exemplo, o caso dos seus poemas, que vão carregando de significado as imagens históricas do tempo da ditadura militar. O processo de pós-produção digital permitiu que imagens de arquivo e imagens gravadas em vídeo digital, imagens velhas e danificadas, sons novos e sons antigos, fossem trabalhados em seus contrastes, cores e texturas, dando ao filme uma estética bem determinada.

No filme, a realidade ordinária é transfigurada pela poética das velhas imagens e pela oralidade das palavras. As palavras do poeta Patativa revelam e dão novos significados às imagens, e, assim, palavras e imagens nos mostram a história e a vida, na qual nos inserimos, como membros que somos desta fabulosa comunidade de destino que chamamos Brasil. O equilíbrio entre as imagens de arquivo, do cotidiano do poeta, da cultura popular e dos acontecimentos sociais e políticos dão ao documentário um ritmo uma viva pulsação de emoções e idéias. Alguns poemas mais importantes, como A Morte de Nanã e A Triste Partida, são apresentados em tempo real (com poucos cortes) por conta sua importância poética e densidade dramática. A idéia é que, no final, o filme tenha a singeleza e importância de um conversa de roda, de uma narrativa popular feita por um poeta-mestre, destas que a gente escuta sentado nas calçadas das casas sertanejas, ao anoitecer, enquanto se espera a fresca do vento Aracati.

O filme documentário Patativa do Assaré – Ave Poesia é, portanto, uma obra importante na preservação para gerações futuras de aspectos fundamentais da vida e da obra desse poeta popular que se transformou em um patrimônio cultural e afetivo do povo brasileiro.

FONTE: ESHOJE

terça-feira, 21 de abril de 2009

ENRIQUEÇA SUAS AULAS! LEIA MAIS!


Joaquim José da Silva Xavier
Morreu a 21 de abril
Pela independência do Brasil
Foi traído e não traiu jamais
A inconfidência de Minas Gerais

Os autores desse samba-enredo da Escola de Samba Império Serrano, em 1949, são Mano Décio da Viola, Penteado e Stanislaw Silva, mas a música só fez sucesso mesmo no carnaval de 1955, na voz de Roberto Silva. Tempos depois, a cantora Elis Regina regravou a música, fazendo também imenso sucesso.

Conheça mais sobre a história de Tiradendes.

TIRADENTES NÃO TIRA DENTES
Joaquim José da Silva Xavier, todos sabem, praticava a odontologia. E daí seu apelido: Tiradentes. Mas o que poucos sabem, ao contrário do que seu codinome insinua, é que o nosso herói da inconfidência não suportava arrancar dentes. Isso mesmo! Já era um adepto, então, do que se costuma chamar, hoje em dia, de odontologia preventiva. Ou seja, Tiradentes era muito mais a favor de preservar os dentes do que arrancá-los. Além do mais, não se preocupava apenas com os dentes. Preocupava-se também com o resto do corpo, fazendo uso, inclusive, de plantas medicinais, um modismo típico da medicina praticada na Europa do século dezoito.

No caso de Tiradentes, sua recusa em usar métodos terapêuticos agressivos se deve à influência exercida sobre ele pelo seu primo Frei Veloso, na época um grande botânico, que catalogou mais de 2000 plantas no Vale do Paraíba do Sul e organizou o Jardim Botânico, no Rio.

SONHADOR E IDEALISTA
O idealismo de Tiradentes o levou a se envolver de corpo e alma na Inconfidência Mineira (movimento revoltoso ocorrido em 1789, na cidade de Vila Rica, hoje Ouro Preto, a favor da emancipação do Brasil da Corte Portuguesa). Seu envolvimento com a Inconfidência aconteceu após uma viagem ao Rio de Janeiro, em 1787, quando ele entrou em contato com as novas idéias políticas e filosóficas recém-chegadas da Europa. Esses novos pensamentos o influenciaram fortemente. Ao voltar para Vila Rica, em 1788, passou a divulgar em público os propósitos do movimento mineiro. Foi traído por Joaquim Silvério dos Reis, em 1789, quando foi preso no Rio de Janeiro. Ficou confinado numa cela durante três anos e no processo de investigação, conhecido como Devassa, foi interrogado quatro vezes e confrontado com todos que o denunciaram. Assumiu a responsabilidade da conspiração, inocentando os outros co-réus e, em 18 de abril de 1789, ouviu sua sentença de morte. Antes de ser enforcado no campo da Lampadosa - atual Praça Tiradentes - no Rio de Janeiro, disse: "Cumpri a minha palavra! Morro pela liberdade!"

Seu corpo foi esquartejado e a cabeça exposta em Vila Rica. Os outros pedaços foram espalhados pelo caminho, seus bens confiscados e sua memória difamada.

Só em 1822 Tiradentes foi reconhecido como mártir da Inconfidência Mineira e em 1865 proclamado Patrono Cívico da nação brasileira

TIRADENTES E O RIO DE JANEIRO
É sabido que, entre os anos de 1786 e 1789, Tiradentes fez várias viagens ao Rio e que, nessa época, já devia estar conspirando em favor da inconfidência. No Rio, além do contato com idéias revolucionárias, se dedicou a muitos projetos de melhoria urbana.

Ele conhecia bem a cidade, seus morros, seus arredores, o povo do lugar, que também o conhecia como dentista prático. Suas habilidades, no entanto, não se limitavam apenas aos da odontologia. Tinha bons conhecimentos de topografia, o que fez com que Tiradentes intuísse grandiosos projetos de melhora urbanística para o Rio.

Documentos datados daquela época possibilitam concluir que o nosso impetuoso alferes idealizou diversas obras para a cidade. São elas:

abastecimento regular da cidade, pela canalização das águas do Rio Andaraí
construção de moinhos aproveitando a canalização do rio e mais os desníveis dos córregos Catete, Comprido, Laranjeiras e Maracanã
construção de um trapiche, isto é, o cais do porto, rudimentar, de madeira, avançando da praia o máximo possível dentro do mar
construção de armazéns para guarda de gado e outras mercadorias que, desembarcadas, ficavam expostas ao sol, à chuva e aos furtos
serviços de barcas de transporte de passageiros do Rio a Niterói (Praia Grande)
Em tempo: 30 anos depois de ter projetado essas melhorias, Dom João VI mandou fazer a canalização do rio, seguindo os planos de Tiradentes e, em 1889, exatamente 100 anos depois, o engenheiro André Paulo de Frontin canalizou as águas da Serra do Tinguá, dentro dos mesmos moldes arquitetados pelo inconfidente.


MÁRTIR 98 ANOS DEPOIS
Tiradentes só começou a ser cultuado 98 anos depois de sua morte - sendo considerado herói nacional a partir de 1890. A imagem de mártir e patrono da nação foi construída pelos republicanos que representasse a luta pela ruptura do domínio português.

O mártir está diretamente ligado ao movimento que ficou conhecido como "Inconfidência Mineira". Os historiadores preferem "Conjuração Mineira" já que o que aconteceu em Minas Gerais foi um ato organizado para conquistar a independência do país e não um ato de deslealdade, traição ou infidelidade, que servem para traduzir a palavra inconfidência. Somente sob a ótica dos colonizadores, os "inconfidentes" foram considerados traidores.


FONTE www.ibge.gov.br

domingo, 19 de abril de 2009

HOJE É DIA DE ÍNDIO.

Índios do Brasil



Sociedade indígena, escravidão e miscigenação, cultura indígena, índios brasileiros, educação indígena,
arte indígena, tribos indígenas do Brasil, línguas indígenas, contato entre índios e portugueses.

Introdução

Historiadores afirmam que antes da chegada dos europeus à América havia aproximadamente 100 milhões de índios no continente. Só em território brasileiro, esse número chegava 5 milhões de nativos, aproximadamente. Estes índios brasileiros estavam divididos em tribos, de acordo com o tronco lingüístico ao qual pertenciam: tupi-guaranis (região do litoral), macro-jê ou tapuias (região do Planalto Central), aruaques (Amazônia) e caraíbas (Amazônia).

Atualmente, calcula-se que apenas 400 mil índios ocupam o território brasileiro, principalmente em reservas indígenas demarcadas e protegidas pelo governo. São cerca de 200 etnias indígenas e 170 línguas. Porém, muitas delas não vivem mais como antes da chegada dos portugueses. O contato com o homem branco fez com que muitas tribos perdessem sua identidade cultural.

A sociedade indígena na época da chegada dos portugueses.

O primeiro contato entre índios e portugueses em 1500 foi de muita estranheza para ambas as partes. As duas culturas eram muito diferentes e pertenciam a mundos completamente distintos. Sabemos muito sobre os índios que viviam naquela época, graças a Carta de Pero Vaz de Caminha (escrivão da expedição de Pedro Álvares Cabral ) e também aos documentos deixados pelos padres jesuítas.

Os indígenas que habitavam o Brasil em 1500 viviam da caça, da pesca e da agricultura de milho, amendoim, feijão, abóbora, bata-doce e principalmente mandioca. Esta agricultura era praticada de forma bem rudimentar, pois utilizavam a técnica da coivara (derrubada de mata e queimada para limpar o solo para o plantio).
Os índios domesticavam animais de pequeno porte como, por exemplo, porco do mato e capivara. Não conheciam o cavalo, o boi e a galinha. Na Carta de Caminha é relatado que os índios se espantaram ao entrar em contato pela primeira vez com uma galinha.

As tribos indígenas possuíam uma relação baseada em regras sociais, políticas e religiosas. O contato entre as tribos acontecia em momentos de guerras, casamentos, cerimônias de enterro e também no momento de estabelecer alianças contra um inimigo comum.

Os índios faziam objetos utilizando as matérias-primas da natureza. Vale lembrar que índio respeita muito o meio ambiente, retirando dele somente o necessário para a sua sobrevivência. Desta madeira, construíam canoas, arcos e flechas e suas habitações (oca). A palha era utilizada para fazer cestos, esteiras, redes e outros objetos. A cerâmica também era muito utilizada para fazer potes, panelas e utensílios domésticos em geral. Penas e peles de animais serviam para fazer roupas ou enfeites para as cerimônias das tribos. O urucum era muito usado para fazer pinturas no corpo.

A organização social dos índios

Entre os indígenas não há classes sociais como a do homem branco. Todos têm os mesmo direitos e recebem o mesmo tratamento. A terra, por exemplo, pertence a todos e quando um índio caça, costuma dividir com os habitantes de sua tribo. Apenas os instrumentos de trabalho (machado, arcos, flechas, arpões) são de propriedade individual. O trabalho na tribo é realizado por todos, porém possui uma divisão por sexo e idade. As mulheres são responsáveis pela comida, crianças, colheita e plantio. Já os homens da tribo ficam encarregados do trabalho mais pesado: caça, pesca, guerra e derrubada das árvores.

Duas figuras importantes na organização das tribos são o pajé e o cacique. O pajé é o sacerdote da tribo, pois conhece todos os rituais e recebe as mensagens dos deuses. Ele também é o curandeiro, pois conhece todos os chás e ervas para curar doenças. Ele que faz o ritual da pajelança, onde evoca os deuses da floresta e dos ancestrais para ajudar na cura. O cacique, também importante na vida tribal, faz o papel de chefe, pois organiza e orienta os índios.

A educação indígena é bem interessante. Os pequenos índios, conhecidos como curumins, aprender desde pequenos e de forma prática. Costumam observar o que os adultos fazem e vão treinando desde cedo. Quando o pai vai caçar, costuma levar o indiozinho junto para que este aprender. Portanto a educação indígena é bem pratica e vinculada a realidade da vida da tribo indígena. Quando atinge os 13 os 14 anos, o jovem passa por um teste e uma cerimônia para ingressar na vida adulta.

Os contatos entre indígenas e portugueses

Como dissemos, os primeiros contatos foram de estranheza e de certa admiração e respeito. Caminha relata a troca de sinais, presentes e informações. Quando os portugueses começam a explorar o pau-brasil das matas, começam a escravizar muitos indígenas ou a utilizar o escambo. Davam espelhos, apitos, colares e chocalhos para os indígenas em troca de seu trabalho.
O canto que se segue foi muito prejudicial aos povos indígenas. Interessados nas terras, os portugueses usaram a violência contra os índios. Para tomar as terras, chegavam a matar os nativos ou até mesmo transmitir doenças a eles para dizimar tribos e tomar as terras. Esse comportamento violento seguiu-se por séculos, resultando no pequenos número de índios que temos hoje.
A visão que o europeu tinha a respeito dos índios era eurocêntrica. Os portugueses achavam-se superiores aos indígenas e, portanto, deveriam dominá-los e colocá-los ao seu serviço. A cultura indígena era considera pelo europeu como sendo inferior e grosseira. Dentro desta visão, acreditavam que sua função era convertê-los ao cristianismo e fazer os índios seguirem a cultura européia. Foi assim, que aos poucos, os índios foram perdendo sua cultura e também sua identidade.


Tupinambás praticando um ritual de canibalismo
Canibalismo

Algumas tribos eram canibais como, por exemplo, os tupinambás que habitavam o litoral da região sudeste do Brasil. A antropofagia era praticada, pois acreditavam que ao comerem carne humana do inimigo estariam incorporando a sabedoria, valentia e conhecimentos. Desta forma, não se alimentavam da carne de pessoas fracas ou covardes. A prática do canibalismo era feira em rituais simbólicos.

Religião Indígena

Cada nação indígena possuía crenças e rituais religiosos diferenciados. Porém, todas as tribos acreditavam nas forças da natureza e nos espíritos dos antepassados. Para estes deuses e espíritos, faziam rituais, cerimônias e festas. O pajé era o responsável por transmitir estes conhecimentos aos habitantes da tribo. Algumas tribos chegavam a enterrar o corpo dos índios em grandes vasos de cerâmica, onde além do cadáver ficavam os objetos pessoais. Isto mostra que estas tribos acreditavam numa vida após a morte.

Principais etnias indígenas brasileiras na atualidade e população estimada

Ticuna (35.000), Guarani (30.000), Caiagangue (25.000), Macuxi (20.000), Terena (16.000), Guajajara (14.000), Xavante (12.000), Ianomâmi (12.000), Pataxó (9.700), Potiguara (7.700).
Fonte: Funai (Fundação Nacional do Índio).
Sua pesquisa.com

CARA DE ÍNDIO

Índio cara pálida,
cara de índio.
Índio cara pálida,
cara de índio.
Sua ação é válida, meu caro índio.
Sua ação é válida, válida ao índio.
Nessa terra tudo dá,
terra de índio.
Nessa terra tudo dá,
não para o índio.
Quando alguém puder plantar,
quem sabe índio.
Quando alguém puder plantar,
não é índio.
Índio quer se nomear,
nome de índio.
Índio quer se nomear,
duvido índio.
Isso pode demorar,
te cuida índio.
Isso pode demorar,
coisa de índio.
Índio sua pipoca,
tá pouca índio.
Índio quer pipoca,
te toca índio.
Se o índio se tocar,
touca de índio.
Se o índio toca,
não chove índio.
Se quer abrir a boca,
pra sorrir índio.
Se quer abrir a boca,
na toca índio.
A minha também tá pouca,
cota de índio.
Apesar da minha roupa,
também sou indio.
Djavan

FOCO ERRADO

A imprensa nacional divulgou mais uma proposta do MEC. Para enfrentar o problema da formação dos professores o MEC, em comum acordo com o CONSED (Conselho de Secretários Estaduais de Educação), quer formular uma prova nacional para o ingresso dos professores.
A proposta seria basicamente a seguinte: o MEC formula a prova e os estados e municípios economizam recursos com este item e aplicam nos seus concursos. Com isso teríamos um mesmo padrão de contratação.
A presidente do CONSED, professora Maria Auxiliadora, defende que esta prova seja utilizada para a avaliação de desempenho dos professores da ativa.
Realmente a questão está totalmente desfocada. Em primeiro lugar, essa idéia mirabolante não é nova. O ex-ministro Cristovam Buarque propôs algo semelhante em 2003, ele queria fazer um exame de certificação e complementar o salário dos que fossem aprovados. A idéia obviamente não vingou, principalmente por que toda premiação esconde uma punição e ao invés de melhorar a formação dos que precisam, punia os professores pelos erros de formação inicial ou falta de bons planos de formação continuada.
A idéia do MEC é desfocada por que o problema não está na qualidade dos concursos públicos aplicados aos professores. Aliás, como o MEC terá que licitar para produzir as ditas provas nacionais, com toda certeza serão as mais experiente equipes que elaboram as atuais provas de concursos que se habilitarão para a nova tarefa.
O problema está na formação inicial e na relação desta formação com o universo com os estados e municípios.concreto de trabalho de nossos professores. Neste ponto o MEC pode e deve colaborar
A proposta da professora Maria Auxiliadora também não é inovadora. Vários estados, especialmente tucanos, mas infelizmente não só, consideram que fazendo provas com os professores é a melhor forma de avaliá-los e premiá-los (e evidentemente também puni-los).
O INEP poderia se concentrar em pesquisar a realidade educacional, mas parece que se tornou uma fábrica de reserva de mercado para as empresas que fazem exames em larga escala. E todo dia aparece mais uma prova e, logicamente, mais recursos públicos serão investidos para viabilizar estas novas idéias.

Postado por Luiz Araújo

MEC propõe concurso único para professor

A proposta não é que o MEC faça dos governos locais, mas prepare a prova.
SÃO PAULO - O Ministério da Educação vai entrar em uma área até agora intocada pelo governo federal: a seleção de professores para a educação básica. Em comum acordo com os secretários estaduais de Educação, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) apresentou uma proposta de concurso nacional para contratação de professores, tanto para as redes estaduais quanto municipais. O primeiro pode ocorrer já no segundo semestre deste ano, se houver adesão.

A proposta não é que o MEC faça a seleção no lugar dos governos locais, mas prepare a prova que será usada nos concursos, o que criaria um padrão mínimo nacional. "Nós discutimos há muito tempo a qualidade da formação do professor. Uma das formas de influenciar essa qualidade seria por meio dos concursos, mas muitos municípios afirmavam que é caro desenvolvê-los", explica Maria Auxiliadora Rezende, presidente do Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Educação (Consed).

Os secretários de Educação não só aprovam a medida, como pretendem ir além. Vários manifestaram ontem, na reunião do Consed, a intenção de usar a prova com os professores já na ativa, em avaliações de desempenho para determinar promoções. A presidente do Consed explica que a avaliação de desempenho para promoção já está prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), mas é feita burocraticamente.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Postado por CARNAUBAIS EDUCA às 19:38mim Quinta-feira, Abril 16, 2009
0 comentários:

sábado, 18 de abril de 2009

Sitio do Pica Pau Amarelo - Monteiro Lobato na Globo


Há séries que marcam a infância e moldam a personalidade. Sítio do Pica Pau Amarelo foi uma delas... A adaptação televisiva da obra de Monteiro Lobato teve um enorme sucesso e faz ainda hoje parte do nosso imaginário colectivo. Personagens inesquecíveis, histórias maravilhosas, uma banda sonora de grande qualidade (Dorival Caymmi, Chico Buarque, Francis Hime, Ivan Lins, João Bosco, "apenas"...) fizeram a diferença. Lembram-se?


A primeira série...

Marmelada de banana
Bananada de goiaba
Goiabada de marmelo
Sítio do Pica-pau Amarelo (bis)

Boneca de pano é gente
Sabugo de milho é gente
O sol nascente é tão belo
Sítio do Pica-pau Amarelo (bis)

Rios de prata piratas
Voo sideral na mata
Universo paralelo
Sítio do Pica-pau Amarelo (bis)

No país da fantasia
Num estado de euforia
Cidade Polichinelo
Sítio do Pica-pau Amarelo (bis)

Obvious; um olhar mais demorado

DIA NACIONAL DO LIVRO INFANTIL




18 DE ABRIL
"Um país se faz com homens e livros"
(Monteiro Lobato)


José Bento Monteiro Lobato nasceu em 18 de abril de 1882, em Taubaté, no Vale do Paraíba. Estreou no mundo das Letras com pequenos contos para os jornais estudantis dos colégios Kennedy e Paulista.

No curso de Direito da Faculdade do Largo São Francisco, em São Paulo, dividiu-se entre suas principais paixões: escrever e desenhar. Colaborou em publicações dos alunos, vencendo um concurso literário, promovido em 1904 pelo Centro Acadêmico XI de Agosto.

Morou na república do Minarete, liderou o grupo de colegas que formou o Cenáculo e mandou artigos para um jornalzinho de Pindamonhangaba, que tinha como título o mesmo nome daquela moradia de estudantes.

Nessa fase de sua formação, Lobato realizou as leituras básicas e entrou em contato com a obra do filósofo alemão Nietzsche, cujo pensamento o guiaria vida afora.

Viveu um tempo como fazendeiro, foi editor de sucesso, mas foi como escritor infantil que Lobato despertou para o mundo em 1917.

Escreveu, nesse período, sua primeira história infantil, "A menina do Narizinho Arrebitado". Com capa e desenhos de Voltolino, famoso ilustrador da época, o livrinho, lançado no natal de 1920, fez o maior sucesso. Dali nasceram outros episódios, tendo sempre como personagens Dona Benta, Pedrinho, Narizinho, Tia Anastácia e, é claro, Emília, a boneca mais esperta do planeta.

Insatisfeito com as traduções de livros europeus para crianças, ele criou aventuras com figuras bem brasileiras, recuperando costumes da roça e lendas do folclore nacional. E fez mais: misturou todos eles com elementos da literatura universal, da mitologia grega, dos quadrinhos e do cinema.

No Sítio do Picapau Amarelo, Peter Pan brinca com o Gato Félix, enquanto o Saci ensina truques a Chapeuzinho Vermelho no país das maravilhas de Alice. Mas Monteiro Lobato também fez questão de transmitir conhecimento e idéias em livros que falam de história, geografia e matemática, tornando-se pioneiro na literatura paradidática - aquela em que se aprende brincando.

Trabalhando a todo vapor, Lobato teve que enfrentar uma série de obstáculos. Primeiro, foi a Revolução dos Tenentes que, em julho de 1924, paralisou as atividades da sua empresa durante dois meses, causando grande prejuízo. Seguiu-se uma inesperada seca, obrigando a um corte no fornecimento de energia. O maquinário gráfico só podia funcionar dois dias por semana.

E, numa brusca mudança na política econômica, Arthur Bernardes desvalorizou a moeda e suspendeu o redesconto de títulos pelo Banco do Brasil. A conseqüência foi um enorme rombo financeiro e muitas dívidas. Só restou uma alternativa a Lobato: pedir a autofalência, apresentada em julho de 1925. O que não significou o fim de seu ambicioso projeto editorial, pois ele já se preparava para criar outra empresa.

Assim surgiu a Companhia Editora Nacional. Sua produção incluía livros de todos os gêneros, entre eles traduções de Hans Staden e Jean de Léry, viajantes europeus que andaram pelo Brasil no século XVI. Lobato recobrou o antigo prestígio, reimprimindo na empresa sua marca inconfundível: livros bem impressos, com projetos gráficos apurados e enorme sucesso de público.

Sofreu perseguições políticas na época da ditadura, porém conseguiu exílio político em Buenos Aires. Lobato estava em liberdade, mas enfrentava uma das fases mais difíceis da sua vida. Perdeu Edgar, o filho mais velho, e presenciou o processo de liquidação das companhias que fundou e, o que foi pior, sofreu com a censura e atmosfera asfixiante da ditadura de Getúlio Vargas.

Partiu para a Argentina, após se associar à Brasiliense e editar suas Obras Completas, com mais de dez mil páginas, em trinta volumes das séries adulta e infantil. Regressou de Buenos Aires em maio de 1947 para encontrar o país às voltas com situações conflituosas do governo Dutra. Indignado, escreveu "Zé Brasil".

No livro, o velho Jeca Tatu, preguiçoso incorrigível, que Lobato depois descobriu vítima da miséria, vira um trabalhador rural sem terra. Se antes o caipira lobatiano lutava contra doenças endêmicas, agora tinha no latifúndio e na distribuição injusta da propriedade rural seu pior inimigo. Os personagens prosseguiam na luta, mas seu criador já estava cansado de tantas batalhas. Monteiro Lobato sofreu dois espasmos cerebrais e, no dia 4 de julho de 1948, virou "gás inteligente" - o modo como costumava definir a morte.
Monteiro Lobato foi-se aos 66 anos de idade, deixando uma imensa obra para crianças, jovens e adultos e o exemplo de quem passou a existência sob a marca do inconformismo.

Pesquisa no site www.lobato.com.br

Dia Mundial do Livro


Dia Mundial do Livro
Apesar do surgimento de tantas novas tecnologias, o livro ainda permanecerá muito tempo entre nós, apesar de muitos alardearem sua futura "aposentadoria". Ele ainda é a forma mais democrática e acessível de conhecimento, se considerarmos a população mundial como um todo. E, há lugar para todos, felizmente!

O dia-homenagem foi instituído pela Unesco em 1996. Ele é celebrado em cerca de 100 países, e mobiliza uma vasta rede internacional de editores, livreiros, bibliotecários, associações de autores, tradutores e muitos outros amigos da causa do livro e da leitura. É importante que se tome consciência dos benefícios econômicos, morais e cívicos da leitura, para que os indivíduos possam engajar-se na luta por um mundo melhor.

A escolha do dia deve-se ao fato que vários escritores consagrados, como Miguel de Cervantes, William Shakespeare, Vladimir Nabokov e Josep Pla, nasceram ou morreram em um 23 de abril.

O acesso à herança cultural através do livro possibilita o enraizamento do sujeito na comunidade, por dar-lhe suporte e coesão de idéias. O sentido comunitário do livro deve ser visto como prioritário, principalmente na educação das crianças, futuros cidadãos. Como em toda construção, o livro é um alicerce importantíssimo a formação de uma sociedade mais justa e igualitária.

"O livro constitui um meio fundamental para conhecer os valores, os saberes, o senso estético e a imaginação humana. Como vetores de criação, informação e educação, permitem que cada cultura possa imprimir seus traços essenciais e, ao mesmo tempo, ler a identidade de outras. Janela para a diversidade cultural e ponte entre as civilizações, além do tempo e do espaço, o livro é ao mesmo tempo fonte de diálogo, instrumento de intercâmbio e semente do desenvolvimento"

Fonte: Unesco

DETECTANDO A MENTIRA


Sem dúvidas é algo extremamente útil saber quando alguém está mentindo para você.
E você não precisa de um polígrafo para detectar isso, você pode se treinar para "ler" a linguagem corporal do seu interlocutor. Isso acontece porque a imensa maioria das pessoas que mente tem um certo nível de integridade moral, ou seja, elas sentem um certo nível de culpa por mentir, e é esta culpa que provoca os movimentos que caracterizam um mentiroso. Sim, você ainda poderá ser enganado, alguns mentirosos contumazes não têm consciência e, sem consciência, não há culpa e nem linguagem corporal que entregue a mentira. Mas ei… se a pessoa é uma mentirosa contumaz, você já deve saber que não pode acreditar nela.

Abaixo, os cinco indícios mais comuns de que uma pessoa está mentindo. Não são infalíveis, mas, se detectados, indicam que você deve ficar atento.

Escondendo a boca
Esse é um dos gestos que os adultos trazem da infância quando se trata de mentira. A mão cobre a boca, e o dedão pressiona a bochecha. Podem ser apenas alguns poucos dedos sobre a boca, ou até mesmo o pulso. Aparentemente o cérebro, subconscientemente, está tentando esconder a mentira. Muitas pessoas tentam disfarçar o ato de esconder a boca uma tosse. Se a pessoa cobre a boca enquanto você está falando, pode indicar que ela acha que você está mentindo.

Coçar o nariz
Em essência, o toque no nariz é uma versão sofisticada do ato de esconder a boca. Podem ser várias coçadas rápidas logo abaixo do nariz ou um rápido e quase imperceptível toque. Uma explicação para este movimento é que a mão está se movendo em direção à boca, e uma tentativa de ser menos óbvio faz com que ela seja puxada do nariz para a boca. Lembre-se de que isso ocorre em um nível subconsciente. Se a pessoa tem mesmo uma coceira no nariz, ela irá, normalmente e deliberadamente coçar ou azunhar e não apenas fazer um toque rápido. Tal como o ato de esconder a boca, se isso acontecer quando você está falando, a pessoa com quem você está falando está achando que você está mentindo.

Esfregar o olho
Este gesto tenta bloquear a mentira que a pessoa vê, ou para evitar ter de olhar no olho da pessoa para quem está mentindo. Homens normalmente esfregam os olhos de maneira vigorosa ou, se a mentira é grande, eles desviam o olhar. As mulheres geralmente passam o dedo gentilmente sob a pálpebra (para não borrar a maquilagem). Lembre-se, mentirosos não olham nos olhos quando mentem. Eles gentilmente desviam o olhar instantes antes de mentir, ou fixam o foco atrás de você (a pessoa está olhando para você, mas o olhar parece perdido).

Coçar o pescoço
Azunhar o pescoço com o dedo indicador da mão com que escreve logo abaixo do lóbulo da orelha pode indicar incerteza. Geralmente serão alguns poucos arranhões rápidos. Este é muito provavelmente um gesto de dúvida, característico de pessoas que pensam, "eu não estou certo disso". Ele geralmente vem acompanhando uma contradição á linguagem verbal, como quando a pessoa diz: "eu entendo o que você está sentindo" enquanto azunha o pescoço.

Esfregar a orelha
Esta é a versão adulta do gesto em que a criança tampa os dois ouvidos com as mãos para não escutar nada. Esse movimento inclui esfregar a parte detrás da orelha, puxar o seu lóbulo, ou até mesmo dobrá-la. Se o seu interlocutor fizer qualquer destas enquanto fala, é uma indicação de mentira. O último sinal, se usado enquanto você fala, quer dizer que ele não apenas acha que você está mentindo, como ele considera ter atingido o limite.

Outros indicadores
Mudanças no tom de voz. Mudança na velocidade da fala. Travas no diálogo com o uso excessivo de pausas e comentários como "hmmm", "hã" ou "você sabe", ou ainda limpar a garganta. Virar o corpo para longe de você, mesmo que levemente. De repente começar a mostrar a parte branca dos olhos acima ou abaixo das pupilas, não apenas dos lados. Movimentos nervosos com os pés ou pernas. Brincar com as próprias roupas, como arrancar linhas soltas ou alisar dobras. Discrepâncias entre o que se diz a a linguagem corporal, por exemplo, dizer "não" e balançar a cabeça para frente e para trás (como se tivesse dizendo sim). As pupilas de quem esta mentindo podem dilatar. Quando alguém está mentindo, sorri menos que o habitual. Também costuma a encolher mais os ombros. Engolir em seco. Esfregar as sobrancelhas. Cruzar e descruzar as pernas. Brincar com os cabelos. Suor escorrendo da sobrancelha, caso não seja um dia quente. Dizer "não" com muita freqüência Negação contínua de algum tipo de acusação. Ser extremamente defensivo. Prover mais informações e especificidades do que a pergunta requeria. Inconsistências no que está dizendo. Satisfação, mas de maneira ofensiva. Procurar usar uma barreira entre si e o interlocutor, tal como uma cadeira ou uma mesa. Calma incomum. Ficar hesitante, caso não o seja habitualmente. Ficar em uma posição excessivamente relaxada, largada. Excesso de rigidez e aumento de tiques nervosos. Movimentos pouco naturais ou limitados das mãos e dos braços. Elevar os ombros em sinal de descaso. Não apontar. Flutuações pouco usuais na forma de falar, na escolha das palavras e na estrutura das sentenças. Não usar pronomes enquanto fala.

Detectando a verdade Durante a história, a palma aberta tem sido associada com honestidade, compromisso com a verdade e submissão, tanto é que quando se faz o juramento à bandeira usa-se a palma aberta. Como evidência de que a pessoa está cotando a verdade, olhe para suas mãos. Mentirosos geralmente escondem a palma. Logo, se você quer enfatizar que está dizendo a verdade, use vários movimentos com a palma das mãos à mostra.

Fonte: www.desenrolando.com.br

Quando as crianças começam a mentir



Corrigir as pequenas mentiras é um trabalho em conjunto de pais e educadores Pequenas mentiras começam a aparecer cada vez mais cedo na vida das crianças. Talvez se deva a uma confusão entre a realidade e a fantasia, o que é chamado de verdade inventada, que, na cabeça dos pequenos, talvez não pareça algo tão errado assim. E muitas vezes essa confusão é usada a favor dos adultos, que acaba induzindo a mentira na vida das crianças.

Muitas vezes os pais utilizam da “falsa verdade” para conseguirem mais facilmente algumas atitudes dos filhos, que no fim acabam parecidas como uma chantagem emocional. Todo este comportamento, à visão das crianças conforme vão crescendo, se tornam normais e rotineiras, levando-as a praticar algumas “mentirinhas”. Neste caso é preciso muito diálogo com os pequenos. “Orientar os filhos é a melhor alternativa para uma boa educação”, diz a tutora do Portal Educação Juliana Daher Sabatin.

Mas este comportamento não está apenas no âmbito domiciliar. Nas escolas isso também é muito comum acontecer, principalmente para se livrar de uma bronca ou castigo. Corrigir as pequenas mentiras é um trabalho em conjunto de pais e educadores. “Tão importante quanto a atenção da escola em relação às mentiras ou fantasias dos alunos, é importante a atenção dos pais no ambiente familiar e social”, diz Juliana.

Fonte: Assessoria de Imprensa - Portal Educação

domingo, 12 de abril de 2009

PENSE NISSO!


"Eu descobri que as coisas que mais nos magoam podem se tornar o combustível e o estimulante para nos impulsionar em direção ao nosso destino. Elas ou te tornarão mais amargo, ou melhor."
--T. D. Jakes

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Processo seletivo unificado deve começar em outubro Quinta-feira, 09 de abril de 2009

A proposta do Ministério da Educação para unificação do processo seletivo das instituições de ensino superior, em substituição ao atuais vestibulares, prevê a aplicação do novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em outubro. A proposta foi encaminhada na noite desta quarta-feira, 8, aos reitores das universidades federais.

Pelo texto, a instituições de ensino superior públicas e privadas poderão usar o novo Enem como parte de seu processo seletivo ou aderir ao Sistema de Seleção Unificada, em que o exame seria utilizado como fase única. A intenção é oferecer um sistema de avaliação que privilegie a capacidade crítica e analítica dos estudantes em detrimento dos atuais modelos de vestibulares que valorizam sobremaneira a memorização de conteúdos do ensino médio.

“O novo Enem combinará a forma de abordagem do atual Enem com a abrangência dos conteúdos cobrados pelo vestibular”, explicou Haddad. Para o ministro, a seleção pelo novo Enem permitirá reformular os conteúdos ensinados no ensino médio, que hoje estão pautados pelas provas dos vestibulares.

O novo Enem será composto de quatro grupos de testes de múltipla escolha realizados em dois dias. As provas ficariam distribuídas de acordo com as seguintes áreas: linguagens, códigos e suas tecnologias (incluindo redação); ciências humanas e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias, e matemática e suas tecnologias.

De acordo com a proposta, as instituições que aderirem ao sistema unificado poderão atribuir pesos diferentes às provas, a serem ponderadas de acordo com cada curso ofertado. As vagas para políticas afirmativas também serão consideradas pelo sistema que segmentará a inscrição do candidato, se for necessário, de acordo com sua opção de concorrência (se por políticas afirmativas ou ampla concorrência).

“O processo seletivo que propomos é dinâmico”, enfatiza o ministro. Haddad explica que o candidato poderá escolher entre cinco opções de cursos e instituições e poderá, de acordo com sua nota no novo Enem, simular sua posição no curso pretendido, em comparação às notas dos demais concorrentes. “Se durante as inscrições o aluno perceber que sua nota não é mais suficiente para entrar no curso escolhido, ele pode migrar para outro”, disse.

As instituições que optarem por aplicar mais de uma fase em seus processos seletivos não ofertarão suas vagas no sistema unificado, mas poderão usar as notas do Enem reformulado como parte de sua seleção com base em edital próprio.

De acordo com o ministro, uma reunião com os reitores das universidades para dirimir eventuais dúvidas relativas ao novo modelo de seleção deve ocorrer no início da próxima semana. A proposta prevê a aplicação do novo Enem nos dias 3 e 4 outubro e a divulgação das quatro provas de múltipla escolha em 4 de dezembro. A divulgação do resultado final, com a correção das redações, foi proposta para 8 de janeiro de 2010.

Maria Clara Machado

terça-feira, 7 de abril de 2009

PAIS E PROFESSORES: QUEM ENSINA E QUEM EDUCA?



Tentar estabelecer posições de pais e professores na educação de um estudante se faz necessário, já que eles mesmos se confundem na sua importância e na sua função diante de seus filhos e de seus alunos respectivamente. Os pais se tornam ausentes por um motivo ou outro e acabam por acreditar que eles aprendem na escola, pois lá é o lugar de se adquirir conhecimento. Não estão atentos às trajetórias de seus filhos e menos ainda participam de seu aprendizado, se envolvem mais com si e com o dia a dia. Não participam do seu desenvolvimento, estão ausentes as transformações a que eles estão sujeitos, não se relacionam com seus amigos e em fim não fazem parte do processo aprendizagem de seus filhos.

Os professores estão sobrecarregados exercendo a função de pais e educadores, tendo que ensinar desde bons modos e respeito até ao conteúdo programado. Muitos não são preparados para exercer este papel e ficam perdidos perante o seu dever de educador, sem falar nos que desistem da profissão, pois não se acham capazes de educarem jovens e crianças, o que na verdade não é exatamente o seu papel. Por estas e outras circunstâncias citadas ao longo deste trabalho observa-se com esta pesquisa que pais e professores precisam dividir responsabilidades na criação de uma relação de trabalho que abrace a aprendizagem e a socialização da criança. Que devem caminhar juntos para a construção de uma educação, devem ensinar para também aprender.

O comportamento escolar – da infância à adolescência Os professores têm enfrentado uma infinidade de problemas ao tentar trilhar um caminho junto a seus alunos. As crianças têm entrado nas unidades escolares muito cedo e isto com certeza tem influência no comportamento que elas vão ter longe dos pais nos anos iniciais de suas vidas. Este é só o primeiro motivo de uma lista de vários. Este agente inicial mencionado se dá muitas vezes ao fato de os pais estarem afogados na correria do dia-a-dia, e acabam tentando solucionar a sua falta de tempo colocando seus filhos em instituições de ensino muito cedo. Daí se principia uma lista de problemas, tanto abrangentes, quanto particulares, destes alunos. Surge a indisciplina, a falta de interesse e de motivação nas atividades, problemas psicológicos e tantos outros detalhes que comprometem o seu aprendizado. Muitos não se envolvem socialmente ou até mesmo agem com violência. Tudo isto se tratando de crianças, e com essa base eles crescem e entram numa fase, considerada por muitos, a fase da “Aborrecência” ou os adolescentes. Estes jovens também requerem cuidados, pois estão passando uma fase de transição hormonal que influencia bastante em seu comportamento.

Desde a forma em que são tratados até a interpretação de suas atitudes. Esta fase começa como uma vontade de descoberta, de conhecer o mundo de uma forma diferente, deixando de lado brincadeiras infantis e querendo a independência de seus comportamentos e atitudes como diz Içami Tiba: Também o adolescente, no pós banho de hormônios, está ávido por conhecer o mundo. Apesar de já ter muitas noções aprendidas do que é certo e errado, ao partir para o encontro da sua identidade quer estabelecer padrões próprios. Por isso, tende a negar os critérios existentes, transmitidos por educadores, pais e professores... (Tiba 2006, pág. 99). Daí tem que se ter a compreensão necessária para cada comportamento, cada atitude particular levando em consideração que talvez a sua desobediência possa se justificar. Eles se sentem perseguidos, acham sempre que são donos da razão e assim em diante, querem ser donos de si, e esta fervura de pensamentos reflete em suas atitudes sociais, aprendizado, comportamento e em fim na sua personalidade. Cada um possui uma conduta, tanto crianças quanto adolescentes, muitos têm explicação, mas mesmo assim não deixa de ser um problema que deve ser tratado ou até mesmo resolvido. É nesta frase que se resume esta pesquisa, pois é ai onde se dever ter o posicionamento dos pais e dos educadores para lapidar com coerência a personalidade destes filhos e também alunos. Estas mudanças de comportamento são psicologicamente explicadas quando se trata da fase chamada puberdade.

E isso pode trazer conseqüências, não é somente uma fase de transição, assim como cita Silvia Maria Ribeiro e Lígia Cristina Ferros: Um adolescente com problemas graves não se autonomiza dos pais isola-se ou conflitua com o grupo de amigos, inquieta-se permanentemente com a sua identidade. Pode então surgir à depressão que estudos recentes provam não ser rara e poder provocar dificuldades aos jovens e sua família... (Revista de ciências de Macaú 2005, pág. 154). Contudo nota-se a particularidade de cada indivíduo, assim de cada aluno e de cada filho, e a forma com que eles são tratados ou mesmo a educação que eles recebem requer conhecimento de detalhes e aplicações de métodos, tanto familiares quanto escolares, é ai que entra a posição dos pais e dos professores perante cada situação. A Família – as atitudes dos pais perante a educação dos filhos. A família com certeza possui significante papel diante os filhos, é em casa que eles encontram o apoio, aconchego, carinho e posição de segurança. As crianças sentem-se amparadas quando estão ao lado dos pais, mas e esses pais será que sabem a importância destes cuidados? São exatamente neste alvo que se principiam diversos problemas e é a partir daí também que se parte a solução, ou ao menos a tentativa de se obter uma. Os pais acabam se sufocando com a correria que a vida os coloca, trabalhando muito e pensando somente na situação financeira de sua família.

Com certeza uma vida confortável também é importante, mas não pode ser exclusiva. A ausência da família traz no filho o sentimento de abandono e não adiantam tentar recompensar esta deficiência com presentes, roupas e coisas materiais, isto não tem o mesmo valor. Augusto Cury em uma de suas obras ilustra muito bem este detalhe quando diz: Seus filhos não precisam de gigantes, precisam de seres humanos. Não precisam de executivos, médicos, empresários, administradores de empresa, mas de você, do jeito que você é. Adquira o hábito de abrir o seu coração para os seus filhos e deixá-los registrar uma imagem excelente de sua personalidade. (Cury 2003, pág. 26) A criança nos anos iniciais de sua vida se sente dependente da família, então é o momento de ensinar e mostrar o prazer em aprender, aproveitar esta convivência e esta confiança para iniciar o “Aprender à Aprender” desenvolvendo algo de tamanha importância, e que está ficando perdido. Os pais amam seus filhos e podem ensinar com amor, carinho e presença que para eles é o que realmente importa.

Neste momento se ensina o respeito ao conhecimento e desperta também a vontade de aprender sempre mais. “Criança precisa de adulto responsável a sua volta.” (Tiba 2005, pág. 167). A partir daí é um momento onde o filho exibe o seu querer e cabe aos pais mostrar o que é permitido e o que não é perante as suas vontades e assim começa a idéia de ensinar e mostrar a importância de aprender. Tudo isso não se resume em ensinar, mas levar a criança a praticar o que aprende e mostrar o valor deste aprendizado. Mas e quanto aos jovens? Os pais também devem estar presentes? Com certeza, afinal é uma fase de transição, onde se deve relevar muita coisa e ter sabedoria para agir em diversos tipos de situações. Aqui ocorre o despertar para o sexo, e a família deve ter diálogo com seus filhos, mostrar os caminhos que percorrem uma vida sexual ativa. Ensinar sobre certas doenças, gravidez precoce e principalmente orientar sobre responsabilidade. Não só o sexo, mas também o envolvimento com amigos é ponto forte nesta fase e é um dos principais caminhos a se chegar às drogas. Não que todos os amigos se envolvam com substâncias químicas, mas algum deles pode se submergir. Assim pais devem se relacionar com os amigos de seus filhos, deixa-los à vontade para que estes amigos freqüentem sua casa. Com certeza cada um é dono dos próprios atos, mas os amigos podem influenciar, e os pais têm um papel fundamental de orientadore e não de tirano. Proibir tudo só traz no jovem ainda mais vontade de independência e o torna cada vez mais distante de sua família, e a idéia é exatamente oposta, é aumentar os laços de confiança e convivência entre pais e filhos.

O conceito de que pais são sempre donos da razão leva filhos a procurar conselhos em amigos se distanciando dos adultos, pois sentem que estes não os entendem, mas na verdade é que muitos acham fácil o simples fato de que “Na escola eles aprendem” ou “A melhor escola é a vida” além dos que têm vergonha de falar sobre certos assuntos e acabam deixando pra depois as conversas que deveriam ter. Contudo nota-se que o aprendizado é constante, e que se inicia desde pequeno onde os pais também são professores, são educadores de vida, e eles não percebem. Mandam para aprender na escola, valores que devem ser de berço. Causam nos filhos aversão ao conhecimento e nem notam que são responsáveis por tudo isto. A eles cabe a educação comportamental de seus filhos e ensinar sobre a vida. Mostram caminhos e acompanham a caminhada. Assim são educadores que tem grande poder em despertar em casa a vontade de conhecer e aprender, e ai sim, perante este desejo em aprender, entra o papel da escola e do professor. Os pais assim, possuem uma contribuição irrelevante, estão semeando o prazer de aprendizado o que traz no aprendiz a sede de conhecer. O filho se sente seguro e os pais gratificados pela troca de amor e aprendizado.

por Adriane Sardinha Macedo

DICAS PARA OS PAIS.

1. Aspectos que os familiares podem verificar diretamente na creche ou na pré-escola

• A instituição tem autorização de funcionamento expedida pela Secretaria Municipal de Educação?
• O alvará sanitário está afixado em lugar visível?
• A instituição tem proposta pedagógica em forma de documento?
• Reuniões e entrevistas com familiares são realizadas em horários adequados à participação das famílias?
• Há reuniões com familiares pelo menos três vezes por ano?
• Os familiares recebem relatórios sobre as vivências, produções e aprendizagens pelo menos duas vezes ao ano?
• A instituição permite a entrada dos familiares em qualquer horário?
• Existe local adequado para receber os pais ou familiares? E para aleitamento materno?
• As professoras têm, no mínimo, a formação em nível médio, Magistério?
• Há no mínimo uma professora para cada agrupamento de:
• 6 a 8 crianças de 0 a 2 anos?
• 15 crianças de 3 anos?
• 20 crianças de 4 até 6 anos?
• As salas de atividades e demais ambientes internos e externos são agradáveis, limpos, ventilados e tranqüilos, com acústica que permite uma boa comunicação?
• O lixo é retirado diariamente dos ambientes internos e externos?
• A instituição protege todos os pontos potencialmente perigosos do prédio para garantir a circulação segura das crianças e evitar acidentes?
• A instituição tem procedimentos pré-estabelecidos que devem ser tomados em caso de acidentes?

2. O que os familiares podem verificar com a criança sobre o atendimento na educação infantil

• Pergunte qual é o nome das professoras e de outros funcionários.
• Pergunte o nome dos amiguinhos mais próximos.
• Pergunte à criança o que ela mais gostou de fazer naquele dia.
• Incentive à criança a contar e a narrar situações vividas na instituição:
• que músicas cantou ou ouviu;
• quais brincadeiras aconteceram;
• que pinturas, desenhos, esculturas ela fez;
• qual livro a professora leu;
• que história a professora contou;
• o que ela está aprendendo, entre outras.

3. O que os familiares podem observar diretamente na criança sobre o atendimento na educação infantil

• Observe o comportamento da criança quando ela chega na instituição (alegria, timidez ou choro).
• Observe diária e atentamente enquanto estiver conversando com a criança, seu olhar, seus gestos, sua fala suas reações podem ajudar a avaliar o estado físico e emocional.
• Observe as reações da criança ao ver seus colegas, isso pode demonstrar como está a relação com a turma.
• Observe as produções e o material que ela traz da instituição.
Palavras-chave: recomendações para os pais, acompanhamento dos alunos da educação infantil, acompanhamento dos alunos da creche

PORTAL:MEC

DICAS PARA OS PAIS

Dia a dia do seu filho

* Cultive o hábito da leitura em sua casa.

* Ajude seu filho a conservar o livro didático. O material servirá para outros alunos futuramente.

* Acompanhe a freqüência da criança ou do adolescente às aulas e sua participação nas atividades escolares.

* Visite a escola de seus filhos sempre que puder.

* Observe se as crianças ou adolescentes estão felizes e cuidadas no recreio, na hora da entrada e da saída.

* Verifique a limpeza e a conservação das salas e demais dependências da escola.

* Observe a qualidade da merenda escolar.

* Converse outras mães, pais ou responsáveis sobre o que vocês observam na escola.

* Converse com os professores sobre dificuldades e habilidades do seu filho.

* Peça orientação aos professores e diretores, caso perceba alguma dificuldade no desempenho de seu filho. Procure saber o que fazer para ajudar.

* Leia bilhetes e avisos que a escola mandar e responda quando necessário.

* Acompanhe as lições de casa.

* Participe das atividades escolares e compareça às reuniões da escola. Dê sua opinião.

* Participe do Conselho Escolar.
Palavras-chave: recomendações para os pais, acompanhamento dos alunos do ensino fundamental e médio FONTE: PORTAL DO MEC

quarta-feira, 1 de abril de 2009

CRÔNICA

Será que ninguém se toca?

Por Arnaldo Jabor

Estamos vivendo um momento histórico delicadíssimo. As conquistas da redemocratização estão ameaçadas pelo projeto petista de poder. A agenda óbvia para melhorar o Brasil é um consenso entre grandes cientistas sociais. Vários prêmios Nobel concordam com nossos pontos essenciais de reforma política e administrativa, que fariam o País decolar. Mas, os despreparados sindicalistas e ex-comunas ignorantes têm um programa que nos levará a um retrocesso político trágico. Em pouco tempo, podemos ter volta da inflação, caos político, ruptura institucional - tudo na contramão das necessidades de modernização do País. Eles prometem medidas que nos jogarão de volta aos anos 50 ou para trás, pelo viés burro de um 'socialismo' degradado num populismo estatizante: o lulismo. Enquanto isso, os cidadãos que comeram e estudaram, intelectuais e artistas cultos, os que bebem nos bares e lêem jornal ficam quietos. O Brasil está sendo empurrado para o buraco e ninguém se toca?

O que vai acontecer com esse populismo-voluntarista-estatizante é obvio, previsível, é 'be-a-bá' em ciência política. 'Sempre foi assim...' - se consolam.

Mas, não. 'Nunca antes', um partido montou um esquema secreto de 'desapropriação' do Estado, para fundar um 'outro Estado'. O ladrão tradicional roubava em causa própria e se escondia pelos cantos. Os ladrões desse governo roubam de testa erguida, como em uma 'ação revolucionária'. Fingem de democratas para apodrecer a democracia por dentro.

Lula topa tudo para ser reeleito. Ele usa os bons resultados da economia do governo FHC para fingir que governou. Com cínico descaro, ousa dizer que 'estabilizou' a economia, quando o PT tudo fez para acabar com o Real, com a Lei de Responsabilidade Fiscal, contra tudo que agora apregoa como atos seus.

Se eleito, as chamadas 'forças populares', que ocupam os 30 mil postos no Estado aparelhado, vão permanecer nas 'boquinhas', através de providências burocráticas de legitimação.

As Agências Reguladoras serão assassinadas. Os sinais estão claros, com várias delas abandonadas e com notícias de que o PMDB já quer diretorias.

O Banco Central perderá qualquer possibilidade de autonomia, como já rosnam os membros do 'Comitê Central' do lulismo. A era Meirelles-Palocci será queimada, velho desejo de Dirceu e camaradas.

Qualquer privatização essencial, como a do IRB por exemplo, será esquecida.

A reforma da Previdência 'não é necessária' - dizem eles -, pois os 'neoliberais exageram muito sobre sua crise', não havendo nenhum 'rombo' no orçamento.

A Lei de Responsabilidade Fiscal será aos poucos desmoralizada por medidas atenuantes.

Os gastos públicos aumentarão pois, como afirmam, 'as despesas de custeio não diminuirão para não prejudicar o funcionamento da máquina pública'. Nossa maior doença - o Estado canceroso - será ignorada.

Voltará a obsessão do 'Controle' sobre a mídia e a cultura, como aconteceu no início do primeiro tempo. Haverá, claro, a obstinada tentativa de desmanchar os escândalos do chamado 'mensalão', desde os dólares na cueca até a morte de Celso Daniel e Toninho do PT, como já insinuam, dizendo que são 'meias-verdades e mentiras, sobre supostos crimes sem comprovação...'.

Leis 'chatas' serão ignoradas, como Lula já faz com a lei que proíbe reforma agrária em terras invadidas ilegalmente, 'esquecendo-a' de propósito. Quanto ao MST, o governo quer mantê-los unidos e fiéis, como uma espécie de 'guarda pretoriana', a vanguarda revolucionária dos 'aiatolás petistas', caso a crise política se agrave. Não duvidem, eles serão os peões de Lula.

Outro dia, no debate, quando o Alckmin contestou Lula ao vivo, ouviu-se um 'ohhhh!....' escandalizado entre eleitores, como se o Alckmin tivesse cometido um sacrilégio. Alckmin apenas atacou a intocabilidade do operário 'puro' e tratou-o como um cidadão como nós, ignorando a aura de 'ungido de Deus' de Lula, que os fanáticos intelectuais lhe pespegaram. Reagiram como diante de uma heresia, como se Alckmin tivesse negado a virgindade de Nossa Senhora ao lhe perguntar: 'De onde veio o dinheiro?'

Agora, sem argumentos diante dos escândalos inegáveis, os lulistas só agem pela Fé. Lula sempre se disse 'igual' a nós ou ao 'povo', mas sempre do alto de uma 'superioridade' , como se ele estivesse 'fora da política', como se a origem pobre e a ignorância lhe concedessem uma sabedoria maior. Agressão é o silêncio cínico que ele mantém, desmoralizando as instituições pela defesa obstinada da mentira. Mas, os militantes imaginários que se acham 'amantes do povo' pensam que Lula não precisa dizer a verdade; basta parecer. Alguns até reconhecem os crimes, mas 'mesmo assim', votarão nele. Muitos têm medo de serem chamados de reacionários ou caretas. Há também os 'latifundiários intelectuais': acadêmicos e pensadores se agarram em seus feudos e não ousam mudá-lo. Uns são benjaminianos, outros marxistas, outros hegelianos, gurus que justificam seus salários e status acadêmico e, por isso, não podem 'esquecer um pouco o que escreveram' para agir. Mudar é trair, para ortodoxos. Ninguém tem peito de admitir a evidência inevitável de que só um 'choque de capitalismo' destruiria nossa paralisia estatal, burocrática e patrimonialista, pois o mito da 'revolução sagrada' é muito forte entre nós. Se há uma coisa que une esquerda e direita é o ódio à democracia (Bobbio).

Os intelectuais dissimulados votarão em Lula de novo e dizem que 'sempre foi assim' porque, no duro, eles acham que o lulo-dirceuzismo estava certo sim, e que o PT e sua quadrilha fizeram bem em assaltar o Estado para um 'fim revolucionário'.

Vou guardar este artigo como um registro em cartório. Não é uma profecia; é o óbvio, banal, previsível. Um dia, tirá-lo-ei do bolso e sofrerei a torta vingança de declarar: 'Agora não adianta chorar sobre o chopinho derramado... Eu não disse?...'


FONTE: JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO